____Nação Anti-fastfood †

Parte deste conto é baseado em uma experiência própria de vida. Já a fictícia....rsrsrs cabe a cada um tirar as suas "morais da história".

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Era uma fresca noite de sábado e o casal Walter e Melissa haviam planejado jantar em um restaurante. Resolveram então adentar a um destes Fast-Foods de comida árabe, estabelecido em sua cidade; no interior de São Paulo.

Estacionaram o carro e entraram. O lugar estava sobejo de gente. Alguns segundos em pé e encontraram um lugar para sentarem-se.

De frente um para o outro começaram a conversar, trocar ideias a respeito da vida, relacionamento, cotidiano, etc...

Passados alguns minutos, garçom algum havia comparecido à mesa para atendê-los, Walter, um pouco apreensivo, acenou com uma de suas mãos a uma moça que estava atrás de Melissa, atendendo os clientes de uma outra mesa.

A atendente pediu para que Walter aguardasse um momento. Passados alguns minutos, a mesma direcionou-se à mesa do casal.

Walter, já impaciente, sacou o cardápio e logo tratou de executar o pedido.

Já havia passado-se 20 minutos e nem sequer os sucos que pedira foram trazidos à sua mesa.

Walter, irritado, chamou um outro garçom, e este, na correria nem deu-lhe atenção. Alguns clientes da mesa de trás resolveram sair do estabelecimento devido à demora, já outros, que chegaram momentos depois de Walter e Melissa, já permaneciam sentados e comendo. Nessa “brincadeira” toda passou-se mais de uma hora de espera e apreensão.

Ele então resolveu não correr atrás e ver até onde iria chegar tal disparate dos atendentes.

Algum tempo mais tarde, cuidadosamente, Walter, chamou novamente a mesma a qual ele havia feito o pedido. Ela então desculpou-se pelo atraso, apontando tal erro ao despreparo de alguns cozinheiros e foi logo tratar de trazer os sucos.

Melissa, mesmo furiosa, acalmava o seu parceiro.

Finalmente o suco fora entregue. Walter agradeceu e quando foi sugar, pelo canudinho, para ao menos sentir o doce sabor da fruta, uma surpresa: o suco viera trocado por outro sabor.

Aí já era demais, sem comida e com um pedido trocado, foi a gota d´água para Walter iniciar a sua revolta.

Pegou a faca, enfiou no canto do seu olho esquerdo e cautelosamente puxou-o para fora, caindo em seu prato o globo ocular com suas várias ramificações. A dor era real, mas a revolta era ainda maior, que preferia nada sentir. Melissa puxou sua língua, e aos poucos, a rilhava com a faca que estava ao lado do prato, até arrancar boa parte de seu nobre paladar.

Walter então espetou o seu olho no prato, serrou um pedaço e levou-o à boca, saboreando avidamente a carne sanguinolenta. Do furo pelo qual fora deixado de seu olho esquerdo, jorrava a vermelhidão do sangue pela mesa e por sua alva camisa. Muitos clientes que agora percebiam a cena execrável, vomitavam em seus pratos, sendo que outros desmaiavam ao observar os cântaros sanguíficos jorrando do rapaz. Melissa, mastigava com ardor o naco de sua língua rubra.

Walter, em mais um ato impensável e assaz revolto, navalhava, naquele instante, um precioso retalho de sua orelha direita, como se estivesse fazendo um paradoxo com o "não prestar atenção ao pedido do cliente", ou seja, uma afronta direta aos atendentes daquele restaurante.

Melissa, aos poucos, com uma colher, que doía mais do que cavocar um objeto pontiagudo à pele, raspava sua bochecha até furá-la por completo, varando o interior de sua boca e quebrando alguns dentes.

O gerente então fora chamado e diante da pavorosa cena vomitou em cima de Walter. Ele, caolho, sem uma das orelhas, parecendo mais um morto-vivo, fitou aos olhos do gerente e disse resfolegante:

- Dane-se você e toda essa corja de fastfoods! Vocês são uma enganação! Mesmo sua empresa sendo diferenciada e com atendentes preparados, não conseguiram sequer dar conta de um simples pedido para eu e minha mulher! Onde está a rapidez nisso tudo? Hã? - indagou apertando o pescoço do gerente com uma de suas mãos.

Walter então levantou-se um tanto quanto trôpego, estagnou-se diante de uma mesa com quatro pessoas, pegou uma colher, e aos poucos, perfurou seu estômago até exaurir, ainda mais, o sangue e praticamente todo o seu "ar", balbulciando aos sibilos e cambaleante:

- Essst...estão vendo? Eeeee...estou faminto. Não tenho nada...em me-me-meu...estô-tô-ma-go!!

E feneceu por ali mesmo em cima de um dos horrorizados clientes.

Melissa, pálida, quase morta, jazida naquela mesa, fora levada instantaneamente a um hospital, onde foi tratada não só fisicamente, mas também de seu psicológico.

Hoje, mesmo sem conseguir falar sequer uma palavra, pois já não possuía mais sua língua, a moça ajudava na monitoração de uma rede inteira de fastfoods, com a finalidade de contribuir para um bom e rápido atendimento.

"Cada pessoa é exatamente aquilo que come"

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Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 26/11/2014
Código do texto: T5049355
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