Sombra – Ato II – Capítulo 10
 
   Quando chegamos a Cadaqués, na Espanha pensei que estivéssemos no lugar errado, pessoas felizes e simpáticas nos faziam ótimos. Mesmo assim Thomas continuava alerta, de olho em cada rosto, procurando nas lembranças de cada um algo que revelasse as Sombras.
-Você consegue analisá-los tão rápido assim? – perguntei.
-Seria complicado senão conseguisse. Tudo se aprimora Liam, logo você vai ver que se tornará mais forte.
-Só estou vendo o quão bom você é.
-Obrigado.
   Um garoto estava longe da multidão, parecia com medo de se misturar e quando Thomas olhou para as lembranças dele se espantou.
-Ali, rápido. Siga ele.
    Obedeci e segui o menino de longe, Thomas ficou com Adrian e Lauren procurando por outras evidências. A cidade era pequena, então logo saímos de sua área mais urbanizada, ele seguiu por uma trilha até uma cabana perto de uma floresta. Comuniquei a Thomas que logo apareceu com os demais.
-Ele está ali dentro, falei.
-Temos que chegar mais perto. – Adrian comentou.
-Eu vou. – Thomas decidiu enquanto já se tornava invisível aos nossos olhos.
   Esperamos, esperamos e esperamos. Parecia que ele não tinha pressa alguma em voltar, então decidi ir ver o que aconteceu, me aproximei devagar até sentir que meus movimentos estavam se tornando quase insignificantes, estava preso no ar, como um inseto numa teia de aranha.
-Thomas, onde você está?
-Aqui Liam, logo ao meu lado começava a ver seu corpo de novo.
-Estamos encrencados. – falei.
-Depende, estou achando que esse não é um alvo fácil como pensava.
   Logo começou a escurecer e o menino saiu de dentro da cabana, andando devagar para perto de nós, enquanto meu corpo ficava cada vez mais frio e agoniado por estar preso.
-Sabem, é tão fácil enganar esses mortais tolos, mas pensei que vocês fossem mais espertos. – falou uma voz velha e ranzinza.
-Quem é você? – Thomas perguntou.
-Acha mesmo que isso importa? Vocês dois estarão mortos logo.
-Não. Você me parece só uma Sombra velha, que se esconde em uma cabana esperando que as pessoas caiam na sua armadilha, mesmo assim é ridículo. Teria vergonha se fosse você.
-Liam, você ficou doido? – Thomas queria me bater dava para ver em seu olhar.
-Não. Estou certo. Lauren, agora!
   Lauren tocou o chão e fez com que tudo tremesse, assim eu e Thomas nos libertamos e voltamos para perto dela e Adrian.
-É hora de você ser destruído. – falei.
-Liam, espere. – Adrian ficou em minha frente. – Não sabemos o que pode acontecer com o menino.
-Eu não vou machucá-lo.
   Queria pegar a pedra em meu bolso, mas sabia que não precisava dela para fazer aquilo, já havia derrotado um Sombra sozinho e sem experiência. Então a lancei nas mãos de Thomas e me preparei para atacá-lo.
   Concentrei-me em minha mão esquerda que em poucos segundos ficou totalmente branca soltando energia, me aproximei e coloquei ela sobre toda a extensão da armadilha e então vimos todo aquele circulo que protegia a cabana. O garoto caiu deitado sobre a grama e logo corri para ver como ele estava.
   O virei de frente e coloquei a mão sobre seu peito, até sentir sua respiração voltando. Lauren foi vê-lo e Adrian verificar a cabana. Thomas me olhava espantado.
-O que foi? – perguntei.
-Você é o mais forte de nós.
-Não sou, na verdade eu me sinto fraco.
-Normal, você ainda está aprendendo e usar muito poder causa muito cansaço mesmo.
    O menino costumava vir com seus país até a cabana, até um dia eles desaparecem durante a noite, desesperado o garoto correu pela mata a procura dos dois, foi quando caiu em um buraco e na manhã seguinte foi acordado pelo Sombra.
-Derek, como vão as coisas no Brasil? – queria notícias.
-Nada agradáveis. Já chamei Charlie para nos ajudar e pedi para Carolyn os encontrar na Itália preciso que ela fique segura, estou em São Paulo com ela no momento, Catherine está indo para a região Sul, grande onda de desaparecimentos em Santa Catarina.
-Se precisar de ajuda, pode nos chamar.
 
 
 
 
 
 

 
  
 
 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 21/05/2015
Reeditado em 21/05/2015
Código do texto: T5250098
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