Sombra – Ato IV – Capítulo 4
 
-Você não precisa ter medo do mundo, basta aceitar as mudanças e se encaixar da maneira que achar melhor. Sei que pode nos ajudar e muito. – respondi a Lynn.
   Senti uma mão pequena em meu braço, me virei e avistei Eduarda, pálida e gelada, olhando direto para mim.
-O que faz aqui? – perguntei.
-Não sei, eu ouvi uma voz e resolvi seguir.
-Eu sussurrei em sua mente, fiz com que ela viesse até nós. – completou Lynn.
-Você já vai? Mal conversamos. – soltei o que queria dizer.
-Liam você tem mais coisas para fazer não acha? Mas se quer ter mais respostas, encontre-me em Paris em três dias, estarei com Derek procurando algumas pedras, aquelas que vocês tanto querem possuir.
-Posso levar um acompanhante?
-Pode. – e sumiu.
   Acompanhei Eduarda pela floresta, ela parecia um pouco menos pálida e sorria durante nossa caminhada.
-Nunca perguntei a você, mas por que desistiu da sua vida para vir até aqui?
-Vida? Você tem sorte de ter encontrado alguém tão jovem e ter pais legais. A minha vida era uma droga, minha família vivia fazendo com que me sentisse mal.
-É, não posso dizer que entendo, afinal meus pais sempre foram muito bons comigo. O que me faz pensar nas pessoas por ai, a Luz e as Sombras existem dentro de cada um de nós, sem sequer percebermos, fazemos de tudo para nos sentirmos satisfeitos muitas vezes sem pensar nas consequências.
   Na manhã seguinte reuni todos na sala de estar, queria que Thomas fosse comigo à Paris. Catherine cuidaria dos outros durante nossa viagem, era estranho ser o líder, sendo que boa parte do tempo passava sobre a liderança dela.
-Derek estará lá? – perguntou Thomas.
-Sim, provavelmente Charlie também e Lynn. – respondi.
-Lynn?
-É uma longa história, mas por enquanto preciso manter em segredo, contarei mais tarde, assim que descobrirmos o que eles encontraram.
-Tudo bem. Quando vamos?
-Hoje a noite.
   Lauren parecia apreensiva, notava em seu olhar que tinha algo a dizer, mas permaneceu quieta até a noite chegar e poucos instantes antes de eu partir ela finalmente falou.
-O que há de errado com você? Parece que viu um fantasma.
-E vi, logo vou te explicar tudo amor. Não se preocupe.
-Não se preocupar? Você sempre está correndo atrás do perigo e quer que eu não me preocupe.
-Se eu não corresse atrás do perigo, nunca teria te conhecido não é? – falei aquilo tão confiante que apenas depois entendi que faria ela se calar e me abraçar forte, como da primeira vez que a toquei.
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 05/07/2015
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