O Ultimo Suspiro
10 passos lhe separavam de dois extremos. Cansado de viver, cansado da dor que sentia, Lucio se entregou ao que ele achava ser a sua única saída. No alto daquele penhasco ele ainda se decidia se caminharia até a borda e se jogaria ou se simplesmente ligaria o seu carro e aquela ideia abandonaria.
Aquela ideia perversa e demoníaca não havia brotado naquela cabeça assim do nada, o sofrimento que Lucio carregava já era antigo. Começou na adolescia, o menino tímido era espancado todos os dias pelo seu pai alcoólatra, mas esse não fora o motivo principal por todo aquele ódio que o desiludido agora sentia.
O pobre coitado sempre foi iludido, sonhava com coisas impossíveis, mesmo passando por toda aquela dor, o menino se superou e cresceu na vida, era um advogado bem sucedido, conheceu o amor, ou melhor, conheceu a dor.
Lucio se apaixonou por Melissa uma jovem linda e promissora, seu coração não via outra saída era aquilo que ele queria. Se entregar completamente e fazer de tudo para aquela linda mulher conquistar. E foi o que ele fez sem medir esforços o galanteador lutava pela sua donzela, aparentemente ela relutava, mas no fundo ele sentia que ela lhe amava, ali foram meses de tentativas, joias, viagens e muito mais, era tudo o que ele usava para conseguir o que queria.
“Só que o amor não se compra" - Era o que uma de suas amigas sempre dizia. Mas o pobre homem estava ocupado demais para dar ouvidos a uma voz sabia que já previa que dali nenhum bem sairia.
O seu dinheiro ate que tentou, mas a moça só se aproveitou. Depois de todos aqueles "presentinhos" o pobre homem acabou sozinho, pois outro galanteador com muito mais a oferecer, sua dama levou.
“Bem que eu lhe avisei” - Dizia outra vez aquela voz amiga.
Ela estava certa o tempo todo, mas a ganancia não lhe deixou ouvir, tudo o que ele queria se acabava ali, sem muito racionar Lucio foi a ruina se afundando nas drogas e nas bebidas, o sucedido advogado se tornou agora um homem endividado.
“A morte é a única saída”. - É o que pensava o homem após toda aquela tragédia.
Na beira do penhasco ele ainda criava coragem, a garrafa de uísque era a sua companheira, sem muito se importar o pobre homem caminhou deu seu ultimo suspiro e se jogou daquele penhasco encerrando assim aquela vida sofrida.