Meia Noite

Sexta-feira treze, noite escura, silêncio total, ruas desertas na cidade Fantasma, onde as pessoas à noite não saem de suas casas por regra. Dizem que essa regra foi criada depois que muitas pessoas sumiram ao sair a noite e serem encontradas dias depois mortas, duras feito pedra. Alguns no começo imaginaram que era um serial killer, um louco que estava na cidade, mas nada foi comprovado, mesmo com toda a dedicação da polícia. Mas, Carmem não acreditava nessa história e resolveu sair de casa à noite e noite de sexta-feira treze. Para ela tudo não passava de uma lenda, criada para aterrorizar os jovens, as pessoas. Ia caminhando pela rua deserta, olhando para o céu escuro, sem estrelas, quando de repente um assovio, ela não deu atenção, quando ouviu novamente e mais perto. Olhou para trás e não conseguiu enxergar nada, mais ouviu o som de passos ligeiros. Nessa hora o medo tomou conta, o som dos passos desapareceu, seu coração diminuiu a aceleração. Pensou que estava criando coisas, e continuou a caminhar. Três minutos depois, outro assovio, agora ainda mais perto, parecia que alguém estava há uns dois metros de distância. Ela quase desmaia, saiu correndo desesperada. Outro assovio, agora a sua frente, parou. Pensou em voltar, mas o medo era grande, não sabia se quem estava assoviando tinha passado a sua frente ou era outra pessoa. Correu para a casa mais próxima, bateu, mas ninguém abriu. Gritou desesperada. Pediu por favor, mas não ouviu sequer uma palavra. Caiu de joelhos à porta. Um outro assovio, agora parecia que estava atrás dela, desmaiou. Ao Acordar viu um relógio antigo na parece, marcava exatamente meia noite. Tudo estava escuro, sombrio. Tentou levantar, sentiu algo segurando suas mãos. Descobriu que estava presa sobre uma cama. Ficou desesperada. Gritou pedindo socorro, mas ninguém respondeu. Sem poder sair ficou olhando para o relógio que teimava marcar meia noite e não saía de lá. Ouviu um assovio, agora aos eu lado, desmaiou. Quando tornou novamente, ao abrir os olhos viu o relógio na parece, ele continuava a marcar meia noite. Gritou desesperada novamente por socorro. Uma luz se acendeu, ela não quis acreditar no que via. Pensou que estava louca, não podia ser. Estava deitada na sua cama, o relógio antigo na parede era um presente que tinha ganhado anos antes. Ouviu uma voz perguntar:

-O que foi minha filha? Porque está gritando?

Era sua mãe que adentrara no quarto ao ouvir os gritos de Carmem, foi então que ela percebeu que tudo não tinha passado de um pesadelo. Sua mãe ficou por lá por alguns minutos, saiu, apagou a luz. Carmem aliviada colocou a cabeça no travesseiro, pensou no pesadelo e então ouviu um assovio parecia que vinha da sua cama. Levantou e saiu correndo. Nessa noite Carmem dormiu com sua mãe.

Mario de Almeida

O poeta castanhalense