O JARDIM SINISTRO.

Ainda era cedo, três e meia da tarde, no máximo. Resolvi passear naquele lindo jardim público. - Cada canteiro mostrava flores diferentes, eram margaridas, cravos, rosas, palmas, crisântemos e outras que enfeitavam o espaço. - Um espetáculo colorido! – Mesmo assim, poucas pessoas usufruiam tanta beleza.

Num piscar de olhos, começou a escurecer. De repente, não havia mais ninguém por lá. - Pensei em ir embora para pegar o portão ainda aberto.

Virou noite, num segundo! Comecei a caminhar, queria sair do jardim o quanto antes. Vi que umas cobras começaram a rastejar pelo caminho. Abri bem os olhos e constatei ser minha imaginação, eram enormes raízes de árvores. Mas não havia nenhuma árvore quando cheguei! Era somente um jardim com canteiros! Como surgiram? - Andei mais uns metros e vi duas luzes brilhantes, eram os olhos de uma coruja que começou a piar. – Nisso, eu percebi que algo passou voando e esbarrou em minha cabeça. Imaginei ser um morcego e era, vi quando voltou raspando em mim. – Que nojo! Comecei a tremer. - Ao olhar para o jardim, notei que as flores estavam todas negras e delas saia uma fumaça igual aquela em fins de incêndio. – Segui, porém minhas pernas mal obedeciam a necessidade de andar, cheguei a tropeçar, mesmo não havendo nada no caminho. Meu coração disparou, pensei que fosse ter um AVC. – Estava prestes a chegar ao portão do jardim, porém em frente dele estava um esqueleto, como se fosse uma sentinela em seu posto. Seus ossos tinham um brilho alucinógeno. Fiquei com medo de me chegar perto dele. Eu não mais aguentava aqueles momentos de pavor. Pensei em gritar, assim alguém poderia ouvir e me ajudasse a sair dali. – Dei um grito, mas ninguém apareceu. Um silêncio total perdurava, aquele silêncio que dói. Gritei bem mais alto, tão alto que ao acordar ainda ouvi o eco do meu grito.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 26/06/2017
Reeditado em 27/06/2017
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