O inferno vindo a São Paulo
Gabriel, 19 anos, menino carioca, de vários amigos, várias garotas e de família de classe média alta, morava em um apartamento de frente para a praia de São Conrado, bairro da zona sul da cidade, costumava sempre conseguir o que queria e curtia bastante surfar, em mais um dia normal sentado na areia da praia com seu amigo, aconteceu.
- Cara, eu acho que eu to apaixonado!!! – Disse Gabriel para seu amigo Fernando, logo após passar uma loira de olhos azuis correndo em sua frente.
- O que foi? Ta falando isso por causa da mina que passou aqui? – Perguntou seu brother.
- Ah Fer, vai dizer que ela não é bonita? Viu aqueles olhos azuis?
- São castanhos cara... – Respondeu Fer.
- Você é daltônico? – Perguntou Gabriel com um tom de ironia.
- Ela faz inglês comigo, e te garanto que são castanhos.
- O que? Você conhece ela? Tu precisa me apresentar essa gata.
Como disse, Gabriel sempre conseguia o que queria. 2 semanas se passaram e sua mãe já estava brigando com ele por estar em mais um relacionamento incerto e sem futuro.
- Filho você não pode ficar com essa garota.
- Meu Deus mãe, a senhora não aprova ninguém, o que foi dessa vez? – Perguntou o garoto já não aguentando mais.
- Ela mora do outro lado da pista, não gosto que se envolva com aquelas pessoas, além disso ela é caixa do pão de açúcar, quais vão ser os seus planos? – Disse sua mãe com desprezo.
Quem conhece a cidade e o bairro entendeu a referência.
- Carol, vamos viajar, o clima aqui em casa ta um porre. – Disse Gabriel pelo celular para sua mais nova namorada.
- Mas o que houve Biel? – Perguntou a loira gata.
- Minha mãe implicando com meus amigos e namoradas como tinha te dito. – Respondeu ele.
- É por que eu sou da rocinha né? Sabia que não daria certo. – Disse ela com uma voz de tristeza
Sim, ela morava na maior favela do país, e trabalhava em um famoso supermercado por aqui, mas isso não vem muito ao caso, a verdadeira história começa na viagem, o verdadeiro terror começa agora.
Já em São Paulo, em um hotel na Av. Paulista, eles olham lá de cima e a rua está começando a ficar cheia, é dia de manifestação no país contra mais alguma coisa que não me lembro ao certo, mesmo assim eles resolvem ir a uma padaria, descem e saem, na volta, a cidade já estava toda iluminada, já era noite, quando de repente no meio da rua.
- Amor quem está gritando desse jeito? – Perguntou Carol assustada
Gabriel tirou os olhos do celular e olhou para sua frente, o grupo mais perto era a cerca de uns 100 a 200 metros, então ele olhou para trás e viu 3 seres que mais pareciam uns monstros ou demônios, estavam um pouco longe, mas logo se aproximavam gritando algo incapaz de identificar.
De longe ele viu a esquerda um ser gordo sem camisa, cheio de pelos, vindo em sua direção, parecendo mais um guarda costa dos outros dois monstros, gritando sem parar.
A direita ele viu um tipo de demônio com uma roupa toda preta, tampando todo o corpo, porém na cabeça ele tinha um tipo de aparelho que envolvia não só os dentes, mas o rosto por inteiro, o monstro segurava uma bandeira vermelha com algo escrito com tinta preta, ele nem se atreveu a ler.
E na parte do meio veio um demônio em forma de mulher, balançando os peitos e com um símbolo em sua barriga, de longe parecia um pentagrama ou algum outro símbolo demoníaco, tinha umas pinturas vermelhas pelo corpo e estava quase toda nua, essa era a que mais gritava, e apesar de ser magrinha era a que mais empunha respeito.
O casal não entendia o que estava acontecendo, entraram em choque e travaram, não conseguiam se mexer, não conseguiam sair dali e os demônios vinham se aproximando, a menos de 30 metros de distância Carol percebeu que não eram apenas 3 deles, mas logo atrás vinha um exército, os dois estavam suando frio, com as pernas bambas, olhavam para os lados e não vinham mais ninguém, somente os monstros vindo em suas direções, porém a uns 5 metros eles perceberam uma coisa, aquilo não era o inferno vindo a São Paulo, era bem pior, era uma manifestação de feministas.
Depois, Gabriel contando essa história para sua mãe, ela pode perceber que Carolina não era uma nora tão ruim assim, e que mesmo não tendo boas condições financeiras, ela pelo menos era uma mulher e não um bicho que acha estar lutando por seus direitos.
Gabriel já namora com Carol a 3 anos e moram em um apê no bairro da Urca.