ATAQUE NUCLEAR
A guerra chegou à cidade
Dizimando impiedosa
Toda a comunidade
Uma imensa onda de fogo
De lava viva e caudalosa
Terror e calamidade
Quem comemora mente,
Ninguém ganha nesse jogo
A guerra é aposta iminente
Onde não há ganhador
O que morreu vira troco
De alma do inquisitor
Muitos flashes fulgurantes
Rasgam o céu cinzento
É anunciado o momento
Que nem tempestade refuta
Deter o calor tão intenso
Tudo se dissolvia abrupta
Das árvores aos pensamentos
O reflexo no céu anuncia
O fim da população
A cidade toda ardia
Numa pira crematória
com a sua radiação
Natureza fauna e flora
A terceira lâmina se faz forte
Da lápide "In Memorian"
Traçando o final juízo
Condenando tudo à morte
Com seu golpe preciso
E cirúrgico faz seu corte
Fritando tudo que toca
A cidade vai se deitando
E ardendo em carne crua
Num imenso leito de morte
Casas pocilgas se tornam
Do cheiro que toma as ruas
A guera espalha o terror,
Maldição de grande porte
Mais uma vez o incontido
Encarna a destruição
Com sua força letal
Descomunal e satânica
Mortos de um desajuízo
E da insatisfação
Não há como se esconder
da grande onda atômica
O gelo que ao derreter
Se funde com o sangue que escorre
Imenso funeral coletivo
E a cidade sem se defender
Violentamente morre
O rei do sobrenatural
Não quer ver ninguém vivo
Impiedoso pôs o destino
Da terra sob suas asas
Não tem pena e nem consenso
É um flagelo nocivo
No artifício da guerra
Há um povo ardendo em brasa
Uma a uma nossas almas
Vão deixando os seus mortos
Anti Cristo, anti corpos
A maldita anti rosa,
Minha sorte, e minha morte
Já pairam por mim ansiosas
Sinto a iminente morte
Enfim, se descortinar
E é melhor logo morrer
A cidade hoje é vítima
De um ataque nuclear
Bobagem é acreditar
Que alguém vá sobreviver