ATAQUE NUCLEAR

A guerra chegou à cidade

Dizimando impiedosa

Toda a comunidade

Uma imensa onda de fogo

De lava viva e caudalosa

Terror e calamidade

Quem comemora mente,

Ninguém ganha nesse jogo

A guerra é aposta iminente

Onde não há ganhador

O que morreu vira troco

De alma do inquisitor

Muitos flashes fulgurantes

Rasgam o céu cinzento

É anunciado o momento

Que nem tempestade refuta

Deter o calor tão intenso

Tudo se dissolvia abrupta

Das árvores aos pensamentos

O reflexo no céu anuncia

O fim da população

A cidade toda ardia

Numa pira crematória

com a sua radiação

Natureza fauna e flora

A terceira lâmina se faz forte

Da lápide "In Memorian"

Traçando o final juízo

Condenando tudo à morte

Com seu golpe preciso

E cirúrgico faz seu corte

Fritando tudo que toca

A cidade vai se deitando

E ardendo em carne crua

Num imenso leito de morte

Casas pocilgas se tornam

Do cheiro que toma as ruas

A guera espalha o terror,

Maldição de grande porte

Mais uma vez o incontido

Encarna a destruição

Com sua força letal

Descomunal e satânica

Mortos de um desajuízo

E da insatisfação

Não há como se esconder

da grande onda atômica

O gelo que ao derreter

Se funde com o sangue que escorre

Imenso funeral coletivo

E a cidade sem se defender

Violentamente morre

O rei do sobrenatural

Não quer ver ninguém vivo

Impiedoso pôs o destino

Da terra sob suas asas

Não tem pena e nem consenso

É um flagelo nocivo

No artifício da guerra

Há um povo ardendo em brasa

Uma a uma nossas almas

Vão deixando os seus mortos

Anti Cristo, anti corpos

A maldita anti rosa,

Minha sorte, e minha morte

Já pairam por mim ansiosas

Sinto a iminente morte

Enfim, se descortinar

E é melhor logo morrer

A cidade hoje é vítima

De um ataque nuclear

Bobagem é acreditar

Que alguém vá sobreviver

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 23/01/2017
Reeditado em 26/04/2018
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