Mudando o passado

Eu voltava do trabalho em meu carro novo, bem, nem tão novo assim, que eu havia acabado de comprar em 40 prestações. Mas, o que isso importa? Era o carro dos meus sonhos, vermelho vivo, como o do meu pai.

Meu pai, que falta ele fazia, pensava, nunca superei sua morte, sobretudo com a forma como se deu, não entendo o suicídio, me formei psiquiátra para entender as rasões dele, porém ainda não entendo, como um homem que tinha tudo, família, dinheiro e prestigio perante a sociedade podia interromper sua vida de uma forma tão trágica?

-Drª Verônica!- Disse um homem batendo no vidro do meu carro.

Eu me sobressaltei com a atitude do estranho, não me lembrava de ninguém com sua fisionomia, nenhum paciente, visinho ou conhecido. Seria um assaltante?

Interrompendo minhas divagações o estranho proceguiu:

-Desculpe incomodá-la, perdói-me se a assustei, creio que não se lembre de mim, na verdade não sei se já havia-mos visto antes. Meu nome é Fernando Moreira, era amigo de seu pai.

Achei aquilo muito estranho, como não iria conhecê-lo, sendo ele amigo de meu pai?

-Será que poderíamos conversar? Tem um café aqui perto onde sei pai e eu freguentava-mos-Disse o homem.

-Tudo bem, vou apenas guardar o carro no estacionamento e em breve estarei de volta.

Segui o homem em silêncio até o café, ao nos acomodarmos em uma mesa ele iniciou a narrativa que mudaria o rumo da minha vida.

-Bom, seu pai era um jornalista ímpar, muito influênte e imparcial, enfim, três meses antes de sua morte, ele descobriu um esquema na Polícia Federal, que consistia do privilégio de informações. Um policial chamado Victor Mendes negociava com pessoas investigadas pela PF, dando-lhes, mediante pagamento,um dociê com informações detalhadas obtidas e manipulando as mesmas.

-Eu sei de tudo isso pois sou detetive e trabalhava para seu pai, obtive a informação de uma fonte segura e, então, a repassei a ele, que após constatar sua verassidade, estava decidido a publicar, porém Victor ficou sabendo disso e passou a nos perseguir.

-Se me permite dizer, não creio que seu pai tenha cometido suicídio, entende? Estou contando tudo isso a você, mas sei que a partir de agora sua vida corre perigo, contudo era desejo de seu pai ver o esquema desmascarado e o culpado atrás das grades.

Pela primeira vez desde que haviamos entrado no café disse:

-Por que demorou tanto tempo para me procurar? Já se passaram cinco anos da morte de meu pai.

-Porque encontrei uma gravação na qual seu pai detalhava o esquema e me pedia que se caso acontecesse algo a ele, que entrasse em contato com você para terminar o que ele havia começado.

-Onde está a gravação?

-Com o Victor, ele arrombou meu apartamento e...

Ele parou de falar de repente, quando ia perguntar o que houve persebi que um homem entrava no café.

-Te aconcelho a tirar os sapatos.

-O quê?

Quando me dei conta estava atravessando o café a toda velossidade. Eu sabia que aquelas horas na academia iam servir de alguma coisa algum dia.

Corremos para fora do lugar, com o homem em nosso encalso. Passavamos entre as pessoas que nos olhavam sem entender nada. Como estava longe o estacionamento, eu ofegava, minhas pernas já demonstravam o cansaço, o homem se aproximava cada vez mais, sentia meu suor enxarcar minha camisa, já ouvia a respiração do meu perseguidor, até que avistei o estacionamento, corri em direção a meu carro, o abri, Fernando sentou no banco do carona e eu liguei a iguinição, ouvi algo metálico batendo no vidro, era o homem com uma arma, o vidro trincou, arranquei a toda velocidade e sai.

Sozinha em meu apartamento comecei a ponderar os acontecimentos, meu pai foi assassinado, mas quem era o tal Fernando, meu pai não cometeu suicídio, em parte fazia sentido, ele jamais se mataria e o tal Victor, do que ele era capaz?

Tentei relaxar, nada melhor que um banho para isso, liguei o chuveiro, esperei a água ficar bem quente e entrei.Quando estava prestes a sair ouvi um ruido, uma porta sendo aberta, sai do chuveiro de pressa e enrolei a toalha ao meu corpo, sai do banheiro, uma pessoa se aproximava, ouvia seus passos em direção aonde eu estava, corri e tranquei a porta, alguém batia furiosamente, forçando a fechadura, as pancadas eram tão fortes que a fechadura estava sedendo, corri de volta ao banheiro, fechei a porta a tempo de ver a cara do homem, era o mesmo que me perseguiu naquele mesmo dia. O que ia fazer, as batidas recomeçaram, dessa vez na porta do banheiro, estava presa em minha própria casa, o trinco sedia, a porta se abriu, tentei ferir o homem com uma lâmina, que apenas raspou seu braço, peguei um vidro de perfume e atirei na cabeça dele, sem êzito, então corri pelo banheiro, ele me pegou pelo braço, imobilizou minhas mãos e me arrastou para fora do banheiro.

-Agora você vem comigo.

Não havia escapatória, o homem era muito forte, para onde ia levar-me, será que o tal Victor iria matar-me, minha mente borbulhava. Ouvi um som, ele me soltou e caiu no chão, era Fernando que o golpeou na cabeça.

-Quem é ele, o Victor?

-Não, um comparsa.Não podemos perder tempo, temos que recuperar a gravação.

-Onde poderemos encontrá-la?

-Temos que ir até a casa de Victor, ele deve ter escondido a gravação lá.

-E como iremos entrar?

-Não iremos, você é quem irá, os empregados dele não te conhece, isso não se aplica a mim, mas não se preocupe, estarei dando cobertura do lado de fora.

Não tive nem tempo para me recuperar do susto, estava dentro do meu carro com o vidro trincado indo à casa de Victor.

Estávamos fora da cidade já havia algum tempo, não conseguia, sequer, prestar atenção à estrada, meus pensamentos estavam voltados para o risco que estava correndo.

-Não se preocupe, primeiro vamos verificar se a barra está limpa, embora eu saiba os seus horários, ele não chegará antes das dez da noite.

Permaneci em silêncio. Após um tempo que me pareceu uma eternidade finalmente chegamos ao nosso destino.

Era uma casa simples, pequena, rodeada de árvores, não era bem o que eu imaginava.

-Vamos ficar aqui por meia hora, decorrido esse tempo, você entra.

Passadas essas infindáveis meia hora, entrei na casa.

Era pequena como eu imaginava ao vê-la por fora, possuia apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro, com poucos móveis dispostos de forma bem organizada. Onde estavam os empregados a que Fernando se referira?.

-Boa tarde minha filha.

Meu coração parou e voltou a bater.

-Procura por Victor? Ele não está, bem, eu já estou indo embora.

-É que ele me pediu para pegar uns papéis, se a senhora não se encomodar, vou procurá-los.

-Bom... bom...

-Não se preocupe, não bagunsarei nada.

Eu sabia que ela me deixaria ficar, essas pessoas simples de mais idade possuem muita sensibilidade a mocinhas educadas, sobretudo quando seus patróes são homens.

Sozinha na casa de Victor comecei a procurar pela sala, felizmente eram poucos os móveis e rapidamente passei a outro cômodo.Já estava escuro, por isso me chamou a atenção uma luz vinda do lado de fora da casa, o vulto de um homem caminhava em direção à porta da sala, a casa possuia apenas uma entrada e conseguentemente uma saída, tinha que dar um jeito de ir embora.

Fui andando pé ante pé até a sala, nem respirando para não emitir nenhum som, o homem estava na cozinha, prestes a acender a luz, saltei para fora no momento em que o homem acionou o interruptor, mas não fui rápida o suficiênte e ele me viu.

Corri em direção as árvores, estava escuro, por isso seguia as cegas, tentava guardar distância do perseguidor, porém, ele possuia melhor conhecimento do perímetro. Os galhos das árvores arranhavam minha pele, senti meus pés pisando em um buraco e eu caí, o homem estava bem perto agora, senti agarrar o meu braço, mas me desvensiliei e reiniciei a corrida, o cansaço era bem maior agora em relação a perseguição no café, meus pés e pernas latejavam, meus arranhões doiam, sem falar nos nervos, antes que eu pudesse ter alguma reação, senti algo pulando por cima de mim, o homem me segurou e prendeu meus braços e mãos, tentava lutar contra ele, mas não tinha forças, gritava, mas ninguém me ouvia.

-Poupe suas energias, estamos a quilômetros de distância da civilização.

O desespero me invadiu, onde estava o Fernando? Eu estava perdida.

Ele me levou de volta à casa e me trancou no quarto, era o meu fim.

Algumas horas já havia se passado, meus olhos se acostumaram a escuridão e eu já destinguia o contorno dos móveis, tudo estava silêncioso, até que algo quebrou o silêncio, um grito, barulho de luta na sala, seria o Fernando lutando com meu rapitor. Tudo ficou quieto novamente.

O trinco se moveu e a porta se abriu, me encolhi de pavor, um homem, mas não era Fernando e tão pouco o rapitor, porém a sua fisionomia não me era estranha, seria Victor que viera para me matar?

-Boa noite Drª Verônica, gostaria que me acompanhace, no caminho te explicarei tudo.

-Mas, mas, quem é você, o Victor?

-Não Drª, meu nome é Fernando Moreira, trabalhava para seu pai.

-Oquê? Não pode ser, eu estava com você e não era você, eu...

-Não podemos ficar conversando aqui, temos que deter Victor, ele deve estar em seu apartamento procurando a gravação e se ele encontrá-la irá destruí-la, então, ficará empune.

Estava dentro do carro, desta vez não era o meu, minha cabeça dando voltas, em quem acreditar?

-Eu sou detetive, como seu pai era muito conhecido, ele me contratou para averiguar informações, até que, com a ajuda de um amigo que tínhamos na PF, descobrimos o esquema do privilégio de informações, então, Victor começou a ameaçárnos, eu fiquei assustado e me afastei do caso, seu pai, porém, não desistiu e reuniu provas, quando ia revelá-las, Victor o matou. Pensei que tudo estaria perdido, pois não tinha provas, todavia, tudo mudou ontem, com a morte do nosso informante da PF, ele me deixou um bilhete, no qual revelava a existência de um DVD, no qual seu pai expunha todas as provas.

-E por que ele não revelou a você?

-Eu me afastei do caso, depois que ele matou minha esposa.

-Ele escreveu no bilhete que havia escondido o DVD em seu apartamento, mas que você não sabia de nada.

Nem tive tempo para pedir maiores explicações, já estava no estacionamento do meu apartamento, subindo de elevador até o meu andar.

-Victor pensou que eu não viria, está sozinho. Disse Fernando.

Ele tirou algo do bolso, uma arma, senti um arrepio na espinha, entramos no apartamento em silêncio, a luz do meu quarto estava aceza, corremos para lá, Fernando partiu para cima do homem, quando vi seu rosto, levei um susto, era Fernando, bom..., Victor, estava confusa.

Eles começaram a brigar, Fernando tentou sacar a arma, mas o outro segurou seu braço e a arma caiu, ele investiu contra Fernando dando-lhe um sôco no nariz que fez surgir um fio de sangue, Fernando revidou com um chute e um sôco que o derrubou no chão, começaram a rolar pelo tapete, um investindo contra o outro, queria fazer algo, mas meus músculos estavam rígidos como rocha. O outro levantou-se segurando a arma na mão.

-O que veio fazer aqui? Seu covarde.

-Vim fazer justiça, pelo meu amigo e minha mulher.

-Como está Drª? Meu contratado a tratou bem?

-De quem era a casa, por que me levou pra lá, quem é você?

-Meu nome é Victor Mendes, seu pai queria destruir meu esquema rentável, ele poderia ter permanecido com vida, se tivesse feito como Fernando e se afastado dos meus negócios. A mulher daquele traidor que morreu ontem me contou do bilhete, não queria matá-la Drª, pois voltaria a tona a história do suicídio e levantaria suspeitas, mas tinha que recuperar o DVD, então decidi me passar por alguém em quem você confiaria, contratei um homem para “nos perseguir” e aluguei aquela casa bem afastada para destraí-la e... se o plano desse errado..., enquanto isso vim ao seu apartamento para procurar a gravação, mas acho que vou ter de matar...

Ouvi um barulho ensurdecedor, algo vermelho escorria, o baque surdo do corpo de Victor caindo no chão.

Dormi em um hotel, acordei cedo, ao ler o jornal constatei que Victor não tinha morrido, mas estava sob custódia federal e que seria reaberto o inquérito da morte de seu pai e da esposa de Fernando. Ao colocar o jornal sobre a mesa alguém bateu à porta.

-São para a senhora.

Peguei o buquê de flores, li o bilhete, Fernando me convidando para sair.

Fim

Mudando o Passado

Eu voltava do trabalho em meu carro novo, bem, nem tão novo assim, que eu havia acabado de comprar em 40 prestações. Mas, o que isso importa? Era o carro dos meus sonhos, vermelho vivo, como o do meu pai.

Meu pai, que falta ele fazia, pensava, nunca superei sua morte, sobretudo com a forma como se deu, não entendo o suicídio, me formei psiquiátra para entender as rasões dele, porém ainda não entendo, como um homem que tinha tudo, família, dinheiro e prestigio perante a sociedade podia interromper sua vida de uma forma tão trágica?

-Drª Verônica!- Disse um homem batendo no vidro do meu carro.

Eu me sobressaltei com a atitude do estranho, não me lembrava de ninguém com sua fisionomia, nenhum paciente, visinho ou conhecido. Seria um assaltante?

Interrompendo minhas divagações o estranho proceguiu:

-Desculpe incomodá-la, perdói-me se a assustei, creio que não se lembre de mim, na verdade não sei se já havia-mos visto antes. Meu nome é Fernando Moreira, era amigo de seu pai.

Achei aquilo muito estranho, como não iria conhecê-lo, sendo ele amigo de meu pai?

-Será que poderíamos conversar? Tem um café aqui perto onde sei pai e eu freguentava-mos-Disse o homem.

-Tudo bem, vou apenas guardar o carro no estacionamento e em breve estarei de volta.

Segui o homem em silêncio até o café, ao nos acomodarmos em uma mesa ele iniciou a narrativa que mudaria o rumo da minha vida.

-Bom, seu pai era um jornalista ímpar, muito influênte e imparcial, enfim, três meses antes de sua morte, ele descobriu um esquema na Polícia Federal, que consistia do privilégio de informações. Um policial chamado Victor Mendes negociava com pessoas investigadas pela PF, dando-lhes, mediante pagamento,um dociê com informações detalhadas obtidas e manipulando as mesmas.

-Eu sei de tudo isso pois sou detetive e trabalhava para seu pai, obtive a informação de uma fonte segura e, então, a repassei a ele, que após constatar sua verassidade, estava decidido a publicar, porém Victor ficou sabendo disso e passou a nos perseguir.

-Se me permite dizer, não creio que seu pai tenha cometido suicídio, entende? Estou contando tudo isso a você, mas sei que a partir de agora sua vida corre perigo, contudo era desejo de seu pai ver o esquema desmascarado e o culpado atrás das grades.

Pela primeira vez desde que haviamos entrado no café disse:

-Por que demorou tanto tempo para me procurar? Já se passaram cinco anos da morte de meu pai.

-Porque encontrei uma gravação na qual seu pai detalhava o esquema e me pedia que se caso acontecesse algo a ele, que entrasse em contato com você para terminar o que ele havia começado.

-Onde está a gravação?

-Com o Victor, ele arrombou meu apartamento e...

Ele parou de falar de repente, quando ia perguntar o que houve persebi que um homem entrava no café.

-Te aconcelho a tirar os sapatos.

-O quê?

Quando me dei conta estava atravessando o café a toda velossidade. Eu sabia que aquelas horas na academia iam servir de alguma coisa algum dia.

Corremos para fora do lugar, com o homem em nosso encalso. Passavamos entre as pessoas que nos olhavam sem entender nada. Como estava longe o estacionamento, eu ofegava, minhas pernas já demonstravam o cansaço, o homem se aproximava cada vez mais, sentia meu suor enxarcar minha camisa, já ouvia a respiração do meu perseguidor, até que avistei o estacionamento, corri em direção a meu carro, o abri, Fernando sentou no banco do carona e eu liguei a iguinição, ouvi algo metálico batendo no vidro, era o homem com uma arma, o vidro trincou, arranquei a toda velocidade e sai.

Sozinha em meu apartamento comecei a ponderar os acontecimentos, meu pai foi assassinado, mas quem era o tal Fernando, meu pai não cometeu suicídio, em parte fazia sentido, ele jamais se mataria e o tal Victor, do que ele era capaz?

Tentei relaxar, nada melhor que um banho para isso, liguei o chuveiro, esperei a água ficar bem quente e entrei.Quando estava prestes a sair ouvi um ruido, uma porta sendo aberta, sai do chuveiro de pressa e enrolei a toalha ao meu corpo, sai do banheiro, uma pessoa se aproximava, ouvia seus passos em direção aonde eu estava, corri e tranquei a porta, alguém batia furiosamente, forçando a fechadura, as pancadas eram tão fortes que a fechadura estava sedendo, corri de volta ao banheiro, fechei a porta a tempo de ver a cara do homem, era o mesmo que me perseguiu naquele mesmo dia. O que ia fazer, as batidas recomeçaram, dessa vez na porta do banheiro, estava presa em minha própria casa, o trinco sedia, a porta se abriu, tentei ferir o homem com uma lâmina, que apenas raspou seu braço, peguei um vidro de perfume e atirei na cabeça dele, sem êzito, então corri pelo banheiro, ele me pegou pelo braço, imobilizou minhas mãos e me arrastou para fora do banheiro.

-Agora você vem comigo.

Não havia escapatória, o homem era muito forte, para onde ia levar-me, será que o tal Victor iria matar-me, minha mente borbulhava. Ouvi um som, ele me soltou e caiu no chão, era Fernando que o golpeou na cabeça.

-Quem é ele, o Victor?

-Não, um comparsa.Não podemos perder tempo, temos que recuperar a gravação.

-Onde poderemos encontrá-la?

-Temos que ir até a casa de Victor, ele deve ter escondido a gravação lá.

-E como iremos entrar?

-Não iremos, você é quem irá, os empregados dele não te conhece, isso não se aplica a mim, mas não se preocupe, estarei dando cobertura do lado de fora.

Não tive nem tempo para me recuperar do susto, estava dentro do meu carro com o vidro trincado indo à casa de Victor.

Estávamos fora da cidade já havia algum tempo, não conseguia, sequer, prestar atenção à estrada, meus pensamentos estavam voltados para o risco que estava correndo.

-Não se preocupe, primeiro vamos verificar se a barra está limpa, embora eu saiba os seus horários, ele não chegará antes das dez da noite.

Permaneci em silêncio. Após um tempo que me pareceu uma eternidade finalmente chegamos ao nosso destino.

Era uma casa simples, pequena, rodeada de árvores, não era bem o que eu imaginava.

-Vamos ficar aqui por meia hora, decorrido esse tempo, você entra.

Passadas essas infindáveis meia hora, entrei na casa.

Era pequena como eu imaginava ao vê-la por fora, possuia apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro, com poucos móveis dispostos de forma bem organizada. Onde estavam os empregados a que Fernando se referira?.

-Boa tarde minha filha.

Meu coração parou e voltou a bater.

-Procura por Victor? Ele não está, bem, eu já estou indo embora.

-É que ele me pediu para pegar uns papéis, se a senhora não se encomodar, vou procurá-los.

-Bom... bom...

-Não se preocupe, não bagunsarei nada.

Eu sabia que ela me deixaria ficar, essas pessoas simples de mais idade possuem muita sensibilidade a mocinhas educadas, sobretudo quando seus patróes são homens.

Sozinha na casa de Victor comecei a procurar pela sala, felizmente eram poucos os móveis e rapidamente passei a outro cômodo.Já estava escuro, por isso me chamou a atenção uma luz vinda do lado de fora da casa, o vulto de um homem caminhava em direção à porta da sala, a casa possuia apenas uma entrada e conseguentemente uma saída, tinha que dar um jeito de ir embora.

Fui andando pé ante pé até a sala, nem respirando para não emitir nenhum som, o homem estava na cozinha, prestes a acender a luz, saltei para fora no momento em que o homem acionou o interruptor, mas não fui rápida o suficiênte e ele me viu.

Corri em direção as árvores, estava escuro, por isso seguia as cegas, tentava guardar distância do perseguidor, porém, ele possuia melhor conhecimento do perímetro. Os galhos das árvores arranhavam minha pele, senti meus pés pisando em um buraco e eu caí, o homem estava bem perto agora, senti agarrar o meu braço, mas me desvensiliei e reiniciei a corrida, o cansaço era bem maior agora em relação a perseguição no café, meus pés e pernas latejavam, meus arranhões doiam, sem falar nos nervos, antes que eu pudesse ter alguma reação, senti algo pulando por cima de mim, o homem me segurou e prendeu meus braços e mãos, tentava lutar contra ele, mas não tinha forças, gritava, mas ninguém me ouvia.

-Poupe suas energias, estamos a quilômetros de distância da civilização.

O desespero me invadiu, onde estava o Fernando? Eu estava perdida.

Ele me levou de volta à casa e me trancou no quarto, era o meu fim.

Algumas horas já havia se passado, meus olhos se acostumaram a escuridão e eu já destinguia o contorno dos móveis, tudo estava silêncioso, até que algo quebrou o silêncio, um grito, barulho de luta na sala, seria o Fernando lutando com meu rapitor. Tudo ficou quieto novamente.

O trinco se moveu e a porta se abriu, me encolhi de pavor, um homem, mas não era Fernando e tão pouco o rapitor, porém a sua fisionomia não me era estranha, seria Victor que viera para me matar?

-Boa noite Drª Verônica, gostaria que me acompanhace, no caminho te explicarei tudo.

-Mas, mas, quem é você, o Victor?

-Não Drª, meu nome é Fernando Moreira, trabalhava para seu pai.

-Oquê? Não pode ser, eu estava com você e não era você, eu...

-Não podemos ficar conversando aqui, temos que deter Victor, ele deve estar em seu apartamento procurando a gravação e se ele encontrá-la irá destruí-la, então, ficará empune.

Estava dentro do carro, desta vez não era o meu, minha cabeça dando voltas, em quem acreditar?

-Eu sou detetive, como seu pai era muito conhecido, ele me contratou para averiguar informações, até que, com a ajuda de um amigo que tínhamos na PF, descobrimos o esquema do privilégio de informações, então, Victor começou a ameaçárnos, eu fiquei assustado e me afastei do caso, seu pai, porém, não desistiu e reuniu provas, quando ia revelá-las, Victor o matou. Pensei que tudo estaria perdido, pois não tinha provas, todavia, tudo mudou ontem, com a morte do nosso informante da PF, ele me deixou um bilhete, no qual revelava a existência de um DVD, no qual seu pai expunha todas as provas.

-E por que ele não revelou a você?

-Eu me afastei do caso, depois que ele matou minha esposa.

-Ele escreveu no bilhete que havia escondido o DVD em seu apartamento, mas que você não sabia de nada.

Nem tive tempo para pedir maiores explicações, já estava no estacionamento do meu apartamento, subindo de elevador até o meu andar.

-Victor pensou que eu não viria, está sozinho. Disse Fernando.

Ele tirou algo do bolso, uma arma, senti um arrepio na espinha, entramos no apartamento em silêncio, a luz do meu quarto estava aceza, corremos para lá, Fernando partiu para cima do homem, quando vi seu rosto, levei um susto, era Fernando, bom..., Victor, estava confusa.

Eles começaram a brigar, Fernando tentou sacar a arma, mas o outro segurou seu braço e a arma caiu, ele investiu contra Fernando dando-lhe um sôco no nariz que fez surgir um fio de sangue, Fernando revidou com um chute e um sôco que o derrubou no chão, começaram a rolar pelo tapete, um investindo contra o outro, queria fazer algo, mas meus músculos estavam rígidos como rocha. O outro levantou-se segurando a arma na mão.

-O que veio fazer aqui? Seu covarde.

-Vim fazer justiça, pelo meu amigo e minha mulher.

-Como está Drª? Meu contratado a tratou bem?

-De quem era a casa, por que me levou pra lá, quem é você?

-Meu nome é Victor Mendes, seu pai queria destruir meu esquema rentável, ele poderia ter permanecido com vida, se tivesse feito como Fernando e se afastado dos meus negócios. A mulher daquele traidor que morreu ontem me contou do bilhete, não queria matá-la Drª, pois voltaria a tona a história do suicídio e levantaria suspeitas, mas tinha que recuperar o DVD, então decidi me passar por alguém em quem você confiaria, contratei um homem para “nos perseguir” e aluguei aquela casa bem afastada para destraí-la e... se o plano desse errado..., enquanto isso vim ao seu apartamento para procurar a gravação, mas acho que vou ter de matar...

Ouvi um barulho ensurdecedor, algo vermelho escorria, o baque surdo do corpo de Victor caindo no chão.

Dormi em um hotel, acordei cedo, ao ler o jornal constatei que Victor não tinha morrido, mas estava sob custódia federal e que seria reaberto o inquérito da morte de seu pai e da esposa de Fernando. Ao colocar o jornal sobre a mesa alguém bateu à porta.

-São para a senhora.

Peguei o buquê de flores, li o bilhete, Fernando me convidando para sair.

Fim

Eu voltava do trabalho em meu carro novo, bem, nem tão novo assim, que eu havia acabado de comprar em 40 prestações. Mas, o que isso importa? Era o carro dos meus sonhos, vermelho vivo, como o do meu pai.

Meu pai, que falta ele fazia, pensava, nunca superei sua morte, sobretudo com a forma como se deu, não entendo o suicídio, me formei psiquiátra para entender as rasões dele, porém ainda não entendo, como um homem que tinha tudo, família, dinheiro e prestigio perante a sociedade podia interromper sua vida de uma forma tão trágica?

-Drª Verônica!- Disse um homem batendo no vidro do meu carro.

Eu me sobressaltei com a atitude do estranho, não me lembrava de ninguém com sua fisionomia, nenhum paciente, visinho ou conhecido. Seria um assaltante?

Interrompendo minhas divagações o estranho proceguiu:

-Desculpe incomodá-la, perdói-me se a assustei, creio que não se lembre de mim, na verdade não sei se já havia-mos visto antes. Meu nome é Fernando Moreira, era amigo de seu pai.

Achei aquilo muito estranho, como não iria conhecê-lo, sendo ele amigo de meu pai?

-Será que poderíamos conversar? Tem um café aqui perto onde sei pai e eu freguentava-mos-Disse o homem.

-Tudo bem, vou apenas guardar o carro no estacionamento e em breve estarei de volta.

Segui o homem em silêncio até o café, ao nos acomodarmos em uma mesa ele iniciou a narrativa que mudaria o rumo da minha vida.

-Bom, seu pai era um jornalista ímpar, muito influênte e imparcial, enfim, três meses antes de sua morte, ele descobriu um esquema na Polícia Federal, que consistia do privilégio de informações. Um policial chamado Victor Mendes negociava com pessoas investigadas pela PF, dando-lhes, mediante pagamento,um dociê com informações detalhadas obtidas e manipulando as mesmas.

-Eu sei de tudo isso pois sou detetive e trabalhava para seu pai, obtive a informação de uma fonte segura e, então, a repassei a ele, que após constatar sua verassidade, estava decidido a publicar, porém Victor ficou sabendo disso e passou a nos perseguir.

-Se me permite dizer, não creio que seu pai tenha cometido suicídio, entende? Estou contando tudo isso a você, mas sei que a partir de agora sua vida corre perigo, contudo era desejo de seu pai ver o esquema desmascarado e o culpado atrás das grades.

Pela primeira vez desde que haviamos entrado no café disse:

-Por que demorou tanto tempo para me procurar? Já se passaram cinco anos da morte de meu pai.

-Porque encontrei uma gravação na qual seu pai detalhava o esquema e me pedia que se caso acontecesse algo a ele, que entrasse em contato com você para terminar o que ele havia começado.

-Onde está a gravação?

-Com o Victor, ele arrombou meu apartamento e...

Ele parou de falar de repente, quando ia perguntar o que houve persebi que um homem entrava no café.

-Te aconcelho a tirar os sapatos.

-O quê?

Quando me dei conta estava atravessando o café a toda velossidade. Eu sabia que aquelas horas na academia iam servir de alguma coisa algum dia.

Corremos para fora do lugar, com o homem em nosso encalso. Passavamos entre as pessoas que nos olhavam sem entender nada. Como estava longe o estacionamento, eu ofegava, minhas pernas já demonstravam o cansaço, o homem se aproximava cada vez mais, sentia meu suor enxarcar minha camisa, já ouvia a respiração do meu perseguidor, até que avistei o estacionamento, corri em direção a meu carro, o abri, Fernando sentou no banco do carona e eu liguei a iguinição, ouvi algo metálico batendo no vidro, era o homem com uma arma, o vidro trincou, arranquei a toda velocidade e sai.

Sozinha em meu apartamento comecei a ponderar os acontecimentos, meu pai foi assassinado, mas quem era o tal Fernando, meu pai não cometeu suicídio, em parte fazia sentido, ele jamais se mataria e o tal Victor, do que ele era capaz?

Tentei relaxar, nada melhor que um banho para isso, liguei o chuveiro, esperei a água ficar bem quente e entrei.Quando estava prestes a sair ouvi um ruido, uma porta sendo aberta, sai do chuveiro de pressa e enrolei a toalha ao meu corpo, sai do banheiro, uma pessoa se aproximava, ouvia seus passos em direção aonde eu estava, corri e tranquei a porta, alguém batia furiosamente, forçando a fechadura, as pancadas eram tão fortes que a fechadura estava sedendo, corri de volta ao banheiro, fechei a porta a tempo de ver a cara do homem, era o mesmo que me perseguiu naquele mesmo dia. O que ia fazer, as batidas recomeçaram, dessa vez na porta do banheiro, estava presa em minha própria casa, o trinco sedia, a porta se abriu, tentei ferir o homem com uma lâmina, que apenas raspou seu braço, peguei um vidro de perfume e atirei na cabeça dele, sem êzito, então corri pelo banheiro, ele me pegou pelo braço, imobilizou minhas mãos e me arrastou para fora do banheiro.

-Agora você vem comigo.

Não havia escapatória, o homem era muito forte, para onde ia levar-me, será que o tal Victor iria matar-me, minha mente borbulhava. Ouvi um som, ele me soltou e caiu no chão, era Fernando que o golpeou na cabeça.

-Quem é ele, o Victor?

-Não, um comparsa.Não podemos perder tempo, temos que recuperar a gravação.

-Onde poderemos encontrá-la?

-Temos que ir até a casa de Victor, ele deve ter escondido a gravação lá.

-E como iremos entrar?

-Não iremos, você é quem irá, os empregados dele não te conhece, isso não se aplica a mim, mas não se preocupe, estarei dando cobertura do lado de fora.

Não tive nem tempo para me recuperar do susto, estava dentro do meu carro com o vidro trincado indo à casa de Victor.

Estávamos fora da cidade já havia algum tempo, não conseguia, sequer, prestar atenção à estrada, meus pensamentos estavam voltados para o risco que estava correndo.

-Não se preocupe, primeiro vamos verificar se a barra está limpa, embora eu saiba os seus horários, ele não chegará antes das dez da noite.

Permaneci em silêncio. Após um tempo que me pareceu uma eternidade finalmente chegamos ao nosso destino.

Era uma casa simples, pequena, rodeada de árvores, não era bem o que eu imaginava.

-Vamos ficar aqui por meia hora, decorrido esse tempo, você entra.

Passadas essas infindáveis meia hora, entrei na casa.

Era pequena como eu imaginava ao vê-la por fora, possuia apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro, com poucos móveis dispostos de forma bem organizada. Onde estavam os empregados a que Fernando se referira?.

-Boa tarde minha filha.

Meu coração parou e voltou a bater.

-Procura por Victor? Ele não está, bem, eu já estou indo embora.

-É que ele me pediu para pegar uns papéis, se a senhora não se encomodar, vou procurá-los.

-Bom... bom...

-Não se preocupe, não bagunsarei nada.

Eu sabia que ela me deixaria ficar, essas pessoas simples de mais idade possuem muita sensibilidade a mocinhas educadas, sobretudo quando seus patróes são homens.

Sozinha na casa de Victor comecei a procurar pela sala, felizmente eram poucos os móveis e rapidamente passei a outro cômodo.Já estava escuro, por isso me chamou a atenção uma luz vinda do lado de fora da casa, o vulto de um homem caminhava em direção à porta da sala, a casa possuia apenas uma entrada e conseguentemente uma saída, tinha que dar um jeito de ir embora.

Fui andando pé ante pé até a sala, nem respirando para não emitir nenhum som, o homem estava na cozinha, prestes a acender a luz, saltei para fora no momento em que o homem acionou o interruptor, mas não fui rápida o suficiênte e ele me viu.

Corri em direção as árvores, estava escuro, por isso seguia as cegas, tentava guardar distância do perseguidor, porém, ele possuia melhor conhecimento do perímetro. Os galhos das árvores arranhavam minha pele, senti meus pés pisando em um buraco e eu caí, o homem estava bem perto agora, senti agarrar o meu braço, mas me desvensiliei e reiniciei a corrida, o cansaço era bem maior agora em relação a perseguição no café, meus pés e pernas latejavam, meus arranhões doiam, sem falar nos nervos, antes que eu pudesse ter alguma reação, senti algo pulando por cima de mim, o homem me segurou e prendeu meus braços e mãos, tentava lutar contra ele, mas não tinha forças, gritava, mas ninguém me ouvia.

-Poupe suas energias, estamos a quilômetros de distância da civilização.

O desespero me invadiu, onde estava o Fernando? Eu estava perdida.

Ele me levou de volta à casa e me trancou no quarto, era o meu fim.

Algumas horas já havia se passado, meus olhos se acostumaram a escuridão e eu já destinguia o contorno dos móveis, tudo estava silêncioso, até que algo quebrou o silêncio, um grito, barulho de luta na sala, seria o Fernando lutando com meu rapitor. Tudo ficou quieto novamente.

O trinco se moveu e a porta se abriu, me encolhi de pavor, um homem, mas não era Fernando e tão pouco o rapitor, porém a sua fisionomia não me era estranha, seria Victor que viera para me matar?

-Boa noite Drª Verônica, gostaria que me acompanhace, no caminho te explicarei tudo.

-Mas, mas, quem é você, o Victor?

-Não Drª, meu nome é Fernando Moreira, trabalhava para seu pai.

-Oquê? Não pode ser, eu estava com você e não era você, eu...

-Não podemos ficar conversando aqui, temos que deter Victor, ele deve estar em seu apartamento procurando a gravação e se ele encontrá-la irá destruí-la, então, ficará empune.

Estava dentro do carro, desta vez não era o meu, minha cabeça dando voltas, em quem acreditar?

-Eu sou detetive, como seu pai era muito conhecido, ele me contratou para averiguar informações, até que, com a ajuda de um amigo que tínhamos na PF, descobrimos o esquema do privilégio de informações, então, Victor começou a ameaçárnos, eu fiquei assustado e me afastei do caso, seu pai, porém, não desistiu e reuniu provas, quando ia revelá-las, Victor o matou. Pensei que tudo estaria perdido, pois não tinha provas, todavia, tudo mudou ontem, com a morte do nosso informante da PF, ele me deixou um bilhete, no qual revelava a existência de um DVD, no qual seu pai expunha todas as provas.

-E por que ele não revelou a você?

-Eu me afastei do caso, depois que ele matou minha esposa.

-Ele escreveu no bilhete que havia escondido o DVD em seu apartamento, mas que você não sabia de nada.

Nem tive tempo para pedir maiores explicações, já estava no estacionamento do meu apartamento, subindo de elevador até o meu andar.

-Victor pensou que eu não viria, está sozinho. Disse Fernando.

Ele tirou algo do bolso, uma arma, senti um arrepio na espinha, entramos no apartamento em silêncio, a luz do meu quarto estava aceza, corremos para lá, Fernando partiu para cima do homem, quando vi seu rosto, levei um susto, era Fernando, bom..., Victor, estava confusa.

Eles começaram a brigar, Fernando tentou sacar a arma, mas o outro segurou seu braço e a arma caiu, ele investiu contra Fernando dando-lhe um sôco no nariz que fez surgir um fio de sangue, Fernando revidou com um chute e um sôco que o derrubou no chão, começaram a rolar pelo tapete, um investindo contra o outro, queria fazer algo, mas meus músculos estavam rígidos como rocha. O outro levantou-se segurando a arma na mão.

-O que veio fazer aqui? Seu covarde.

-Vim fazer justiça, pelo meu amigo e minha mulher.

-Como está Drª? Meu contratado a tratou bem?

-De quem era a casa, por que me levou pra lá, quem é você?

-Meu nome é Victor Mendes, seu pai queria destruir meu esquema rentável, ele poderia ter permanecido com vida, se tivesse feito como Fernando e se afastado dos meus negócios. A mulher daquele traidor que morreu ontem me contou do bilhete, não queria matá-la Drª, pois voltaria a tona a história do suicídio e levantaria suspeitas, mas tinha que recuperar o DVD, então decidi me passar por alguém em quem você confiaria, contratei um homem para “nos perseguir” e aluguei aquela casa bem afastada para destraí-la e... se o plano desse errado..., enquanto isso vim ao seu apartamento para procurar a gravação, mas acho que vou ter de matar...

Ouvi um barulho ensurdecedor, algo vermelho escorria, o baque surdo do corpo de Victor caindo no chão.

Dormi em um hotel, acordei cedo, ao ler o jornal constatei que Victor não tinha morrido, mas estava sob custódia federal e que seria reaberto o inquérito da morte de seu pai e da esposa de Fernando. Ao colocar o jornal sobre a mesa alguém bateu à porta.

-São para a senhora.

Peguei o buquê de flores, li o bilhete, Fernando me convidando para sair.

Fim

Rose Wega
Enviado por Rose Wega em 22/07/2014
Reeditado em 24/07/2014
Código do texto: T4891919
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