Carol e Ana Capítulo 3

Os ponteiros do relógio marcavam 2:45 da manhã quando o delegado Kennedy chegou ao local do crime já cheio de policiais. Uma jovem estava morta sobre uma mesa. Seu corpo estava completamente despido e totalmente roxo. Seu crânio estava meio aberto. Seu olho direito solto perto do rosto, deixando um vácuo no seu lugar de origem. No canto da sala, caído no chão e se acabando de chorar, estava o pai da jovem.

Kennedy saiu da cozinha e foi ao encontro de sua melhor agente, Claudia, que tinha mandado chamar a perícia para examinar o corpo. Não precisou examinar muito para constatar que a causa da morte havia sido as pancadas, causadas por um taco de beisebol. Não haviam encontrado impressões digitais nem sangue de outra pessoa no corpo da jovem, e não havia indícios de briga, constatando que a vítima não teve a chance de se defender e lutar contra seu agressor.

O pai da jovem fizera Claudia e Kennedy prometerem que fariam tudo o que fosse possível para prenderem o responsável por aquela atrocidade. Infelizmente não seria tão fácil assim, pelo menos para um dos dois.

***

Monique e Berenice chegaram juntas na casa de Carol por volta das 10 horas da manhã. Ana acabara de acordar e abrira a porta. Assustou-se ao ver as duas amigas de Carol chorando.

- O que houve? - perguntou Ana.

- Uma tragédia, eu nem consigo contar direito. Diz para ela Monique.

- Houve um assassinato. A Bruna foi morta.

- O que? Quando que isso aconteceu?

- Ontem a noite. Seu rosto está todo desfigurado. O velório está sendo na casa dela. O enterro é hoje a tarde. Estamos indo para lá nos despedi, já avisamos a todo mundo. Você vai?

- Sim, eu vou. Mas eu acabei de acordar. Vão andando na frente eu vou comer alguma coisa e apareço por lá.

- Então nesse caso a gente está indo. Mas por que você está sorrindo?

- Eu? Vocês sabem, minha mãe morreu há pouco tempo e agora a Bruna. Meu tio está lá dentro e ainda está muito abalado com a morte da mamãe. Estou fazendo um esforço para entrar sorrindo para ele não se preocupar.

- Entendo. Bom, estamos indo, nos vemos lá.

- Está bem.

Mas Ana nunca apareceu no velório. Tinha planos melhores para aquela tarde. Vestiu um vestido estampado da mãe de Carol, pegou as luvas que encontrara na casa de Bruna e saiu cuidadosamente para o tio não perceber. Chegou à casa de Eduardo 20 minutos depois. Tocou a campainha e de dentro da casa saiu a mãe dele.

- Carol, que surpresa agradável.

- O Eduardo está?

- Ele foi ao enterro da Bruna. Você não foi?

- Não. Minha mãe morreu há pouco tempo, não estava me sentindo a vontade para enterrar outra pessoa.

- Entendo.

- Eu posso esperá-lo?

- Claro que sim minha filha. Mas não sei se ele vai demorar.

- Não tem problema não.

- Por que você está de luva minha filha?

- Alergia.

A porta se fecha, Ana sorri.

Icaro Sunderland
Enviado por Icaro Sunderland em 05/09/2015
Código do texto: T5371494
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