Os Segredos da Rua Baker - O presente de natal

Diana entra na 221B da rua Baker e vê Irene jogada na mesa com um copo virado e uma garrafa perto. Ela verifica a irmã que acorda.

-Ainda vou chegar aqui e encontrar você morta! – Diana exclama.

-Talvez, mas não pelo motivo que está pensando.

-Irene, você precisa parar de beber dessa forma.

-O que veio fazer aqui?

-Não posso mais visitar minha própria irmã?

-Você claramente traz novidades, diga logo.

Diana senta na poltrona.

-Quando voltei da casa dos nossos pais com o Sean, após a reunião de natal…

-O que a nossa mãe estava pensando ao fazer isso?

-Irene, passamos anos separados e quando nos juntamos papai a levou pra longe ao seu pedido…

-Para a proteção dela.

-Eu sei, mas ainda assim. É o primeiro natal que estamos juntos e sem maiores problemas. Ela quis comemorar.

-Foi uma ideia terrível.

-Não foi tão ruim. – Irene a olhou. – Se você e o papai não tivessem discutido tanto não teria sido tão ruim.

-Se ele não tivesse sido tão irritante, eu não teria de discutir.

-Tio Watson tem razão, vocês dois parecem mais duas crianças birrentas do que pai e filha.

-Por que é mesmo que está aqui?

-Por causa disso. -Diana tira um relógio no formato de violino da bolsa. Irene imediatamente levanta e o pega. – Quando cheguei do natal, esse relógio estava na porta, endereçado a mim.

-Eu já vi isso antes.

-O que?

Ela devolve para a irmã, vai até o quarto e quando vota é com um relógio igual.

-Eu recebi aos quatorze anos.

-Foi nessa época que seus pesadelos pioraram.

-Também foi quando comecei a desconfiar sobre os pesadelos serem lembranças e isso ser um sinal do Sherlock. Porém, no momento vejo que não se trata disso.

-Bom, eu tenho certeza.

-Como?

-Junto com o presente de natal recebi esse bilhete.

“O tempo está correndo e o seu acabando

Esteja preparada, pois logo sua vida mudará

Após uma surpresa no amor

Um fim irá encontrar.”

-Uma ameaça!

-Irene, por que está sorrindo?

-O que?

-Eu acabo de te mostrar uma clara ameaça a minha vida e você está sorrindo.

-Tenho esperado por isso há algum tempo.

-Como assim? Por ter recebido o mesmo presente antes?

-Nunca se perguntou o motivo de terem sequestrado a nossa mãe e terem nos deixado vivas?

-O Morse falou naquela vez. Ele queria destruir nossa família por completo, mas seria muito fácil matar duas crianças.

-Oh Diana não seja tão boba. Morse nunca esteve por completo por trás disso tudo. Ele sequestrou ao Sherlock e a mim, mas Lilian? Isso não foi ele.

-E quem foi?

-Não tenho ideia. Porém, tenho certeza de que sempre teve alguém por trás do Morse. Um patrocinador.

-O que faremos agora?

-Absolutamente nada.

-Nada?

-Esse presente foi comprado em um loja fora da Inglaterra, pode ir até a loja e não descobrirá nada a respeito do comprador. No entanto, após tantos anos foi enviado o mesmo presente para você e com uma clara ameaça. Ele fará outro movimento em breve.

-Ele?

-Óbvio! Entre logo inspetor… – Ela fala sem olhar pra porta. – Você aí parado está começando a me irritar.

-Como sabia? – Ele disse ao adentrar ao recinto.

-Seus passos não são tão irreconhecíveis assim. Um caso?

-Sim. Vamos precisar de você também, Diana, melhor as duas verem isso.

Irene pegou sua tradicional jaqueta e cachecol. Elas foram com o John até um parque de diversões, lá um homem por volta dos quarenta anos estava morto em um dos brinquedos de um carrossel.

Diana vai até os peritos recolhendo material e Irene não tira os olhos do homem, indo direto até ele como se estivesse hipnotizada. Analisa todo o corpo e o local utilizando sua lupa. John se aproxima.

-Alguma ideia?

-Algumas. – Ela cheira a boca do defunto. – Só falarei sobre elas após o resultado que Diana me enviar.

-Até lá o que fará?

-Você vai atrasar-se para o seu encontro se ficar aqui me fazendo perguntas. – Irene passou a fitá-lo.

-Encontro? – Disse Diana. – Conheceu alguém John?

-Uma adorável garota em um pub. Vamos jantar hoje.

-Desejo que dê tudo certo.

-Obrigado. – John procurou Irene, mas ela aproveitou da distração dele para sumir sem responder qualquer pergunta. – Bom, cansei de esperar que o olhar da Irene em relação a mim mude.

-Faz bem. Nem consigo imaginar a Irene em um relacionamento, o melhor realmente é partir pra outra.

Diana deixou um John pensativo ao ir para o laboratório. Ele foi ao encontro, foi uma noite agradável, até dormiram juntos, mas não iria muito além disso, infelizmente seu sentimento por Irene ainda era muito forte.

Quando Irene entrou no laboratório Diana já tinha os resultados em mãos. Falou sobre terem encontrado vestígios de veneno no corpo, no entanto essa não foi a causa da morte.

-Sim, vi gotículas nos lábios dele, com certeza administraram o veneno após a morte.

-Por que fazê-lo engolir veneno se já o haviam matado a tiros?

-Porque, queria irmã, o veneno é a pista.

-Essa pista nos leva em qual direção?

-Até a Cúpula dos Nobres. Lembra-se de um caso em que encontrou vestígios de um veneno antigamente utilizado pela União Soviética?

-Sim, o K-2.

-Qual veneno foi utilizado?

-Cicuta.

Irene sai com Diana logo atrás, elas vão até uma das sedes da Cúpula dos Nobres, a única que alguém de fora da ordem poderia entrar sem maiores problemas. Mesmo Irene Sendo a mestre, ela não pode quebrar certas regras. A Cúpula lhe dava muito acesso e poder que poderiam ser úteis novamente, apesar dela ter se afastado colocando Mycroft para cuidar de seus interesses.

Em um armário no laboratório do local, ela encontrou um vidro que mostrou para Diana. O conteúdo era de cicuta, pelo pó ao redor do local Irene teve a certeza de terem tirado dali o necessário para colocar no homem no parque.

-O Morse pode estar por trás disso?

-Totalmente fora de questão.

-Quem era o homem no parque?

-Ele fazia parte da Cúpula dos nobres, entrou no mesmo período que eu.

-Por que o mataram? O que sabe até agora?

-Eu sei que nos queriam nesse caso; sei que quem lhe enviou aquele presente fez o segundo movimento mais rápido do que imaginei.

-O que faremos agora?

-Vamos descobrir quem realmente sequestrou a Lilian. – Irene sorri. – O jogo está rolando novamente Diana, na verdade, ele nunca parou. Essa é a porta de entrada para algo ainda maior.

Diana se mostra apreensiva e Irene animada. As duas seguem com as investigações voltadas para o sequestro da mãe. Porém, passam-se meses sem descobrir muita coisa, nisso Diana aproveita para fazer uma viagem com Sean. Enquanto isso ocorre, Mycroft recebe uma visita inesperada até mesmo para ele. Uma mulher alta, bonita e elegante entra me seu escritório. Na primeira olhada ele já tem noção de quem ela realmente é.

-Você? – Diz ele. – Eu deveria saber.

-Olá, pai. Eu preciso da sua ajuda.

ALANY ROSE
Enviado por ALANY ROSE em 06/01/2017
Código do texto: T5873918
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