O que eu vejo

Eu vejo um estranho,

Alguém errático pela casa,

Um pássaro sem uma asa,

Fico arrepiada com seu jeito medonho.

Acomodado com a vida que tem,

Estático com seu dia monótono, calmo,

Uma irreal criatura de um salmo,

Com uma tola máscara que se mantêm.

Desinteressado nos meus dilemas,

Desinteressante, parte da massa uniformizada,

Decepção; nunca quis a parte pesada,

Decepcionante na resolução dos problemas.

A carapuça serviu a anos,

Acabou com MEUS planos,

Vivendo no automático, com script,

Mas meu caro: tempus fugit, tempus fugit.

Permitir meu jardim,

Pra você foi um favor,

Um propósito pra mim,

Para acabar com a dor.

Que pagamento para suportar,

Seu mal humor, sua mudança,

Para conduzir este contrato, esta dança,

Cedeu um canto para não se importar.

Separar não era uma opção,

Continuaria com meu tormento,

Me torturar, seria sua ação,

Eu decidi e NÃO lamento.

Me arrependeria se fosse bom,

Se deixasse um legado,

Não fosse integrante do gado,

Aceitando; sem emitir som.

E nesses dias te fodi com gentileza,

Foram almoços e jantares excelentes,

Via o maxilar dançando, mostrando dentes,

Um bicho, uma besta, com clareza.

Quantidades cavalares de veneno, de mágoa,

Seu sangue tóxico e não sabia,

Se doasse para alguém, mataria,

Mais, ainda mais denso que a água.

Agora tomba a cabeça na mesa,

Continuo comendo outra comida,

Perecendo me deixou saída,

Apodrecendo, para que eu lhe esqueça.

Macarrão com almôndegas, o melhor,

Delicioso, enquanto controlo o pior.

Dependendo da visão qualquer coisa é monstruosa,

Até o rosto de quem mais gosta.

Raoni Barone
Enviado por Raoni Barone em 09/04/2017
Reeditado em 09/04/2017
Código do texto: T5966041
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