Os casos de John Rio

O mundo mudou, mas eu ainda sou o mesmo. Eu ainda tenho os meus valores que hoje em dia não valem nada. Eu sou da velha escola e o que isso quer dizer? Que dizer respeito! Eu sou a velha arvore que não dar mais frutos, que as folhas caíram e seus galhos secaram, mas minhas raízes estão bem fincadas. Eu fui plantado junto a um ribeiro por isso eu não morro de sede. Eu sozinho acabei com a gangue do beco... Aqueles putos, eles tinham estilo e armas, mas eu... Eu tinha a coragem de dez homens. Eu desci sobre eles como o espírito Santo no dia de pentecoste, eu era o fogo consumidor! Mas naquela época eu era um jovem detetive sem nada a temer. Quando eu acordava e colocava os pés no chão o diabo tremia e dizia ‘’ oh Deus, ele acordou’’. Já fui emboscado na porta de casa por dois brancos racistas e armados os desgraçados da KKK. Eu fui levado para um terreno baldio, eles cavaram uma cova funda, mas não sabiam eles que estavam cavando a própria cova. Eu consegui me soltar eu era bom nisso. Desde criança eu conseguia sair de lugares estreitos e perigosos... Eu já fui atropelado por um carro o cara que fez isso era um negro forte, ele saiu do carro e cuspiu em meu rosto. No dia seguinte eu estava urinado em sua cova. Eu não tive filho nem esposa. Não me levem a mal, mas eu seria um fraco se tivesse família, eles seriam caçados assim como eu fui, eles podiam morrer e isso mexeria comigo de uma forma tão forte que só Deus para me segurar. Conheci uma garota uma vez, ela sorriu para mim, fizemos amor no mesmo dia e no mesmo dia eu sumir. Às vezes eu penso nela... A garota de olhos grande e lábios quentes como conhaque.

Todos nós temos inimigos, às vezes nós somos inimigos de nós mesmo. Eu era meu pior inimigo. Eu sempre tentava provar para mim mesmo que eu podia ir mais além, mas eu estava me levando à morte. Eu me lembro de quando o meu inimigo me olhou nos olhos e disse que éramos parecidos. Éramos sozinhos, ele um assassino e eu um assassino de bandidos. Ele saltou do prédio e eu fiquei olhando-o se esborrachar no chão, os cães vieram e comeram metade de sua cabeça e tomaram seu sangue. Os ratos devoraram o restante, bem que podia ser eu estendido no chão. Eu voltei para casa, ela é bem grande ou pode ser eu que seja pequeno, eu pensei em estourar minha cabeça. Ninguém ligaria, eu nunca tive amigos. Ninguém iria ao meu enterro e talvez saísse uma nota no jornal ‘’ detetive se suicida em casa’’ eu tenho irmãos, mas eles não falam comigo. Prendi meu irmão mais velho por tráfico de drogas e a minha irmã por uma clínica de aborto no porão da casa. Isso fez minha família rachar, mas no final eu fiquei sozinho. Ninguém me liga no natal e nem no meu aniversário. Eu também não ligo para essas datas idiotas criadas por idiotas. Eu amo meu trabalho e se for para morrer eu não quero morrer em casa dormindo ou enfartar logo depois que pegar o jornal do lado de fora da casa. Eu quero morre em missão eu quero dar minha vida pelo que acredito eu quero morrer exercendo meu oficio. Estou velho estou mais perto da morte eu sei que em algum lugar um jornalista medíocre que me odeia assim como eu odeio toda essa corja de abutres já deve ter escrito uma matéria sobre minha morte. Vão puxar meu saco para depois puxar meu tapete. Estou indo para meu último caso não porque eu quero, mas os burocratas do departamento me disseram que eu estou velho demais para esse serviço. Quem são eles para me dizer isso? A maioria deles cagavam nas calças quando eu prendi Marlon o ladrão de joias. E onde eles estavam quando uma maluca entrou no departamento com uma granada e eu sozinho a desarmei? Eu podia escrever vários contos sobre os meus casos ou poderia escrever um livro, mas minhas histórias são só minhas e dos envolvidos nelas. Você me pediu para escrever e eu escrevi se você acha que essa narrativa está curta...Então venha na minha casa que lhe conto detalhe por detalhe.

PS.

O café acabou e traga o guarda chuva parece que vai chover.

sparrow
Enviado por sparrow em 22/09/2017
Reeditado em 09/05/2019
Código do texto: T6121677
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