CRIME PASSIONAL

Não havia mais nada, apenas medo e desejo entre nós, as palavras eram difíceis de sair, os olhares se desviavam a todo momento, meu peito apertado com tanto sentimento, não queria mais ouvir o que teus gestos deixavam claro, não eras mais minha. O encanto se acabara, seu sorriso, antes fácil, era agora uma face dura, gestos contidos, estudados, guardava tuas coisas apressada, querias ir logo pra teu novo destino, e me torturava saber o local, e com quem. Parecia loucura que tanto sentimento de repente nada mais significasse, e eu estava prestes a enlouquecer contigo.

Como ente rastejante, pedi que ficasses, mas não ouvias minhas súplicas, dizias frases sem nexo e gritavas louca. Como um ser amante, tentando acalmar te, segurei teus braços, teus cabelos num toque bem forte. Eu queria que ficasses e por isso ignorei tuas palavras, tua súplica, teus gritos. Achei que assim, segurando teu corpo, te teria comigo, por fim, segurei forte em teu pescoço, até que a força se fosse de ti. Então, sorri feliz e aliviado porque agora sim, eras minha.

Morta...e para sempre, minha !

Só me dei conta de que iria enlouquecer por ti quando vi sua alma voar solta pela janela afora.

Adriana Alves (Poetisa Lancinante)
Enviado por Adriana Alves (Poetisa Lancinante) em 17/10/2009
Código do texto: T1872414
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