O carnaval de John Lee

É carnaval e John Lee não vai ficar em casa. Hoje não. Jamais. Vestiu sua roupa mais sociável e saiu rumo ao bar.

Mesmo sem amigos uma pessoa não deve ficar trancada em casa no carnaval. Nem mesmo ele. O anti-social, o totalmente dispensável, John Lee. Tudo bem, não ia ser o carnaval ideal de ninguém, mas ao menos hoje ele não ficará em frente da TV assistindo os desfiles das escolas de samba. É carnaval! Todos se divertem no carnaval. John não poderia perder algo com tamanha grandeza como essa época do ano, mesmo sem saber o motivo da festa ela é sua chance de fazer algo. A oportunidade de dizer nos dias que sucedem que ele fez alguma coisa divertida.

Checou a carteira no bolso da calça e subiu a rua até o bar do outro lado do bairro.

“Gosto de Brahma! Não é muito forte, nem muito fraca. È a melhor!”

Ele ensaiou o comentário enquanto voltava do trabalho. Pensava também em engrossar a voz para parecer mais seguro, talvez mais perigoso - já que nunca se sabe o tipo de sujeito que nós podemos encontrar nos bares da vida - no entanto ele descartou a idéia.

Fazia calor durante a noite. John chegou ao bar um pouco suado, depois de se perder entre as esquinas.

- Uma Brahma. – pediu no balcão.

Um homem magro e de nariz comprido pareceu filosofar por alguns instantes sobre o que aquele tipo de moleque fazia ali. Enfim lhe entregou a cerveja.

John Lee só entendeu a duvida do magrelo depois que se virou e olhou ao redor.

Então percebeu quais os tipos de pessoas freqüentavam o local. As mesas rodeadas por senhores com cabelos grisalhos, os restantes nem cabelo tinham. Todos com suas vozes fracas de tão gastas com o passar dos anos, jogando baralho, contando as histórias do passado e fumando seus cigarros sem se preocuparem com os problemas que o mesmo poderia lhes causar.

Talvez o magrelo do balcão fosse o mais novo ali, o único com cabelos escuros ainda, mesmo que o boné com os dizeres “JOÃO PEREIRA. VEREADOR” os escondesse bem.

Não tinha mesa vazia. John Lee procurou no meio da multidão alguma com pelo menos um lugar vago, não importava se já tivessem outros sentados ao seu lado. Reparou que em baixo do seu nariz havia uma mesa com apenas um senhor sentado bem próximo ao balcão.

O velho parecia encantado ao ver o desfile do carnaval, deveria ser para ele a maior putaria que ele graças aos deuses tem o prazer de assistir sem ter que pegar vídeos nas seções para adultos da locadora, tomando o máximo de cuidado para que as pessoas próximas do balcão não vejam a capa.

Sem pedir licença, mas bem sorrateiro John Lee pôs sua cerveja e seu copo na mesa antes de sentar, fez questão de que copo estalasse como se quisesse avisar ao senhor em frente – um pouco distraído com o rebolado da mulata na TV – que iria ficar ali, lhe fazendo companhia.

Por fim com o consentimento do senhor ele se sentou. Deu um sorriso como agradecimento e começou a encher seu copo; a espuma escorreu pela beirada até molhar a mesa e marcar um circulo ao redor.

– Da pra ver que não costuma beber.

John Lee se assustou com a repentina descoberta de que o velho prestava atenção nele e não mais na tv.

– Não! Não, eu sou distraído assim, bem atrapalhado mesmo.

O Velho soltou uma gargalhada baixa e raquítica.

– Garoto. Faz tempo que não vejo uns como você – disse o velho enquanto ria. – por onde andam os da sua.

O rapaz – frustrado – não respondeu, apenas bebeu seu primeiro gole como se fosse água, pelo menos foi o que tentou, a diferença é que esqueceu talvez pelo nervosismo de abrir direito a boca, o resultado foi sua camisa molhada com cerveja. E mais umas risadas disfarçadas do velho.

– Sabe garoto. – disse o sarcástico idoso – Ao menos você tem coragem, ainda não saiu correndo. – continuou com a risada asmática. – Qual seu nome?

– Pode me chamar de John Lee.

O velho dava mais um gole em sua cerveja, depois que ouviu aquele nome assim sem prévio aviso cuspiu tudo para fora. Como uns daqueles artistas de rua fazem com fogo, só que sem o fogo.

John Lee começava a achá-lo constrangedor, pelo menos as pessoas ao redor pareciam apenas ser enfeites, decorações quase reais que só serviam para dizer que o bar era freqüentado.

– Esse é o seu nome? - perguntou o velho.

– Não é um nome, quer dizer é, mas, eu que o adotei. – respondeu. - É assim que me chamam os amigos da internet.

– Então nem quero saber o seu nome verdadeiro, deve ser mil vezes mais feio que esse. – caiu na gargalhada. - Por que colocou esse nome tão escroto em você mesmo garoto?

– Bem, parece ser um nome de alguém valentão e ao mesmo tempo soa engraçado... é como de Chuck Norris, já ouviu?

– Confesso que dessa vez não vi nenhuma graça.

John ficou sem graça.

– Então, qual o nome do senhor?

– O meu? – corrigiu a postura, nem parecia tão velho e bêbado. – Me chame de Thir, e até o final dessa noite, quem sabe, pode me chamar como meus amigos me chamam.

John Lee pensou em dizer que o nome dele também não era algo lírico. Deixou a idéia de lado era melhor puxar a conversa para outros rumos, aquele homem aparentava ter criatividade o bastante para passar a noite toda fazendo piadas dele sem se incomodar que façam as consigo também.

Tomou seu copo bem devagar. E ao final do gole sentia um gosto estranho na boca, tinha vontade de coçar toda a garganta por dentro.

– Sabe de uma coisa John. – exclamou o velho. - Antigamente as pessoas filosofavam meses antes de dar um nome há alguém.

John Lee percebeu que ali começara a sessão nostalgia do velho.

– E hoje não?

– Não como antes. Sou de um tempo em que os nomes tinham significados profundos.

– Como aqueles do tipo “o filho da luz”, “o guerreiro destemido” ou do tipo “o homem generoso”.

– É. Você entendeu a idéia. É um garoto esperto, mesmo não sabendo beber cerveja.

Enquanto o velho tirava sarro da sua cara, John Lee tentava se acostumar com aquele gosto azedo, e com o fato da maioria das pessoas adorarem cerveja. Talvez todas elas, sem exceções, somente fingem gostar. E assim vão todos, espalhando mil elogios falsos a bebida candidata a substituta do néctar dos deuses. Competindo com outras, é claro. Mas sem duvida, competindo. Ocorreu-lhe o pensamento: os deuses gostam de seu néctar? Ou todos assim como nós fingimos gostar para aparentarmos ser sociável? Enfim reparou na bebida de Thir.

– O que o senhor esta tomando? – perguntou John Lee.

Thir girou a garrafa para mostrar que não tinha rótulo.

– Já não lembro qual é? – disse.

O garoto olhou para a garrafa com metade da bebida ainda dentro. Pegou a sua e enchei mais um copo. Sem assunto, começou a olhar ao redor. O bar, as pessoas, a rua. Então de repente soltou a pergunta.

– Está sempre por aqui?

O velho mais uma vez gargalhou.

– Assim parece que você esta me cantando garoto... – encheu mais uma vez seu copo. – Pela minha memória faz uns cinco minutos que eu entrei, mas a sensação é de que faz anos que pedi essa garrafa, e ainda não acabei com ela.

– “Bêbado” – pensou John Lee.

O balconista entregou mais uma garrafa com qualquer coisa que John Lee julgou ser alcoólica para um homem gordo e de barba grande, que falava num tom próximo ao de uma trombeta. O homem parecia ser o líder da roda de amigos do outro lado do bar jogando baralho, era claro não por causa dele, mas pelos seus amigos que o olhavam como quem encara num momento de descontração seu chefe, aquele que você sente receio em contrariar, por que se não pode perder o emprego no dia seguinte. John Lee se perguntava se aquele homem estava sentado em apenas uma cadeira, e se a coitada conseguia agüentá-lo. Também se questionou aonde o gordo havia esquecido o pescoço.

– Encantado com o homem da voz grossa ali? – perguntou Thir.

Nem o próprio John percebeu sua leve distração.

– Não, é que...

– A voz dele tem o poder de convocar qualquer homem para uma guerra ao seu lado. O nome dele significa algo como: “O líder das tropas divinas”.

– E qual o significado do seu?

– Ah... Já me esqueci, sabe, quando você não faz justiça ao seu nome, você acaba esquecendo ele. – Thir examinou o copo depois de mais um gole. – Deve ter uns quarenta tipos de doenças aqui, esse magrelo aí no balcão não lava porra nenhuma.

– Você se preocupa mesmo com o significado do nome. – John se reconfortou na cadeira, o pouco álcool que ingeriu já fazia efeito, já sentia que controlava seu corpo como se fosse uma marionete. – É melhor ele ali anotar o nome num papel, porque se não vai esquecer. Não tem guerra aqui.

Ele esperou que o velho risse daquilo que achava ser uma boa piada. Ao contrario, o velho ficou ali calado esperando que algum “insight” lhe invadisse a mente.

– Como não há guerras? Olhe para TV! – disse. – Há uma guerra ali no meio do desfile, e ninguém percebe.

John tinha ficado de costas para a televisão, virou o pescoço até não conseguir mais e inclinou a cabeça para olhar.

– Bem, é um desfile de carnaval... Deve valer alguma coisa, se não por que gastar tanto com essas coisas todas?

– Ah menino. Vou te contar uma coisa que nem sua mãe, nem seu avô, sua professora, o padre e nem o jornal nacional lhe contaram: Existem lugares muito mais eficientes para se travar uma batalha. E nem sempre estão a vista.

Só tem duas alternativas quando um velho lhe conta algo que você acredita ser absurdo. A primeira é realmente acreditar, e a segunda fingir confiar em cada palavra do coitado, só para não deixá-lo triste. John escolheu a segunda.

– Dessa eu não sabia. – ergueu as sobrancelhas em sinal de surpresa, sem olhar o velho, mirou a garrafa para encher o copo.

No entanto quando um homem velho percebe que as pessoas não acreditam em nada do que ele diz, ele só tem duas opções. A de provar que fala a verdade, ou simplesmente ficar quieto e se reconfortar nos pensamentos mais comuns que existe, o famoso: “ninguém acredita em min”. Que só perde em banalidade para os “pop stars”: “ninguém é meu amigo” e “ninguém gosta de min”, eis a santíssima trindade da baixa auto-estima. Pai, filho, e Espírito Santo do negativismo. O velho escolheu a primeira.

– Uma coisa que eu odeio é quando as pessoas só acreditam no que vêem. – disse o velho. – Perca de tempo. Todos inúteis.

Sem perceber John Lee tinha quase terminado sua Brahma, restavam alguns poucos “ml’s” que ele não fazia questão de terminar. Já tinha provado a si mesmo que como todo ali, ele também bebia cerveja.

– Zé Magrelo! – gritou Thir. – O menino já terminou a dele. Traga uma das minhas aqui!

O homem do balcão terminou de entregar umas três garrafas na roda que jogava truco, foi até detrás do seu balcão e pegou mais uma garrafa suada para o jovem John Lee.

– É por minha conta garoto. – disse Thir assim que o magrelo pos a cerveja na mesa.

– Não. – John surpreendeu-se com a oferta - Acho que você não vai querer me ver bêbado.

– Mais uma garrafa não mata. E se morrer bebendo a culpa não é do álcool, é quase sempre do coração. – mais uma vez aquela piada que só é engraçada para quem conta.

John tinha medo de não entender o que o velho queria dizer. Por isso dava uma risada falsa sempre que seu faro lhe indicasse uma piada sem graça.

Foi inevitável à sensação de que a tortura começaria outra vez.

– E como você fica bêbado?

– Bem... começo a ficar um pouco escandaloso...

O Velho socou a mesa e soltou um grito como se triunfasse sobre John.

– Há! Pois esta no lugar certo garoto. Pode se soltar.

A cadeira se fazia inútil para ele agora. Ficou de pé e ensaiou um samba desajeitado. John ficou com o rosto vermelho, depois ensaiou um sorriso que queria dizer “tudo bem, esta tudo nos conformes, não fique aflito”.

O bar ficou silencioso por um momento.

Até que outro senhor ali próximo se levantou, quis ensinar Thir a dançar da maneira como sua família vinda da Escócia dançava. Foi então que os dois juntaram algumas mesas, subiram em cima, e dançaram como se fosse um casal bêbado. Ao redor os outros começaram a dar risadas, inclusive o próprio John que se aliviou em ver que ninguém, absolutamente ninguém lhe dava atenção. A turma fez uma roda, batiam palmas e cantavam para os dois bêbados.

Foi então que Thir empurrou o velho Escocês para baixo do seu palco improvisado e fez sinal para que todos ficassem em silêncio.

– Meus caros colegas desse bar imundo onde a cada dia que se passa a cerveja fica mais quente. - Ele se encurvou para olhar o magrelo e narigudo dono do bar. – Eu tenho aqui comigo um amigo, um novo amigo. Seu nome é John Lee.

O garoto foi ovacionado pelos velhotes. Thir fez com que ele subisse ao palco improvisado, John Lee tentou escapar, mas a roda já havia fechado. Todos os olhares voltados para ele, olhos na expectativa de algo satisfatório e alegremente divertido, o que o pobre rapaz tinha certeza que não corresponderia.

– A partir de hoje esse é nosso novo companheiro. – continuou Thir. – Vamos brindar a sua vinda, e que sejam duradouras as histórias dos feitos desse rapaz nessa guerra.

Os velhos mais uma vez se manifestaram alegres e emocionados levantando os braços no ar, agora um grito de guerra. Sem entender John tentava parecer alegre e disposto à brincadeira.

– Um brinde! – Gritou Thir.

E todos gritaram com ele. Menos John Lee.

Até o velho gordo que parecia ser alguém imponente e autoritário no meio daquela multidão grisalha já parecia mais afetivo e comum. Pegou a garrafa de John e entregou na mão do garoto.

John ficou sem entender o olhar brilhante e esperançoso do gordo. Apenas segurou sua garrafa sem saber o que fazer, ria como se fosse aquilo que eles queriam que ele fizesse apenas subir e ouvir algumas palavras.

– Beba. – disse Thir em voz baixa, como se tudo fosse uma peça onde John simplesmente esqueceu suas falas.

Sem delongas John Lee bebeu. Numa situação onde estamos pressionados, fazemos coisas que nós mesmos duvidamos, e John Lee bebeu a garrafa inteira num só gole.

Enquanto sentia a cerveja descer a garganta tão gelada, a multidão ria e o admirava. Não percebia se fazia algo bom ou ruim, mas, fez até o fim, puro impulso.

Todos ficaram em silêncio quando ele terminou.

Foram cinco segundos de onde só se ouvia o barulho da TV. Depois mais um grande grito e mais risos.

Passaram a dançar e cantar musicas sobre homens que realizaram grandes feitos heróicos no passado, John Lee não entendera o nome de nenhum deles, apenas dançava ao canto dos velhos. Seu corpo seguia o ritmo de tambores, que ele podia muito bem escutar, mas não ver, em lugar algum. As batidas estremeciam seus braços e tronco.

Com a cabeça baixa John tentou olhar seus pés, mesmo eles perdidos na multidão de pares de sapatos por ali. Ainda sentia-se como um fantoche, controlando seu corpo como se estivesse fora dele. Mais alguns gritos de guerra, algumas rodadas daquela bebida estranha e o bar já não eram o mesmo, olhando ao redor percebeu que o lugar era muito maior do que pensava, estava mais tosco que antes, e exalava cheiro de terra pelo ar amarelado.

Os gritos ecoavam distorcidos pelo bar. John Lee parou para limpar o suor da testa. Viu que os velhos já nem eram tão velhos assim, algo havia mudado, não percebeu quando e nem como isso acontecera. Procurou Thir pelo salão, achou-o vindo em sua direção como se ele também o procurasse.

Ao redor da silhueta de Thir algo emanava, uma aura. Na cabeça do velho uma nuvem emanava sem explicação lógica. John Lee evitou o velho por um momento.

Elas tomavam formas densas que planavam sobre a cabeça de Thir, ao redor o mesmo acontecia com os demais. Além do bar, rua afora, mais formas plasmáticas se juntavam, pareciam tomar vida própria, rastejavam pelas ruas sem dono.

As pessoas caminhavam e a cada palavra, a cada pensamento, essas criaturas que nasciam como nuvens caiam da cabeça de seus criadores, saiam das suas bocas, rastejavam aos seus pés como crianças.

John Lee não estava mais no bar, ao menos em mente.

Estava sentado no fundo do ônibus. Havia um casal na sua frente. Aquelas “coisas” saiam da cabeça de ambos, a do homem predominava sobre a mulher, era mais densa, enquanto a da mulher parecia fraca.

Aos poucos aquele o plasma cercava a mulher, a mesma tinha no rosto uma expressão triste. O homem por sua vez, ganhava cada vez mais força no seu sorriso. John Lee só via os lábios se mexer durante a conversa entre os dois, era o necessário, podia sentir aquela conversa. De alguma maneira era como se pudesse entender apenas ao olhar a essência de todos os discursos.

A fumaça cobriu a mulher, ficou por um tempo enquanto o homem mexia os lábios. Quando a começa esvaeceu, no lugar da mulher havia uma copia do homem, que a olhava com êxito. Homem e cópia então se abraçaram e se beijaram, e aos poucos a copia era absorvida pelo homem até que só restou ele no banco.

John voltou a si!

– Agora compreende? – veio a voz distorcida de Thir. – Há uma guerra presente no nosso dia a dia filho...

Toda a visão do garoto se dissolveu e o bar tomou conta da paisagem.

A musica tinha acabado, ninguém mais dançava. Os velhos estavam todos olhando para John. Eram outros senhores agora. Thir estava à frente da turma junto com o velho gordo. Vestia botas e uma cota de malha, na cintura embainhava uma espada. Tinham agora uma aparência austera.

Confuso John Lee fugiu.

Enquanto corria as vozes saiam do mais longínquo do seu inconsciente: “Qual é o seu nome?”, “Guerra!”. Elas o aterrorizavam. Gelavam a espinha. Aos poucos tudo voltava ao normal, já se encontrava numa rua longe do bar. Dava graças a Deus pelo pesadelo ter passado.

Chegou zonzo em casa. O suor frio cobria o rosto, sentia os olhos secos, não conseguia piscá-los. Ainda não era meia noite. Sua mãe estava na sala dormindo com a televisão ligada. Pensou em deitar-se antes que ela acordasse, assim evitava perguntas. Cobriu-a com a cobertor caído no chão, pegou o controle e mirou a televisão para desligá-la. Passava o desfile de uma das escolas de samba, seu enredo falava sobre deuses, magia e toda a mitologia. No carro alegórico que passava estava o velho com quem acabara de tomar cerveja. Mais jovem e imponente, sobre a guarda de passistas, passistas que marchavam como soldados até a guerra.