POEMA PARA O DIA DAS MÃES, de Apolônio Alves

Vários poetas versaram

Belas canções maternais,

Os temas já se esgotaram

Mas pretendo versar mais

Sobre minha mãe querida

Os meus deveres exigem,

Por ela ter sido origem

Dos dias da minha vida.

Lá da santa eternidade

Mamãe, implore a Jesus

Que ajude por caridade

Eu carregar minha cruz

Pr um caminho sensato

E guie mais os passos meus

Pelo santo amor de Deus,

Perdoe este filho ingrato.

Fui um filho ingrato, sim!

Por não ter reconhecido

O que mamãe fez por mim...

Em não ter correspondido

Com a dor do sentimento

Chorar muito eu necessito

Lamento triste e aflito

Com grande arrependimento.

Mamãe, aceite a mensagem

Que lhe envio de presente...

Quero prestar-lhe homenagem

“Remorsionadamente”

E cheio de nostalgia.

Reflito, muito sentido,

Por não ter retribuído

O que você merecia.

Quem tiver sua mãe viva

Levante as mãos para o céu

Que uma mamãe compassiva

Não deixa um filho ao léu...

A minha já fez partida...

Deixou-me banhado em choro

Perdi o maior tesouro

Que já possuí na vida.

São nove meses de dores

O quanto uma mãe padece

E mais muitos dissabores

Que o filho não reconhece

Quanto uma mãe sofredora

Do filho tudo defende,

Mas o filho não entende

O valor da genitora.

Este lindo poema foi escrito pelo grande poeta popular Apolônio Alves dos Santos (1926 – 1998), autor de O Herói João Canguçu, entre outros clássicos do cordel. O presente poema foi publicado como apêndice ao folheto A MOÇA QUE SE CASOU 14 VEZES E CONTINUOU DONZELA, do mesmo autor, editado pela Luzeiro,de São Paulo. (Marco Haurélio)

Literatura de Cordel
Enviado por Literatura de Cordel em 10/05/2006
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