Cordel #081: MOSTREMOS QUE TEMOS SISO

O ato de se pagar

Em troca de algum favor,

Ao fruto de algum lavor,

É o que pode propagar

A prática do pré-pagar.

Primeiro, se favorece,

É fato que a moral desce;

Sujeito fica viciado,

Com esse mal decepcionado,

Corrupção acontece.

Até meu cachorro aprendeu;

Me obedece por prazer,

Por respeito, comprazer;

Sem suborno se rendeu,

Ao dono que amor sempre deu.

Mas, há o que não obedece,

Se o suborno não acontece,

Pois foi mal acostumado,

Corrompido, subornado.

Só faz quando lhe apetece.

Corrupção acontece;

É contrassenso à razão;

Bons costumes em contramão.

Esse mal ninguém merece

E a si mesmo desmerece.

É um toma lá, dá cá,

Quiquiqui com cacacá;

O erário vai roubando,

Bem público dilapidando;

É carta certa a marcar.

São contratos viciados,

Cláusulas pró-forma e então,

Com toda corrupção,

Deixa todos revoltados,

Com efeito, envergonhados.

Nos condenam sem fiança,

Perderam o fiel da balança,

Os nossos representantes,

Junto aos seus militantes,

Perdemos a confiança.

Voltando ao assunto suborno,

É uma falta de respeito

Agir assim, desse jeito.

Vem, ronda, sonda o entorno,

Pois sempre requer seu retorno.

Tem todo rapto, um raptor;

Pra cada ato, um ator;

Cada malandro, sua treita;

Todo bandido, sua peita;

Corrupto, corruptor.

Não pode assim continuar;

Um basta à corrupção

Nessa próxima eleição.

Sei que vão-se insinuar,

Falsas promessas no ar.

Basta de falso sorriso,

Despertar, sei que é preciso.

Chega! Sem mais ludibrio!

Somos povo que tem brio;

Mostremos que temos siso.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 30/10/2011
Reeditado em 30/10/2011
Código do texto: T3306475
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