VIDA ENGRAÇADA E CHEIA DE SURPRESAS.

Eu aqui com meus botões,

Fico sempre a imaginar,

Os porquês de nossa vida,

Tem tanto a nos ensinar,

Seja preto, ou seja, branco,

Aqui ou em qualquer canto,

Será polido onde passar.

É por isso que acredito,

Que a vida é engraçada,

Para alguns muito cruel,

Não dando direito a nada,

E pra outros calma mansa,

Com alegrias e bonanças,

Por toda a sua jornada.

Enquanto uns passa fome,

Tem outro a desperdiçar,

Suas sobras são banquetes,

Pra quem vive a mendigar,

Que perecem sem saber,

Inda que queira entender,

Respostas nunca achará.

Uns usam terno importado,

Caros e cheios de ombreira,

Enquanto outros coitados,

Têm nos brechós suas eiras,

E por precárias condições,

Vivem sem nenhuns tostões,

Como classes de terceiras.

Uns vivem de bolso cheios,

Sem fazer contas de nada,

Enquanto que tantos outros,

Esbarram na encruzilhada,

Vão correndo atrás da sorte,

Isso até que chega a morte,

E dê fim nessa empreitada.

Às vezes fico pensando,

Como esse mundo é ingrato,

Uns vivem de pança cheira,

Jogando um tanto no mato,

Enquanto existem milhares,

Que apesar dos pesares,

Não tem nada em seu prato.

Poucos tem altos salários,

Milhares de baixa renda,

Sem teto e sem esperança,

Numa situação horrenda,

Vivem debaixo das pontes,

Ou na encosta dos montes,

Da miséria uma oferenda.

Tantos reclamam da sorte,

Tendo tudo em suas mãos,

Num mundo onde milhares,

Choram por faltar-lhe pão,

Tem tantos fazendo farra,

Cantando que nem cigarra,

Distante da preocupação.

Na tristeza chora o pobre,

Sem ter pra quem apelar,

Mesmo de coração nobre,

Conforto vive a buscar,

Assim desgasta-se na lida,

Mas confessa que a vida,

É dureza pra encarar.

Nesses paraísos fiscais,

Estão cheios de tubarões,

No subúrbio das capitais,

Os casebres são mansões,

Nasceu em berço de ouro,

Vale bem mais o seu choro,

Que a festa de um pobretão.

Não fica sem ser cobrado,

Quem aflige o jornaleiro,

Embora muitos se percam,

Na ganancia por dinheiro,

Pra quem vive de trapaças,

Um dia acha-lhe a desgraça,

Causando-lhes pesadelos.

Só não consigo entender,

Por tantas desigualdades,

Uns lutando até morrer,

E sem ter prosperidades,

Já outros tendo demais,

Sem ao menos ser capaz,

De um pouco de caridade.

Uns jogando chances fora,

Outros a chorar por não ter,

Vemos isso a toda hora,

Bastando apenas querer,

Dinheiro a tudo suborna,

Mas é na lei da bigorna,

Faz o ferro amolecer.

Uns querem ser tanta coisa,

Mas acabam se ferrando,

Vivem sempre no bem bom,

De todo jeito aprontando,

Porem se esquecem da hora,

Em que todo valente chora,

Quando seu fim vai chegando.

Pois vejo cada marmanjo,

Vivendo das mordomias,

Não esquenta dizem eles,

Eu mantenho a cuca fria,

Assim comem do melhor,

Mas quando quebra o cipó,

Perdem todas as iguarias.

Mas Eita mundo desigual,

Que não respeita ninguém,

Com tantos fazendo o mal,

E poucos fazendo o bem,

Pois quem disso discordar,

Venha então me explicar,

Pra que eu entenda também.

Na miséria vive o pobre,

Vive o rico a se esbaldar,

Mesmo de coração nobre,

Que valor vão lhe outorgar?

Muito embora faça o bem,

O homem vale o que tem,

Pois ninguém contestará.

Cor da pele é Curriculum,

De grande apresentação,

Não para o senso comum,

O homem aceite ou não,

Aqui o racismo é troféu,

Só não sei se entra no céu,

Quem faz tanta acepção.

Cosme B Araujo.

15/01/2015.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 15/01/2015
Reeditado em 03/04/2015
Código do texto: T5102623
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