Coisas da Minha Terra ( Homenagem à Alexandria - RN)

No Rio Grande do Norte,

Lá nos finá do cercado,

Pru dondi fica os fucin,

Na tromba do elefante;

Inziste uma cidadezinha,

Que né muito conhecida

Mas por todos é quirida

Se assim a conhecer.

É uma cidade pacata

De cidadão educado,

Alegre e acolhedor

Se o sinhô pricisá

De um lugá pra ficá

Não se preocupe, seu moço,

Que gente hospitalêra

É o que tem mais nesse lugá;

Aí eu te conto um bucadu

De coisas que por aqui tem,

Tem moça bunita e simpática,

E moça que não rir pra ninguém

Moço de boa aparença

Outros qui são chei das crença

E num dá bola pra ninguém

Menino macho bunito,

Véio de samba-canção

Desses que vai prum forró

E nem sabe mais o que faiz

Mas ainda agarra a veia,

Arrasta pro meio da dança

E dá uma...

Dá duas...

Dá três da madrugada...

E ele dançando xaxado.

Tem padi, pastô, delegado,

Juiz de direito, advogado,

Dotô de medicina, dentista e cirurgião

Político, pistoleiro e arengueiro de plantão

Desfabricador de mocinhas, Babão de político e ladrão,

Misturador de ladainha na hora da procissão.

Isso que é uma terra boa!

Terra de gente contente.

Tem gente que só com um dente

Consegue chupar uma manga.

Gente que faz munganga

Em tempo de eleição

São os qui sobem nos carros

E vão acenando com a mão

Gritando em alta voz:

Povo de Alexandria,

Elejam cumpadi Antão.

Ainda não viste nada

Só falei das camaradas

Vamos para as maravilhas

Que são coisas mais isperadas.

Desgavia assim os óios;

Ta vendo aquela serra?

Aquilo foi um presente que o Criador nos deu,

Ela embeleza o espaço

Dessa terra onde o sol brilha,

Do RN ela é

A primeira maravilha.

A cidade é uma princesinha

Tão bunita e limpinha

Té dá gosto caminhá.

Tem umas pracinhas pra prosa

Pra mode os moços namorá

Pros véi fazê caminhada

E pras crianças brincá.

Devemos isso, meu caro,

Aos nossos líderes governantes

Que às vezes são errantes

Mas isso não vem ao caso.

Afiná essa prosinha

Escrita em poucas linhas

Num linguajá sertanejo

É só pra botar desejo

Em conhecer um lugarejo

Por nome de Alexandria.

E si quizer podi ficá

Pois aqui nesse lugá

Tudo é riso e aligria.

Autora: Elenyce Santos