" O RETRATO DA POLÍTICA BRASILEIRA-29

Até que enfim terminou,

Essa tremenda agonia,

O delongado impeachment,

No país das anarquias,

E a embarcação tombou,

E a caça virou caçador,

Saiu como não queria.

Com seis anos de mandato,

Deixa o país em ruinas,

Nem mesmo o pulo do gato,

Pôde modificar sua sina,

Com fé na base aliada,

E foi por tais apunhalada,

Sorvendo a sorte ferina.

Com Michel Temer de vice,

Não se ateve pros detalhes,

Deixando o barco a correr,

Navegando em sete mares,

Fez parar nossa nação,

Com emendas sem noção,

Fez marejar os olhares.

Pra aumentar a loucura,

De presidir sem malicia,

Tentou proteger o Lula,

E camuflar das pericias,

E então o bicho pegou,

E um tal de Moro entrou,

Pra descobrir a carniça.

Com as tais de pedaladas,

Fez o barco naufragar,

Dilma sem querer provou,

Do gosto de se afastar,

E por cento e oitenta dias,

Distante das regalias,

Em conflitos de amargar.

Assim foi se desenhando,

O impeachment desejado,

Aumentando a aversão,

De muitos inconformados,

Com milhares de asneiras,

Causados pelas besteiras,

De um governo desastrado.

Então foi se enfraquecendo,

Mesmo por seus aliados,

Espremidos pelas massas,

De milhões de angustiados,

Por ver indo de água a baixo,

Furando o fundo do tacho,

Tendo o leite derramado.

Então sem ter precedentes,

Entrou Moro na história,

Foi fazendo um arrastão,

Que vai ficar na memoria,

Pegando as cobras criadas,

Tranquilas e descansadas,

Revirando tais penhoras.

E assim que as enroladas,

Foi aos poucos descobertas,

E os rombos apareceram,

Mesmo ela sendo esperta,

Começaram os rumores,

Que até nos bastidores,

Os ratos faziam serestas.

Cumpriu-se assim o ditado,

Mentira tem pernas curtas,

Dona Dilma se apertou,

Igual pássaro em arapuca,

Nesse grande reboliço,

Nem o titulo de ministro,

Salvou todos da sinuca.

É que a justiça divina,

Pode tardar, mas não falha,

Cai nelas os trapaceiros,

Que nem cabelo em navalha,

Assim toda coisa errada,

Vem como grande enxurrada,

Derrubar cada canalha.

Pouco a pouco é descoberto,

Todos os erros que se faz,

Pois isso é o que acontece,

Com quem confia demais,

Não se atenta pros detalhes,

Sua reputação vai pros ares,

Cai e não se levanta mais.

Assim passa a era Dilma,

Que não estava nos planos,

Caiu com menos de seis,

Um governo de oito anos,

Deixando a grande galera,

Mergulhados na miséria,

Por ter um governo insano.

Como um golpe de mestre,

Temer assumiu o poder,

Tentando apagar a mancha,

Fazendo o povo esquecer,

Dando uma de santarrão,

Transformou-se em anfitrião,

De um país que ninguém ver.

Pois logo como ministro,

Membros de sua quadrilha,

No posto está mais perdido,

Do que canoa sem quilha,

Com isso essa nossa nação,

Virou uma terra de cão,

Cada canto uma armadilha.

Agora o Temer se acha,

O rei da cocada preta,

E a tal de reforma política,

Foi no fundo da gaveta,

E assim caminha o povo,

Para um final duvidoso,

No meio de tais mutretas.

Pior que todos percebem,

Que a coisa está mesmo feia,

Com ladrão pra todo lado,

Precisando entrar na peia,

Enquanto isso os ladrões,

Estão formando batalhões,

Dentro de nossas cadeias.

Ninguém sabe até quando,

Vai durar nosso tormento,

Onde o pobre sem direitos,

Sofre por fora e por dentro,

Vendo um país quebrado,

Com rombos por todo lado,

Em um eterno tormento.

Cosme B Araújo.

04/10/2016.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 04/10/2016
Reeditado em 04/10/2016
Código do texto: T5780963
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