A dor não tinha nome, tinha metragem

Doutora me escute bem,

eu não tô como queria.

Sofro de um mal que não convém,

fico perdido, à revelia.

Não me venha com remédio,

receita, reza ou cantoria.

Né de tédio, nem desprezo

que essa dor já se fazia.

Diga pra mim do que se trata

pru'mode eu sei que a senhora

também chora e se apavora,

vive inté muita das hora,

numa tremendá melancolia.

Mas Doutora me ajude

que dessa dor a senhora entende,

fez faculdade com virtude,

e do estudo compreende.

Mas desse livro vou dizer,

nem uma página com certeza,

imita dor com destreza

faz delá "nóis" perecer.

Doutora, independente,

se médico e paciente

ou de que lado a senhora atende,

estude o caso e desvende

mas me tire desse lugar.

Se divide a mesma ânsia,

o nome disso é distância,

com toda sua circunstância,

tem a minha concordância,

pra delá vir me curar.

Zé Maia
Enviado por Zé Maia em 09/06/2017
Código do texto: T6022387
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