NOSSO POLÍTICOS E SEUS APELIDOS, VERGONHA MUNDIAL.

CORDEL ESCRITO USANDO-SE OS APELIDOS DOS BANDIDOS INVESTIGADOS NA LAVA-JATO. TODOS OS TERMOS ESCRITOS COM LETRAS VERMELHAS SÃO APELIDOS USADOS PELA ODERBRECHT E DIVULGADOS NA IMPRENSA.

I

Tem tantas autoridades

Envolvidas em falcatruas

No Brasil, que a relação

De apelidos chega à lua.

E num trabalho hercúleo

Sérgio Moro senta a pua.

II

A Polícia Federal

Já divulgou a alcunha

De cada autoridade

E também das testemunhas

Tem Angorá, tem Abelha.

O qual o de Eduardo Cunha?

III

Acelerado e Amigo

Até um Adoniran

Aracaju, João Pessoa

E um tal Ponta Porã.

Tem Aquático, Belém

Amante queria ser irmã.

IV

Tem Asfalto e Atleta

Que jogava de Goleiro.

Também quem chute de Bico

Joga atrás, de Zagueiro.

Mas que sempre foi integrante

Daquele time Grosseiro.

V

Se precisar de um craque

Eles têm até um Pelé,

Que quando pega o seu

Vai para o Candomblé

Ou assiste um a Missa

Junto com o Crusué.

VI

Para contar a propina

É chamado o Contador.

Pra receitar Aspirina

Já tem até um Doutor.

Quando a propina não vem

Apelam pro Rezador.

VII

Amante molha o Biscoito

Do Namorado na Suíça.

Enquanto o marido aqui

Fica vendo uma Missa.

Pra receber do Boiadeiro

Mortadela e linguiça

VIII

Pra um Atravessador

Vender lá pela Baixada.

Ou trocar por Azeitona

Pra levar numa Jangada.

Pois assim fica mais fácil

De se esconder a parada

IX

Em que foi dada Dentada

Sem Misericórdia por Ema.

A Musa do Prosador

Pra quem ele fazia poema

De tirar o Oxigênio

De quem entrou para o esquema.

X

Roberval Taylor, Moleza

São dois ótimos artistas.

Dos anões veio o Soneca

E também um Jornalista.

E por aqui ainda chamam

De ladrões velhos cambistas,

XI

Por Babão lá de Boa Vista

Que foi comer Caranguejo,

Acompanhado de Brahma,

Que ao voltar ao vilarejo

Do apartamento triplex

Foi decretado o despejo.

XII

Para pagar o aluguel

Desesperado vendeu

A sua bela BMW,

Que sempre foi o Dengo seu.

Pois dentro daquele carro

Foi onde a Amante comeu.

XIII

O mais Duro foi vender

Aquele rico Diamante

Assim como a Ferrari,

Dois presentes da Amante.

Com dinheiro arrecadado

Pagou um Centroavante.

XIV

Contratado pro Flamengo,

Jogador do Botafogo,

Porém acabou no Corinthians

Por causa dum demagogo.

Cara chamado Canário,

Que era novato no jogo

XV

E só bebia Campari

Com tira-gosto de Filhote,

Peixe que só tem no Norte.

Com fungadas no cangote,

Dum Garoto Bonitão,

E a Cobra pronta pro bote,

XVI

Igual a Maçaranduba,

Que curtia o afeminado,

E na Serra de Carajás,

Parecendo um Machado,

Cortou pau Fino e Comprido

Existente no cerrado.

XVII

Sua madeira preferida,

Porém, vinha de Manaus.

Madeira bastante forte

Que até fazia naus,

Para pescar Jacaré

Pirarucus, bacalhaus,

XVIII

Ou fabricar Carrossel,

Também pra fazer mobília

Pra bandidos e políticos

Da cidade de Brasília.

Até para Diplomata

Com toda a sua família.

XIX

Despachada nos Correios

Por Menino da Floresta

Para os membros Do Reino

Fazerem bonitas festas,

Ou pra um Conquistador

Inspirar-se nas serestas.

XX

E encantar a sua Barbie

Porque no final das Contas

A vida é uma Batalha,

Verdadeira afronta.

E em busca de bem-estar

A gente sempre apronta.

XXI

Para ficar Protegida

E encontrar a Solução.

Passa-se até por Fantasma

Ou por um bebê Chorão.

À procura de chupeta

Para meter no Bocão

XXII

E calar um Boca Mole

Às vezes com um Chaveiro.

Não importa qual brinquedo,

Pode até ser um isqueiro

Velho, Feio ou Bonitinho

Como aquele do Boiadeiro.

XXIII

Uma Bolinha que for

Traz uma grande alegria.

Na vida sempre se deve

Carregar a Bateria

Na luta árdua e Feia,

Batalha do dia a dia.

XXIV

Enfrentando toda Bronca

Como Filósofo faz.

E não como Metalúrgico

Que nenhuma lição traz

E pra essa pobre gente

Só dá ilusão fugaz:

XXV

Confusão, muita Babel.

E o Cérebro da gente

Virar cabeça de Fósforo;

Fica pouco inteligente

E precisando de Médico

Pra deixar de ser demente,

XXVI

Ficar igual a Balzac

Ou a qualquer grande Escritor.

Agir como um bom padre

Que do Inferno tem temor.

Na vida se precisa ter

Sempre um Educador.

XXVII

Porque no fio da Navalha,

Como grande Navegante,

É a verdadeira vida,

Desse bando de meliante,

À procura duma Boquinha;

Agora pego em flagrante.

XXVIII

Com dinheiro de propina,

Bebendo vinho Francês.

Mesmo com salário Gordo

Pago em dia, no fim mês.

Foi preso até Guerrilheiro.

Tem Italiano no xadrez.

XXIX

Agora tal conde Drácula

Tomou o lugar de um Poste.

Tudo continua no Escuro.

Mudar Disco não aposte.

Em Esquálido, Decrépito

E Gripado não encoste.

XXX

Pode pegar uma Gripe

Dessa que somente cura

Vitamina de Caju,

Lima ou muita verdura,

Com um Caldo de Pavão

E Parreira na mistura.

XXXI

Mas antes esse remédio

Será Decodificado

Por Médico de Campinas,

Por Justiça autorizado;

Ser benzido por um Padre

Pra poder ser receitado.

XXXII

A doença pode ficar

Já bastante Fragmentada,

Mas ainda não foi vencida

Muito menos nocauteada.

E somente Curitiba

Não está contaminada.

XXXIII

A epidemia é tão grande

Que suspendeu um Grenal.

Em Campinas, Ponte Preta

Aliou-se ao seu rival.

Nem a ajuda da Igreja

Está vencendo esse mal.

XXXIV

O vírus é bem violento

Que deixou uma Montanha

De gente desesperada.

Ainda conseguiu a façanha

De contaminar um Castor,

Fera que aqui é estranha,

XXXV

Dado por um Chefe Turco

Pra seu afilhado Grego,

Que em Cruzeiro do Sul

Foi mordido por morcego,

Ao fazer com seu Filhinho

Canalização de um rego.

XXXVI

Removendo sua sujeira,

Uma carrada de entulho.

A sujeira era tão grande

Que mandaram pra Garulhos

Pra Na Hora o Mineirinho

Processou todo o bagulho,

XXXVII

Que remeteu a Natal

Por meio do Barrigudo

Que vendeu todo o produto

Pra custear os estudos

Do Neto e dos parentes

E também do Tio corrupto,

XXXVIII

Dono duma Lamborghini

E duma Mercedes presas

Por japonês de Kimono,

Roubadas daquela empresa

Do diretor Todo Feio.

Cara cheio de sutileza.

XXXIX

Pra não ser executado

Gravou senador Grisalho.

Que perdeu mandado, hoje

Carta fora do baralho.

Não toma leite Itambé

Nem come mais pão com alho.

XL

Mas anda bem Nervosinho.

Pode ser executado.

Arrancarem seu Cavanhaque

E nele ser pendurado

Numa Coluna Da Casa

Onde está hospedado.

XLI

Com Dentuço e Fazendão

Tentou fugir do País.

Encontrar a sua Princesa

Morar na França, em Paris.

Tudo foi só armação

Dum bandido infeliz.

XLII

Que quis queimar o arquivo.

Dar um Teco no safado.

Ou se chegasse no Rio

Matar o cara afogado.

O corpo jogar na Praia

Antes de ser delatado.

XLIII

Somos dominados hoje

Por bando de meretriz.

Gente sem qualquer escrúpulo

Que não pensa no País,

Somente escapa o Exército

Mas por pouco, por um triz.

XLIV

Peço desculpar porém

Pra todas as meretrizes.

Não podem ser comparadas

A nenhum desses infelizes.

Até porque não pariram

Nem ladrões, nem juízes.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, JUNHO/2017