A MORTE DO MENINO VENENO

A MORTE DO MENINO VENENO

Miguezim de Princesa

I

Romero era conhecido

Por viver de se alegrar,

Queria virar borboleta

Por esse mundo a voar,

Mas a morte, que é ingrata,

O fez morrer no Cuiá.

II

Por trás de uma barraca,

Perto de uma cerca de arame,

Rômulo Romero ia passando,

Atrás de matar sua fome,

Pegou fio desencapado,

Encontrando a morte infame.

III

Quando a notícia espalhou-se,

A cidade entristeceu:

O povo do Ernesto Geisel,

A quem alegria só deu,

Chorou uma noite inteira

Porque Romero morreu.

IV

Romero, alegria do Geisel,

Vivia tudo em profusão:

Dava o que tinha e emprestava

Com muita satisfação,

Foi morrer de choque elétrico

Pra sentir mais emoção.

V

Ricardo, assim com Romero,

Ficava pouco sereno:

Quando o via fazia festa,

Dava pra ver o empeno,

E gritava na palhoça:

- Viva o Menino Veneno!

VI

Logo que soube da morte,

O delegado Miguel

Pegou na pena e escreveu

Esse singelo cordel:

Romero, cintura fina,

Transformou-se em purpurina

E depois subiu ao Céu!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 11/08/2017
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