BOM DIA, PAIXÃO!

Por Gecílio Souza

Difícil é fixar a fronteira

Entre a paixão e o amor

Pois ambos são sensações

Que emanam do interior

Com distinta intensidade

Interfaceiam com a dor

Em compassos diferentes

Tornam o coração sofredor

Apaixonar-se é o mergulho

No oceno abrasador

Líquido fogo ardente

Que tem um certo frescor

E é justamente a paixão

Que se verte no suor

Ela picha as etiquetas

Atenta contra o pudor

É a íntima voz das entranhas

Instinto amplificador

Se traduz na simbiose

Solicitude e furor

Lassidão no atrevimento

Magia oculta no temor

Mas na arte da paixão

Todo mundo é professor

Na aurora da paixão

Qualquer um é trovador

O apaixonado se transforma

Em poeta e cantor

Pela paixão o mundo gira

Debaixo do cobertor

Ela expõe todos os limites

A fragilidade e o vigor

É raiz da procriação

É hedonismo, é fulgor

Ela não faz distinção

Entre o escravo e o senhor

A paixão burila a mente

Do artista, do escultor

Por ela enfrenta-se a chuva

O sol, o frio e o calor

Ela se apropria de tudo

Desestabiliza o humor

Ironiza o fracassado

Alimenta o sonhador

Enfrenta a espada, o fuzil

Se rende ao botão de flor

Feliz de quem se apaixona

Seja por quem, pelo o que for

A vida desapaixonada

Que tragédia, que horror

A paixão às vezes é

Um sentimento avassalador

Porém ela é o alicerce

Do sonho arrebatador

Por isso, querida paixão

Minha homenagem e louvor!

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 22/08/2017
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