A FARRA DAS EMENDAS

Quando o desespero bate

Lá no centro do poder

O cara fica maluco

Pensando no que fazer

E para não ser limado

Nosso Erário tem usado

Coisa nojenta de ver!

Nós temos o desprazer

De saber dessa indecência

Praticada com cinismo

Por quem se diz excelência

Excelente só se for

No quesito despudor

Que nos torra a paciência

Vergonhosa providência

Para livrar o seu couro

Foi distribuir agrados

Às expensas do Tesouro

Em uma farra tremenda

Fez o seu feirão de emenda

Que terrível sangradouro!

Virou mesmo comedouro

Dumas aves de rapina

O palácio mais famoso

Onde tramam na surdina

Contra pátria brasileira

Cansada de roubalheira,

De falcatrua e propina

É necessária a faxina

Senão a velhacaria

Vai continuar reinando

Dia e noite, noite e dia

Que a renovação profunda

Extirpe essa gente imunda

Que vergonha nunca cria.