Mulher é Fogo!!! (acharam que não sobraria pra nós??)

Falei das crianças, dos adolescentes, dos homens... As mulheres agora são a bola da vez.

Mulher é bicho esquisito, já dizia Rita Lee. As mulheres são mesmo muito estranhas.

Conseguem suportar, com indizível bravura, torturas como depilação ou retirada da sobrancelha apenas para estarem mais bonitas. Encaram, com alguma superioridade a TPM, a menstruação e os exames ginecológicos e, não sem receio mas com determinação, submetem-se à mamografia, lipoaspiração e cirurgia plástica. Enfrentam os perigos do mundo pelos filhos, as dores do parto para tê-los e todos os efeitos colaterais dos métodos contraceptivos para evitá-los. Lutam diuturnamente por igualdade, enfrentando o machismo e o preconceito onde quer que vão.

Difícil saber de onde essas criaturas ditas “sexo frágil” tiram tanta força e coragem.

Até que apareça um raaaaaatoooo!! uma baaaaraaaaataaaa!! uma cooooobraaaaa!!!

Até que surja um pneu furado, uma tampa presa no vidro de maionese ou uma conta de restaurante pra rachar, para que essas super-pessoas, entreguem-se à evidência de que são “apenas mulheres” e procurem o socorro imediato de um homem.

Como aquela moça, sempre tão independente e resolvida... Na primeira vez em que se envolveu num acidente de trânsito, com apenas uma semana de carteira, saiu do carro rindo, pois havia acabado de mudar de faixa. Se tivesse permanecido na mesma, talvez batesse na traseira de um fusquinha velho e não de um Santana quase zero, como foi o que aconteceu. Anos e algumas outras batidas depois, ela envolveu-se num outro acidente, mas desta vez estava com o namorado. Debulhou-se em lágrimas, aliviada por ter quem cuidasse de tudo para ela.

Às vezes somos vítimas, manipuladas, mal amadas pelos nossos parceiros e filhos, maltratadas pelos patrões, assediadas por chefes, controladas pelos pais. Mulher sofre. E sofre muito. Somos regidas por uma montanha russa de descargas hormonais que nos deformam o corpo e o humor, nos enchem de espinhas e dores, mas, ironicamente, morremos de medo do dia em que elas nos deixarão em paz, no sinal mais definitivo de nossa decrepitude.

Contrariando Vininha, a mulher foi, sim, feita para o amor. Crescemos amando nossas bonecas, sonhando com príncipes em cavalos brancos que derrotarão dragões e bruxas por nós, suas lindas princesas. Enquanto os meninos ainda estão perdidos em clubes dos Bolinhas, nós já estamos escrevendo poesia para eles, enrubescendo à sua presença, ansiando a primeira dança, o primeiro abraço da paixão, o primeiro beijo, o primeiro... que queremos que seja eterno, único, especial, mágico.

Amadurecemos muito mais rápido, mas nunca abandonamos esse nosso lado de romantismo ingênuo. Infantis, sempre sonharemos com o amor perfeito, o "felizes para sempre". E, a cada tombo, a cada desilusão, juramos para nós mesmas que vamos crescer e aprender e nunca mais nos apaixonaremos da mesma forma, até que surja outro par de olhos sedutores, boca que convida, palavras que inebriam e nos vemos novamente, cheias de esperança no final feliz.

Mas também sabemos ser ladinas. Usamos nosso jeitinho para conseguir o que queremos, fazemos biquinho quando nos faltam argumentos e, se isso não resolver, esfregamos nossas curvas na cara deles, até que se rendam a nós.

Que mulher nunca usou de sua sensualidade para conseguir alguma coisa? Um meneio dos cabelos, um cruzar e descruzar de pernas, a língua passando distraída pelo lábio inferior, uma mordidinha...

Tem aquela piadinha da loira sexy que aposta dez mil dólares, na roleta e, tirando toda a roupa, para deleite dos croupiers que não desgrudam os olhos dela, pede:

- Mãezinha, preciso de roupas novas!

Quando a roleta parou, ela pulou e gritou, feliz:

- Ganhei, ganhei, viva!

Em seguida debruçou-se sobre a mesa e recolheu todo o dinheiro e as fichas, vestiu-se rapidamente e foi embora. Os rapazes se entreolharam boquiabertos.

Finalmente, um deles,voltando a si, perguntou:

- Em que número ela apostou, você viu?

E o outro:

- Eu não... Pensei que você estivesse olhando...

Poderia contar outras estórias, casos reais, mas essa piadinha ilustra bem.

Quando tudo o mais falha, apelamos às lágrimas. Com elas, dominaremos o mundo. Nada desarma mais um homem do que lágrimas sentidas no rosto da mulher amada. Por isso, covardes, quando sem alternativas, nos armamos com elas e vamos à luta.

As mulheres, em geral, não são boas motoristas. É um aspecto cultural: nunca nos interessamos. Carrinhos eram brinquedos de meninos. Quando crescemos e tiramos nossas carteiras de motorista, logo arrumamos namorados que irão nos buscar e levar aos lugares, nossos carros serão sempre menos rodados do que os dos maridos. Mesmo quando isso muda, ao assumirmos o papel de motorista do transporte escolar, o fato de estar sempre carregando crianças, nossos filhos entre elas, nos torna inseguras, distraídas:

- Menino!! Tira esse sorvete do estofado!!

- Menina, pelamordedeus! Tira o dedo do olho do seu irmão!!!

Assim, a probabilidade de que aquele veículo que está fazendo uma grosseira barberagem à sua frente esteja sendo conduzido por uma mulher, é enorme.

Porém, de todas as coisas que as mulheres são ou fazem, a pior, inquestionavelmente, é:

Somente elas podem se tornar sogras.

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Desculpe-me, dona Elô! Você uma sogrinha de ouro, já falei isso em outros textos.

Mas, também já disse antes: perco o emprego, o amigo e o casamento, mas não perco a oportunidade da piada.

Ah! Aproveito pra informar que, assim como os outros, este texto é baseado em estereótipos. Portanto, nem tudo servirá para todas. Eu mesma fujo a uma série deles.