Dias de Luta

Há dias em que acordamos, olhamos à nossa volta e nos perguntamos se tudo vale a pena. Isso tem me acontecido com mais freqüência do que eu gostaria ou me permitiria. O curioso é que tem acontecido não só em meu despertar, mas durante todo o dia e à noite. Tenho me questionado sobre a minha “estadia” neste Planeta, não apenas nesta cidade. Quantos dias de luta a mais terei que enfrentar para alcançar o meu “Nirvana”? Sei que todo mundo tem que encarar seus fantasmas, suas obrigações, suas lutas pessoais. O que eu não compreendo é o porquê de uns lutarem mais do que outros e o porquê desses primeiros serem, em sua maioria, os mais desfavorecidos sócio-economicamente. Para uma pessoa como eu, que não se conforma com a máxima “O mundo é injusto”, isso é uma facada profunda em minha alma. O mundo é injusto porque as pessoas o são! Isso é claro como o dia e o ser humano insiste no erro. Sempre uma desculpa mais do que esfarrapada para pisar no próximo e tornar sua vida mais miserável e complicada. Às vezes tenho a ingrata impressão de que os seres humanos se odeiam. O homem tem asco do homem e, por tabela, tem asco de Deus, crendo ou não Nele. A Criatura despreza o Criador quando, sem caridade alguma, destrói seu semelhante. Então, novamente a pergunta: a luta diária e constante é válida ou somos apenas joguetes, deturpados por idéias mirabolantes de que “o amor ao próximo” existe? De que valem nossos dias de luta se todos os nossos esforços parecem representar um nada em toda a caminhada? Alguns diriam que o que importa é que estamos caminhando. Mas dentro de meu coração inquieto a pergunta persiste e se ramifica: estamos caminhando? Para onde? Qual o objetivo? Quais os ganhos e perdas? Enfim, nossos esforços serão realmente recompensados ou permaneceremos no limbo da desesperança?

Em 28/07/2008

Rita Flôres
Enviado por Rita Flôres em 27/12/2008
Reeditado em 08/02/2017
Código do texto: T1354725
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