Cabe outro!

Cabe outro!

Logo que deixei o prédio de um departamento público , alguns metros adiante , num local ermo , vi dali uma moça seminua sendo puxada por um homem de calças arriadas. Pensei: “ Meu Deus ! Um estupro !”. Ela , porém , escapou. E correu ajustando o micro-vestido. O homem tentou correr e pegar novamente a moça , mas caiu, pois sua calça estava nos calcanhares . Gritando, ele dizia: “ Dê meu dinheiro de volta , sua vagabunda (...) !”. E tantas outros palavrórios. Foi aí que percebi que não era estupro e sim algum negócio sexual mal sucedido, realizado naquele mato . Com o instinto de repórter , tentei registrar o momento naquela via publica ; no entanto , até ligar a máquina fotográfica , lá se foram uns segundos , tempo suficiente para as vestes voltarem ao lugar correto em seus corpos . Registrei, contudo , a perseguição e o conflito . A gritaria do homem se espalhou pelas ruas . Pessoas saíram de suas casas para assistirem a cena hilariante e, ao mesmo tempo , triste . A moça desceu a pequena ladeira florida, virou a direita e correu até a delegacia . O homem também . Bom , resolvi parar por ali.

Mais tarde , chegando em casa , mostrei a foto para minha esposa . Ela reconheceu a moça , pois dias atrás , durante sua caminhada , escutou aquela mesma moça dizendo para um grupo de homens , enquanto alisava a barriga grávida: “ Aqui já tem um neném . Mas cabe outro !!”