QUE POETA SOU EU? ("Nunca ninguém foi um grande poeta sem ter sido ao mesmo tempo um grande filósofo". — Samuel Coleridge)

Hoje, um daqueles dias em que acordo triste sem saber o que aconteceu, eu sinto uma onda negativa de sensibilidade, fazendo-me mais introspectivo, então suspeito que sou eu com minhas necessidades da alma insatisfeita, o efeito desorientado, e a causa maldita. Vou tentar articular entre as áreas espiritual e emocional... Será se não mereço compreender mais claramente a complexidade de meus próprios sentimentos? Estaria esse mal-estar relacionado aos males da alma fragilizada ou com o psicológico endemoninhado. Ela está procurando uma saída, cura e subsídio. Esta é mais uma crise existencial do poeta que sou! Preciso de aconselhamento, um amigo, uma mão estendida, em suma, eu quero algo além de coisas materiais e palpáveis: uma alma gêmea: Um motivo para o sofrimento!

"- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!

- Você é louco?

- Não, sou poeta."

(Mario Quintana)

Um poeta evita o tumulto que conduz a não poesia. Ele prefere o ócio filosófico. Mas, pessoas comuns precipitam-se caindo no vazio que as pune. Um poeta tem consciência da vida dolorosa que é para sua alma fonte de inspiração.

A Natureza não é criativa, ela apenas obedece leis, e ainda mata, como transgressor, o artista que faz suas próprias leis. O inventor, quando tenta inovar com sua arte de vanguarda, leva pedrada. Se a 'liberdade é fruto de uma eterna obediência' não sou poeta, sou natural. Nesse caso, temos de concordar com Alexandre Mohor: "O poeta (de letras, cores, dança...) realmente, às vezes, parece ter parte com o Diabo (aquele da religião...), pois quer reinventar até a criação, criando tudo de novo..., mas ele também é obra do criador..."

*Por Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, Licenciado em Letras, Bacharel em Teologia, professor em Senador Canedo.