Casa de Ferreiro, Espeto de Pau.

Quem conheceu o personagem Patropi deve estar lembrado que ele afirmava ter cursado numa faculdade de comunicações, quando o seu interlocutor alegava que não estava entendendo nada do que ele dizia. Algumas pessoas também dizem que eu não tenho clareza na minha comunicação. Faço então uma reflexão sobre as atividades que já exerci e os cursos que já fiz nessa área. A minha primeira profissão foi no setor de telecomunicações. Transmitia e recebia mensagens de quem sabia escrever. Depois fiz o curso de Licenciatura em Letras que deveria não apenas me ensinar a escrever, mas também ensinar a me comunicar com clareza. Fiz alguns cursos de comunicação verbal e ainda li alguns livros de Reinaldo Polito, conhecido por muitos como o “Papa da Comunicação” do Brasil. Mesmo assim, alguns colegas e amigos reclamavam da minha maneira de transmitir informações. Só posso admitir que estava ou ainda estou incorrendo nesse erro de não utilizar o instrumento adequado, assim como o ferreiro, usando o espeto de pau.

Para tornar a comunicação mais humorada, às vezes eu precisava plagiar um colega, dizendo: “hoje eu vim de branco para ser mais claro”. Procurava então falar mais pausadamente, com o olho no olho, já que alegavam que eu falava apressadamente e virava as costas antes de concluir a mensagem. A correria e a ansiedade me levavam realmente a esse procedimento errôneo, pelo que teria de pedir desculpas, pois, além da falha de comunicação, isto caracteriza falta de educação. Agora, aposentando, sem aquela correria, sem motivos para estresse, mesmo assim algumas pessoas ainda reclamam da minha falta de clareza na maneira de me comunicar. A conclusão a que posso chegar é que ou estudei na mesma faculdade do Patropi ou sigo mesmo o dito popular: “Casa de Ferreiro, Espeto de Pau”.