o que fazemos das nossas vidas?

NOSSAS VIDAS

Escrever é uma forma de entender a si mesmo e livrar-se dos seus demônios. Por isso, aproveito esta franja de comunicação que me é dada para pensar e trocar idéias. Com um certo medo, porque, acho que foi Hemingway que disse, “alguém pode se ofender e te matar”. Mas, vamos lá.

A pergunta que persegue a humanidade, pelo menos, os que “perdem tempo” tentando saber o sentido da vida: de onde viemos, o que somos, para onde iremos? E a pergunta que fica martelando: o que fazemos da nossa vida?

Dos peixes luminosos das profundezas do mar, passando pelo ser humano, com seus bilhões de células, aos mais belos pássaros num céu azul cheio de estrelas, planetas, galáxias, não nos damos conta da dimensão deste fato misterioso: a vida.

Sem misticismos, esoterismos, religiosidades. O ser humano, esta maravilha biológica da natureza, só isto, nada mais que isto. O que fazemos da nossa vida? Insisto e repito.

As guerras, o poder, a luta insana pelo poder, o acúmulo de bens e capitais, a arrogância, a futilidade, o egoísmo, a ganância, o vazio, a falta de sonhos, generosidade, grandeza de idéias e ideais. Nem pensando em gestos grandiosos, mentes geniais ou heróis, que deram suas vidas para estarmos onde estamos, pensando, mesmo, nas nossas vidinhas simples, cachorro, papagaio, periquito, sobrevivência, trabalho, estudo, arte, ciência, trânsito, família, filhos. Pra que serve a nossa vida, a que servimos?

Esta dádiva ou este acaso que somos. Estamos criando o que com isto?

Vivemos envoltos num consumismo doentio, em meio a festas e músicas medíocres, estacionando nossos filhos em “games”, lan houses viciantes, baladinhas tolas e corredores de shoppings, engravidando com 14 anos, com as cabeças vazias e horizontes pobres de sonhos. Achando que hilux é o topo do mundo, que as grifes são a iluminação da alma. Com o pensamento cada dia mais curto e o amor diminuído numa letrinha de pagode. Enquanto milhões de crianças morrem de fome e a violência manda no mundo.

Será que foi pra isto que viemos ao mundo, passar o tempo e acumular moedas? Comer, dormir, sobreviver, comprar, reproduzir...? “Sonhar não mais...”? Onde foi parar a grandeza de espírito? O sonho de que o mundo pode ser melhor foi jogado na lata de lixo da história?

Será que esquecemos que menos é mais e que ser é maior que ter? Para onde iremos?

Perguntas, perguntas...

dori carvalho
Enviado por dori carvalho em 17/05/2010
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T2262692
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