crónicas de leitura 2

A matéria da primeira crônica daria, só ela, para um livro; aí escreveu: «transformando minha inquietante pessoa em musa inspiradora»… Como não quero ficar quieto e me agrada a ideia de ter uma musa tão real quanto possível, procuro onde nos leva CRÔNICAS DO AMANHECER e chego a "Sóis dormidos e luas mal-assombradas".

Se da primeira crónica citei a primeira frase, da última, começarei pela última:

(1)«Você chegará nos meus sóis dormidos e luas mal-assombradas.»

A intenção não é tensa; calma, propensa à leitura, cativar o leitor destas crónicas a lerem as crônicas da autora.

Querem saber como é a última crônica? Eu, leitor, muito simplesmente me imagino "ele" o personagem da história. Sem nome nem referências de maior a não ser as dadas…, aquele que chega através das palavras da autora, o que ela espera escrevendo (onde a onda é esta: na ficção - a vida continua sempre e a morte - sempre acontece de novo). Até já não estar à espera, deixando com ela, por ela… as palavras onde escreve_u:

(2)«Imagino que, um dia, a porta vai abrir e você entrará. Como eu quis, pedi e lutei.»

Há sempre mais a dizer entre duas coisas que se disseram, contudo se queremos deixar que as coisas sejam naturais: voltem a ler (1) a última frase da crônica e do livro e depois releiam (2) a primeira frase desta última crônica. Se a minha sugestão for aceite, só têm de pedir o livro, para conhecer as crônicas que inspiram estas crónicas.

O livro, ficha do livro:

Crônicas do amanhecer / Maria José Limeira. João Pessoa: Dinâmica, 2005. 180p. (colecção Tamarindo) Crônicas - Literatura brasileira.

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 08/11/2006
Reeditado em 09/11/2006
Código do texto: T285981