Nas vésperas dos meus 50 anos

     Caros leitores, um tanto meio tímido, resolvi escrever um pouco sobre mim mesmo. Na verdade, faço-o especialmente no afã (mas, por favor, saibam que não tenho pressa) de completar 50 primaveras. Estou rindo agora com o emprego dessa expressão infanto-juvenil, que na verdade é mais comumente usada para pessoas jovens e do sexo feminino, embora não haja qualquer restrição quanto a seu uso por e para ambos os sexos, podendo referir-se a quaisquer idades... Afinal, cada vez que a estação primavera chega, é sinal inequívoco de que um ano se passou, não é mesmo? É que estou achando engraçado e, ao mesmo tempo, estranho usar o termo, “primaveras” relacionando-o à minha própria idade. Talvez seja porque somente o tenha usado dirigindo-o a outrem, especialmente às mulheres, embora, em algumas ocasiões, eu o tenha dito para homens e o tenha também ouvido destinado a mim... Nada ofensivo, meus caros, nada a abalar. Portanto, amigos recantistas e demais leitores, carpe diem!

     Pois é, apropínqua-se o 30 de maio... Vésperas dos meus 50 anos de idade... É, é isso aí... O tempo passando e eu também... Mas, saibam, não me vejo com esta idade. Aliás, nem sei a que idade eu poderia me referir. É sério! Convencido? Eu? Sim, mas das minhas próprias condições físicas e morais, sensações... Não icluo aqui qualidades, estas não sou eu quem as dita, mas quem me conhece, quem me vê... Convenço-me de mim mesmo sobre meu eu, minha cabeça, meu jeito... Quanto a meu corpo, ora, este mesmo que todos veem! Não, não falo aqui em orgulho do que sou, do que fui; apenas respeito a mim mesmo (por favor, leitores, não me taxem de narcisista, posto que não o sou), pois consegui ser – e estou sendo – , como fui e sou: EU MESMO. Preocupo-me com o que me satisfaz, mas sempre procurando satisfazer os que me querem bem, uma vez que não sou – nem nunca fui –, egoísta, egocêntrico... Olha, não é fácil ser assim, viu? Ter coragem de reclamar diante de um erro, de uma pessoa inconveniente (e bem na cara!)… Não é fácil mesmo! O porquê? Ora, caros leitores, não é todo mundo que gosta de ser criticado, reparado, não é verdade? Tenho quase certeza de que muitos de vocês, pelo menos uma vez na vida, já vivenciaram situações em que pessoas, dizendo-se amigas, romperam relações (quaisquer que sejam tais), ficando “de mal” com quem as criticou, por não admitirem as críticas, as repreensões... Em outras palavras, essas pessoas, a meu ver, são do tipo que se acham infalíveis.

     Bom, tento aqui, em breves linhas, auto-homenagear-me. É flagrante que é mais comum escrevermos sobre terceiros, fatos e coisas alheias, né? Sim, digo homenagem porque resolvi me dar esta “autobiografia” (podemos dizê-la assim), objetivando uma maior reflexão sobre minhas próprias condutas; a fim de que, ao me olhar no espelho, corrija meus erros – os quais são inúmeros, sei muito bem disso! Porque, lendo o que escrevi e, principalmente, recebendo as pertinentes críticas, vejo-me mais habilitado a procurar errar menos. Todavia, sou plenamente consciente de que erros sempre cometerei, assim como os tenho cometido... Por oportuno, queridos leitores, e com a devida vênia, reporto-os às minhas obras “Viver é escrever, errar é aprender”, e “A Deus, em considerações gerais”, ambas publicadas no dia 22/03/2011, por intermédio do sítio Recanto das Letras. Caso queiram, nobres amigos, podem acessá-las no meu site http://www.aurismarmonteiro.recantodasletras.com.br.
     Nesses textos exponho, em simples versos, a ideia sobre o quanto vivemos eternamente aprendendo nesta escola chamada vida, bem como somos frágeis, flexíveis, mutáveis; ao contrário do que algumas pessoas apregoam, isso é, que já são realizadas, escorreitas, infalíveis... Pelo menos sob meu ponto de vista, respeitados, logicamente, os de cada um, vivemos mais ou menos da forma como escrevo nos citados textos: errando e aprendendo, porquanto mutáveis somos. Todavia, e mais importante ainda, com o nobre reconhecimento de que devemos assumir que erramos.

     Dentro dessa ótica, como pessoa, não me considero realizado. Frise-se: como pessoa. Considerando-se, "in casu", que realização, no meu entendimento, significa plenitude, estou sempre me realizando, resolvendo-me, consoante as escolhas que faço e decisões que tomo, após reflexiva análise, a fim de que eu tenha pelo menos uma noção do que possa daí decorrer. Ou, em caso de não percepção prévia, amenizar o resultado dos erros consequentes. Vale dizer: reflito se a decisão tomada fará bem ou mal a mim e aos que me fazem bem. É evidente que tentarei ponderar as decisões, conforme o caso requerer... No mais, Deus me julgará, como sempre me tem julgado.

     Assim, e por mais coisas não mencionadas, queridos recantistas e demais leitores, eis-me em vésperas dos meus 50 anos.


Imagem: Eu, em foto de JANEIRO/2010.
AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 16/05/2011
Reeditado em 14/10/2013
Código do texto: T2974289
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