Crônica XX - Saudades de um Museu: Australian Museum

Ana Esther

1999 e a Mochileira Tupiniquim estudando em Sydney, Austrália, tirava todo o seu tempo livre para passear e curtir as infindáveis belezas locais. Ah, mas não somente as belezas naturais, bem vivas, mas também, as maravilhas oferecidas pelos diversos museus, aquários, parques e santuários ecológicos. Então, o que dizer do Australian Museum em Sydney onde ela passou horas e horas de puro encantamento?! Já começando por seu imponente prédio, grandioso para abrigar os gigantescos esqueletos de dinossauros e seus parentes.

Das maiores saudades que a Mochileira tem desse querido museu, três vibram continuamente em sua memória. Uma experiência única proporcionada pelo Australian Museum Open Day –um dia de visitação gratuita para o público em geral- levou a Mochileira às oficinas do museu, de acesso restrito fora dessa ocasião, onde os cientistas estudam, pesquisam e põem literalmente a mão na massa! Numa dessas oficinas ela pode observar o processo de taxidermia de uma ave, ou seja, empalharam o bichinho ali na frente dos visitantes, sem dó nem piedade! Algo de arrepiar, porém muito instrutivo pois puderam fazer perguntas e ver os materiais empregados. Impressionante também a destreza e rapidez com que o taxidermista fazia aquilo tudo. E como a Mochileira demonstrou grande interesse recebeu de presente um texto explicativo sobre taxidermia.

Outro momento de grande faceirice para a Mochileira foi quando o Australian Museum abriu suas portas em horário especial para que o público tivesse acesso ao feto conservado de um Tigre da Tasmânia (não confundir com o Demônio da Tasmânia!). Saiu o anúncio no jornal sobre a rara oportunidade e quando ela o leu já preparou a câmera e se tocou para lá. O entusiasmo foi tanto que chegou antes mesmo da abertura do museu e mal as portas se abriram ela, e mais um aficionado dos bichos extintos, foi a primeira a ver aquela preciosidade científica exposta ao público pela primeira vez. Muitos estudos são feitos com o feto de tigre da tasmânia. O último exemplar vivo deste marsupial thylacine de que se tem notícia foi o Benjamin que viveu no zoológico de Hobart, Tasmânia, até morrer em 1936.

E o museu ainda realizou um sonho dos mais fantasiosos da Mochileira... foi a visão de um herói da infância, época em que assistia a série japonesa do Nacional Kid. Nos episódios, havia um peixão inimigo do mocinho, o temível Celacanto... pois não é que lágrimas umedeceram os olhos da Mochileira ao se daparar com um belo espécimen do famigerado Latimeria chalumnae, vulgo celacanto! Um peixe considerado extinto e que ali estava exposto para seu deleite transportando a Mochileira de volta aos tempos de criança.

Como esquecer um museu que traz tantas lembranças queridas? Sem falar nas inúmeras outras atrações que enchem os olhos dos visitantes curiosos. Ainda bem que hoje a Mochileira Tupiniquim pode ver um pouquinho disso tudo na página oficial do Australian Museum http://australianmuseum.net.au !!!