O Giro da Maçaneta.
J. Norinaldo


Quando a maçaneta gira quase sempre na madrugada dificilmente é notada a alegria que traz, no alívio no sorriso que as vezes alisa as rugas de uma face já cansada que pensa mas não diz nada: Eu também tive o meu tempo, era um pouco diferente, ora que tempo que tive o tempo nunca foi meu, se fosse hoje o meu filho não me chamava de careta por cultivar a insônia nessa espera medonha pelo giro da maçaneta. Quantas noites sem dormir com medo dos pesadelos, onde o mais malvado dos destinos esqueça dos meus meninos e não venha trazê-los. É tão belo ver os filhos, como o pássaro que aprende voar e se solta, mas a maior felicidade e vê-los voar de volta, estar sempre a nossa volta.
Imagine alguém que sai de casa de madrugada com sua face enrugada para reconhecer um filho, a quem já conhece tanto e agora através do pranto não reconhece ninguém. Não pode ser o meu filho, mas que conversa é esta, ele saiu pra uma festa e era só alegria me lembro bem do que disse: Pai, mãe, podem dormir sossegados, Deus estará do meu lado, e nunca mais os chamarei de careta, prometo quando chegar, fazer bastante barulho ao girar a maçaneta. Não amigo, o meu filho não morreu, deve ser noutro endereço, ou simplesmente um engano, nem um pai ou uma mãe merecem e eu não mereço esta infelicidade, porém a grande verdade é que o filho era meu.
Que Deus ampare a nós todos, quem partiu e quem ficou, acreditando no amor e na vontade divina, e que o destino e a sina podem até serem caretas, e que tudo na vida passa, menos a ânsia do girar das maçanetas.
 
 
 
 
Acróstico baseado na crônica de José Norinaldo Tavares com o título de:


O GIRO DA MAÇANETA


J unto a minha insônia fico
O uvindo barulhos bem vindos
S erá a maçaneta girando ou
É um pesadelo chegando.?

N ão pesadelo não pode ser
O uça a maçaneta girar
R epercurte como alívio
I nquieto fico a espera, mas
N ão é isto, ouço a campainha
A ssim corro a levantar
L ogo me vejo saindo
D eve haver algum engano
O nde estão me levando

T eve uma tragédia
A vida de alguns se foram
V enha ver se é teu filho
A h! Não pode ser
R espondi, mas em vão
E ra ele ali sem vida
S onhos desfeitos, perdi o chão.

Com tristeza
Angelica Gouvea
 
ANGELICA GOUVEA e JOSÉ NORINALDO TAVARES
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 30/01/2013
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T4113760
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