NESTE CASO, DESCE-SE AULA ("Quem não tem uma mente criativa não é digno de gambiarra." — Adriano S. Rodrigues)

Os alunos normalmente ficam torcendo para que falte um dos professores, e se faltarem uns três é melhor ainda para eles, assim começam a perturbar a coordenadora, pedindo para subir aula. Em um desses momentos corriqueiros, tiveram que ouvir da coordenadora que o professor de Língua Portuguesa não dar conta nem de uma sala, quanto mais vai conseguir dar aula nas duas, ao mesmo tempo! Só não descobri ainda qual foi o intuito deles em me contarem esse infortúnio laboral. Porém, para mim foi ótimo, senão não estava meditando nesta crônica sobre minha incompetência disciplinadora.

Eu já adotei o que repetidamente falam de mim, assim eles veem o que querem ver, as vozes que clamam devem ser atendidas para que os ecos continuem falando aos seus emissores, num desgaste conscientizador, enchendo o coração de cada um com o prazer do ébrio, talvez! Já pensaram se eu fosse um bom professor nesses aspectos que demanda a atual conjuntura, ou seja, como pede o caos?! Então, eu não poderia escrever, criticando este "moderno" sistema educacional, pois estaria satisfeito, mas escrevo para denunciar a quem quer que seja ou não de direito, eu quero é, de qualquer forma límpida, dizer o que acontece comigo. Vocês querem assim? Assim seja! Contudo, ser diferente não significa necessariamente está errado, lembrando que o novo é sempre um espanto, porém, espanto este que é a razão do despontar filosófico, então, logo virá o desejo da comprovação científica.

Lidar com a liberdade é sempre complicado, assim como o é para Deus. Ensinar para quem quer aprender é o maior exercício do respeito, mas tentar forçar quem não quer para agradar os tacanhos é doar-se inutilmente ao atrofiamento. Aqui, um pensamento do filósofo Platão é bem apropriado: "O cansaço físico mesmo que suportado forçosamente, não prejudica o corpo, enquanto o conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo."