BULLYING EM NOME DA ORDEM ("O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" DM.)

Acabou-se o tempo da palmatória, mas, ainda, todos na escola apanham um bocadinho: professor, coordenador, diretor e até o aluno. É um batendo no outro! Quem ainda não soube de um fato de violência bizarra acontecido na escola? Atire-me a primeira pedra! E o pior deles, é o professor apanhando de aluno, e por assuntos banais! {http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2209201126.htm} (acessado em 24/09/2019).

Os coordenadores criticam e obrigam os professores a tomarem os celulares dos alunos. Se isso é bullying? Não sei, porém, de uma coisa sei, constrange os dois lados. E, então, reage violentamente quem tem maior liberdade e proteção social. {http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/09/04/interna_gerais,444623/professor-de-colegio-estadual-e-agredido-por-aluno-com-historico-escolar-conturbado.shtml} (acessado em 24/09/2019).

Os coordenadores criticam e repreendem os professores que deixam os alunos colarem. No entanto é, no mínimo, uma situação melindrosa, mesmo o professor sendo delicado não vai dissipar a ira do aluno, curtido da delinquência familiar, e nem a ira da coordenadora insegura sem uma função bem delineada. Onde estavam as coordenadoras dos professores agredidos por aluno? Estão sempre presentes para dizer ao tal professor se é bom ou ruim, num julgamento falacioso, baseados em caderninho de planejamento e porta da sala de aula fechada sem movimentação no corredor, mas cadê a parceria! Ou será se só um lado é serviçal?

Esta semana, fui surpreendido, a coordenadora na porta de minha sala cometendo bullying: — professor não te incomoda esta falta de respeito à sua aula, com tanto aluno na porta da sala fazendo nada? Respondi-lhe formulando uma sugestão: Pergunte a eles se fazem isso para me desrespeitar ou por preguiça de cumprir a atividade proposta no momento! Então, ela atirou farpas a todos os lados, atingindo eles e a mim, disse tudo desajeitadamente; virando as costas, os mesmos que estavam lá fora me disseram, de diversas formas: — "não deixa ela falar assim ao senhor, Não!" Pois é, ela assistiu tudo e nem tomou medida alguma, porém queria minha indisposição entre os alunos, pegando-os pelo braço e levasse até a coordenação, o trono da "salvadora da pátria", só então seriam lavrados relatórios assinados por os "de menor", sem responsabilidade jurídica, com palavras doces de perdão, massageando o ego da superior, engordando as estatísticas da "promissora" função. E eu lá na sala, no dia seguinte, vivendo a rejeição e a resistência desses espertalhões os quais "dedurei". Qual é a pena atribuída ao "dedo duro", segundo eles? Por isso alguém me defenderá? Pensei em me queixar por bullying, mas já não sabia quem era o desonrado ou desonrador. Quem merecia apanhar nesse caso: eu, a coordenadora ou os alunos sem objetivos escolares?

Eu sou ruim por que só faço o meu trabalho. Ela é ruim porque me obriga fazer o meu trabalho e o dela. Estes alunos desobedientes são ruins porque não fazem nem os seus trabalhos de classe e ainda impedem o professor fazer o trabalho dele.

Um dia, a professora bateu num aluno. {https://recordtv.r7.com/balanco-geral-manha/videos/professora-agride-aluno-que-se-recusou-a-entregar-o-celular-em-sala-de-aula-20102018} (acessado em 24/09/2019). por isso, a mídia apresentou o fato, pintando-a como um monstro "safado, sem vergonha e doente", bateu em um "anjo". Apologia ao bullying vale o ibope? Os que estão em posição privilégiada na hierarquia social se acham no direito de humilhar, e fabricar muitos humilhados prontos para explodir em revoltas a qualquer momento, batendo panelas à rua!

Poderá ser feito alguma coisa para ensinar os desrespeitadores a respeitarem sem apanhar? Ou, pelo menos, evitá-los a bater na pessoa errada, já que a turma do pega e lincha tem de bater em alguém! Apologia à violência nunca, porque de forma alguma se combate um incêndio com outro foco de fogo. A maior causa da violência é outra violência. Proveitosamente o provérbio de Salomão diz: "a palavra branda desvia o furor" (Pv 15:1). "As causas do bullying podem residir nos modelos educativos a que são expostas as crianças, na ausência de valores, de limites, de regras de convivência; em receber punição ou castigo através de violência ou intimidação e a aprender a resolver os problemas e as dificuldades com a violência." {http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/46-causas-da-violencia-escolar.html} (acessado em 24/05/2015).

Oxalá os alunos deixe de assistir aos seus superiores se desrespeitando em nome dos modelos educacionais impostos por quem de jeito nenhum quer perder o poder. E o efeito dominó, iniciado por uma pedra defeituosa sai derrubando até a última pedra, e assim, perpetuando a culpa de quem tem a mão trêmula e inábil não conseguindo pô-la em pé. Nessa metáfora, é tão fácil assistir à derrocada, vendo o amontoado de peças caindo, mas nunca veem as poucas peças que ficariam em pé se o alicerce moral não tivesse rompido. Ainda bem, as fracas caem apenas numa direção: seguindo a tendência da malfeitoria. Todos sabem onde está o erro, todavia ninguém quer perder seu emprego! Sentado à mesa, o professor de gramática e produção textual ("o preguiçoso"), mal visto pela coordenadora, esforça-se para se concentrar na correção dos textos dos poucos alunos dedicados, sobre os quais os olhares enciumados dos chefes desconhecedores de quem se vingar pelas peças indisciplinadas.