O ATO DE DOAR SANGUE

No início da manhã desta terça-feira – 09/10/2012, recebi um e-mail do responsável direto pela Brigada de Incêndio da Cidade Administrativa, o Te. Felipe do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais – CBMMG, convocando os brigadistas a mais uma atividade de voluntariado: doar sangue.

Avaliei as minhas obrigações no trabalho e a minha condição pessoal para doação, tendo constatado que não haveria momento mais propício a esse ato.

Assim também deve ter ocorrido com outros, uma vez que, conforme relato verbal de uma das atendentes, em campanhas anteriores as doações ficaram em torno de 30(trinta) e hoje, até o momento em que deixei o ambiente, as pessoas que lá se encontravam na triagem e nas cadeiras de doação, já somavam mais de 40 (quarenta).

Solicitei permissão a meu superior e me dirigi ao 10º. andar do prédio Minas, onde a coleta estava sendo realizada.

No percurso entre o prédio Gerais e o prédio Minas, encontrava-me pensando se era a 24ª ou 25ª doação. Isso considerando apenas o Hemominas, não entrando nesse cômputo as doações feitas em outros hemocentros.

No texto da referida convocação constava que: “Quem doa sangue, doa vida”. De fato o é, pensei, mas o privilégio de poder doar é muito maior, principalmente se eu me reportar à primeira delas, há mais de 30 (trinta) anos.

A quantas pessoas é dada a graça e o privilégio de poder, ano após ano, durante mais de 3 (três) décadas, ter disponibilidade de dirigir-se a um hemocentro na certeza de que após as aferições das condições de saúde e do sangue, poderia consumar, honroso, o processo de doação?

Diante dessa realidade reputo que, pelo menos no meu caso, além de “doar vida”, também é uma obrigação minha à qual não posso me furtar. Afinal, quando da minha primeira doação, o valoroso oficial convocante, sequer havia nascido.

Obrigado Tenente Felipe, por ter me dado, com sua convocação, a oportunidade de renovar esse gesto tão nobre e de estar tão envaidecido por isso.

Agradecido a Deus, concluo afirmando que a mim não me importam as poucas posses materiais que detenho, pois, são infinitamente mais substanciosas e carregadas de bênçãos, as minhas condições de saúde e a minha família.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 24/10/2014
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