305 -  FINS DE TARDE...
         A noite vem se esgueirando e escorregando pelo azul do céu que numa alternância multicor de tons fortes e claros e se torna cada vez mais denso e escuro, fechando as cortinas do tempo.    
As primeiras estrelas se espraiam pela imensidão do céu como pirilampos em noite escura.   Em vão, olho o céu e tento identificar as entre constelações a tal da Ursa Maior e Menor, o Cruzeiro do Sul e a constelação de Ariadna, história que tantas vezes li no livro “As mais belas Histórias”, não consigo, e me perco ao observar mais uma revoada sempre monitorada por um líder em um voo ligeiro até se perderem na distância. São pombas silenciosas e  maritacas, papagaios, que em algazarra, voam em direção aos seus ninhos para reencontrar seus filhotes.
Muitas vezes os filhotes já levantaram voo na busca da autosustentação ou outros sentimentos.
Como um trabalhador - homem ou mulher - que retornando ao lar neste trânsito caótico tendo abraçado suas lides diárias retornam aos seus lares para um beijo e um afago nos seus filhos.
Esse sentimento é senso comum, embora existam pessoas que estranhamente preferem devotar seu carinho aos animais.
Eu conheci um trabalhador da mineradora que tinha uma fala neste sentido e se achava o máximo dizendo que filho ele jamais pegara no colo, mas tinha carinho especial aos seus cães de caça e seus bodes e cabras de raça e que se apegava de forma protetora como se humanos fossem. Aliás, no conceito dele mais que os humanos.
Fins de tarde nos remetem a lembranças de um tempo que não volta como águas de um rio que atravessam silenciosas ou em ruidosas cachoeiras. É o curso da vida...
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CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 20/12/2014
Reeditado em 28/11/2017
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