Fazendo o meio de campo

A Alemanha botou todo mundo no meio de campo e saiu com aquele histórico 7 a 1 nas nossas costas. Se o trauma uruguaio, do Maracanazo, era volta e meia evocado, hoje não temos mais que cavar nossos videos esmaecidos para amargar malos recuerdos. É pra sempre.

Será que os alemães encontram a formação correta? Tentaram repetir a dose no jogo subsequente na final contra os hermanos, mas por pouco teriam se dado mal. E foi aquele - ao menos pra nós - insípido um a zero...

Bom era nos anos cinquenta, sessenta, nas clássicas formações 4-2-4, que o meio de campo era tão bem definido e regido. Quem não se lembra de Ocimar e Jaime, do Bangu, campeão de 66 no Rio, de Dudu e Ademir, da Academia Palmeirense, que foi a única a fazer frente ao devastador Santos de Pelé ao longo de mais de uma década? E, em escala menor, tínhamos também Lorico e Paes, do tempo em que a Portuguesa de Desportos era respeitada até nos bastidores...

E a magia dual foi-se quebrando, ao longo do tempo. E um dos marcos dessa mudança foi justamente o Cruzeiro, de Tostão, que não se contentou com botar três, mas sim quatro, no espaço mais sagrado do gramado, dando-lhe por companhia os magos Zé Carlos, Piazza e Dirceu...

Mas as tendências hodiernas chegam a ser piores. Os apavorados técnicos querem porque querem a supremacia das defesas. E o que temos é o que vamos vendo nos estaduais, nacionais, continentais e até mundiais. Qué sabê duma coisa: num jogo mais!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 07/07/2015
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