Atritos da beira do rio ao asfalto.

Hoje retornando de mais uma viajem, entre tantas que faço, também voltei viajando em pensamentos, como na vida na roça, de onde saí para ganhar o mundo, ou quem sabe, aprender no dia a dia as lições que sempre me acompanham. O ser humano é um pouco de sua vida atual, mas muito de seu passado, reforço em meu viver que o pensamento mais certo é que define que é muito importante aprender com os próprios erros, mas o maior sábio é que consegue aprender com os erros dos outros, pois desta forma conseguimos seguir com mais consistência nosso caminho. Ficou guardado em minha memória aquele dia que por uma brincadeira na beira do rio,na fazenda boa esperança, enfurecido mandei um golpe de porrete na nuca do meu amigo que com uma simples brincadeira, me fez ficar exaltado quase causando uma tragédia pois o mesmo, caiu desacordado, por pouco não foi rio abaixo, enquanto simplesmente parti numa correria desenfreada temendo alguma vingança por parte dos irmão mais velhos e mais fortes que eu.Aquele dia na beira do rio,sem trocadilho,funcionou como um divisor de águas em minha relação de amizade com a vítima, confesso que até hoje quando me aborrecem lembro do prazer de mandar uma "paulada" na cabeça do Bráz, após uma chacota de infância, mas respiro fundo e tento me acalmar pois todo ato impensado pode ser acompanhado de consequências muito maiores do que uma correria pelo milharal até chegar em casa e sentir a proteção da mãe, o que hoje lamentavelmente, não mais posso contar, e mesmo que pudesse, hoje, responsável pelos atos não ficaria bem esconder "debaixo da saia" da mãe.

Agora mais esclarecido ao contrário de desferir coronhadas ou pauladas sou obrigado a tratar com sorriso dissimulado o sujeito que diz e faz coisas que me causam extrema indignação.

Triste ter que reconhecer que sinto falta de desabafar, obviamente não com cacetadas na cabeça dos outros, mais de forma que a justiça pudesse verdadeiramente ser feita.