"Choses de la Vie"-Cronica.

Eu voltava de Marseille encantada e feliz por ter encontrado um ramo da família de meu avo frances,Leopoldo Bardou.Em Marseille lembrei muito dele quando no Pascal,um excelente restaurante ,serviram após o jantar os licores feitos na casa.Vinham em enormes e simples garrafas, belas, sim, contendo ervas no líquido.Troquei a sobremesa pelo licor e provei um pequenino copo dos três tipos. Dos Deuses.!Então eu estava feliz, encantada, e havia jantado muito bem. Na Gare Saint-Lazare,na estação de volta a Paris, notei em uma revistaria vários exemplares do Charlie Hebdo, o jornal dos cartunistas e chargistas, alvo de um ataque há dois meses atrás .Mais feliz fiquei quando o peguei em mãos,cheio de caricaturas e charges. ”Charlie Hebdo esta VIVO”,só faltei gritar vibrantemente com a vitória dos Enfants de La Patrie sobre islâmicos, e dormi tranquila no vagão do trem bala,aliviada,jornalzinho no colo.

No outro dia,peguei meu exemplar do Charlie e me encaminhei para o curso de conversação de Frances,para o ler no salão com um cafezinho.Fui buscar meu café e deixei jornal e bolsa encima de uma mesinha.Ao voltar,percebi um vulto em frente mas nem olhei,eu estava muito entusiasmada de ter o Charlie vivo em minhas mãos. Sentei,porém o vulto não saía dali.Olhei.O que eu vi, jamais havia visto no olhar de um homem para mim

Era um rapaz de aproximadamente,vinte e cinco anos ,muçulmano,que olhava para o jornalzinho,e que,em seguida, me encarou com uns olhos escuros cheios,repletos,de ódio a ponto de eu pensar no momento:-”Vou fechar meu cérebro,porque se isto entra em mim,frita me todos os neurônios”.Enfrentei o,entretanto,olhando,meio incrédula,meio curiosa,outro meio,assustada, e ele novamente me flechou com seu ódio,deu as costas e, sinistro,saiu.Fingi que li um pouco,perturbada que estava, e fui a sala de madame com o jornal em mãos,perguntando”:-Il y a quelque problem avec cet journal, ici?”"- Mais non, non, pourquoi, Suzane?” Dei lhe um sorriso,não respondi,não competia a mim e fui para o hotel.

Caminhando pelas ruas de Paris com o meu jornal despudoradamente a mostra dos transeuntes,eu ia pensando:”_Acho que isto não terminou.Eles não falam,mas olham,mostram o que sentem no olho,é ódio, ódio frio,depois eles fazem..."

E fizeram .

Paris, que os Aliados libertaram e que os franceses conservaram para nós ,nós todos, aproveitarmos os monumentos, a historia do mundo!

Restou a duvida que já ficou naquele dia e que agora volta, devido aos acontecimentos de hoje, da vida e dos dias da encantadora e charmosa Paris:”-Como é que eles não viram antes?Porque os deixaram entrar,insidiosamente,anos a fio, em Paris ,que é os dendéns do nosso mundo?

A França,novamente,precisa dosAliados?"

Creio que desta vez , eles vão se dar mal para valer .

Tomara!

Fortaleza,

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 16/11/2015
Reeditado em 30/12/2015
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