CARNAVAL E PAZ. PARADOXO. PENA MORAL.

Paz no carnaval, um absurdo, uma incoerência, um espancamento da lógica comezinha, mas há paz, a paz que existe na minha casa e na cidade onde moro, que já foi maior ainda, descoberta faz pouco tempo, e invadida, Niterói.

Invadida para moradia e passeio, pode-se dizer que Niterói é um bairro do Rio de Janeiro, mais perto do centro do Rio, muito mais do que da Barra da Tijuca e até do Leblon e Ipanema, vai do fluxo da ponte. As lanchas evitam qualquer demora. Como em Nova Iorque.

Carnaval, nem Búzios, Deus me livre, nem Friburgo, que sempre me esperam, “dou as caras”. Loucura, restaurantes cheios, estradas para os que gostam de martírio, a esperarem, engarrafados, mesmo em carros confortáveis. Nunca tive disponibilidade material e espiritual para filas, para engarrafamentos de estrada, nem pensar.

Mas todos querem “viajar”, é o tom, a necessidade.

É engraçado, parece que quem não viaja é pobre. Ninguém quer aparentar pobreza, isto é pobreza de espírito.

Para o exterior com o dólar nas nuvens, acabou a festa do consumo, na realidade irrazoável.

Mas não só aqui, também em toda a Europa, na Itália, no verão, as estradas que demandam a “Costiera Amalfitana”, litoral maravilhoso que debruça no azul do mediterrâneo, cujas estradas, festas litorâneas para os olhos de mar com azul profundo e maravilhoso, quase celestial, irmão dos mares caribenhos, as estradas ficam cheias e ocorrem engarrafamentos, gigantescos.

A Costiera Amalfitana é como a Niemayer no Rio, estreitíssima, melhor ir pela autoestrada, rola rápido, mas perde-se a maravilha para os olhos, quarenta quilômetros de curvas e estrada exígua, para chegar a Positano, por exemplo, dádiva da natureza, mas é compensador, e tem que ser motorista mil estrelas para não raspar nos rochedos nem cair no fantástico azul-mediterrâneo, como diz meu filho : “quem dirige aqui tem carteira definitiva.”

Faço hoje minha caminhada habitual, matutina e diária, vascularização do espírito e da cobrança do corpo, com pequenas corridas na praia, e vejo pessoas “embarcando” em carros minúsculos, com travesseiros empurrados com colchonetes para mínimas malas de automóveis que nada mais abrigam, só a vontade dos transportados, carregam o mais importante, o sonho e a alegria.

Vão para onde? Vão para o sonho. É bom sonhar, é necessário sonhar nesse mar de usurpação em que vivemos, e ainda que amontoados em pequenos imóveis, como foi uma pessoa que trabalha em minha casa faz mais de trinta anos, e alugou uma casa na praia - vão mais de quinze pessoas para um imóvel de dois quartos - ESTÃO ALEGRES, IMERSOS NO SONHO.

Há no ar uma alegria que precisa se expandir, é bom que assim seja nesse Brasil sofrido e espoliado pelos homens “públicos”, homens públicos que só beneficiam o privado, o próprio bolso – ou a privada de seus interiores – dos homens públicos. Eles estão em ilhas de Angra, chegam de helicópteros, vão a bons restaurantes de lanchas, iates, mas felizmente estão sendo escorraçados pelos frequentadores que ganharam a vida legitimamente através de suas atividades e profissões, e também são espoliados pelos escorchantes impostos.

E TÊM QUE SEREM ESCORRAÇADOS MESMO, SEMPRE, AO MENOS ISSO, POR ENQUANTO. É A PENA MORAL. QUE SE CONCRETIZE TAMBÉM A PENA LEGAL, ESTAMOS CHEGANDO LÁ.

E VAMOS CHEGAR, NÃO TENHAM DÚVIDAS. O CERCO ESTÁ SENDO FECHADO.ESTÃO COM DIAS CONTADOS, TODOS, APENAS NÃO SE SABE QUANTOS DIAS. ESTÃO MORTOS OS CORRUPTOS,AFOGADOS, COM AS MÃOS DE FORA PEDINDO "ARREGO".

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/02/2016
Reeditado em 06/02/2016
Código do texto: T5535489
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