OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO (Metáfora)

“Olhai os lírios do campo” teria dito o poeta. Certamente hoje já não o diria, nem numa fábula. Quê lírios? Quê campos?

O verso carrega em si uma esperança. Havia algo em que acreditar, algo para admirar, mesmo que fosse no campo: os lírios, belas e perfumadas flores. Em consequência, lindos campos floridos.

Assim não aconteceu com o nosso Brasil. Os campos estão secos, a terra árida, arrasada, o futuro comprometido. Os campos seriam o território brasileiro, com suas cidades, seus lugarejos, suas fábricas, suas escolas. Os lírios seriam a sua gente, em toda a sua gama de extratos sociais.

O que houve? Porque os campos secaram e se tornaram inférteis? Como foi possível tal destruição em treze anos? Não foi um terremoto, nem um meteoro, foi uma praga. Uma erva daninha que deu cabo de tudo. Teria sido uma praga programada para dizimar tudo o que havia pela frente?

Claro que foi programada e desenvolvida em um maldito laboratório. E a programação continha um caminho dissimulado, capaz de enganar a muitos (não a todos, porém). A grande maioria dos brasileiros não conseguia perceber que o caminho levava ao abismo, porque queria mudanças. E elas vieram. Psicopatas são capazes de tais proezas.

A destruição ainda não chegou ao fim. Perdurará pelos próximos três anos. Aquela grande maioria de brasileiros custou a acreditar no que vinha acontecendo devido à sua ingenuidade e consequente credulidade.

Depois que a erva daninha for extirpada serão necessários alguns anos para recuperar todos os danos causados em dezesseis anos, para que os campos voltem a ter lírios. Talvez tudo isso sirva de lição para o futuro. Talvez e tomara.

Augusto Canabrava
Enviado por Augusto Canabrava em 06/02/2016
Reeditado em 13/09/2018
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