É PRECISO RECOMEÇAR.

Depois de anos de casamento chega um dia que você desperta novamente para a vida e se pergunta:

- O que vou fazer?

Antes sua vida era cheia de compromissos, cheia de tarefas filhos pequenos, trabalho, casa, marido. Tinha pouco tempo para você, aliás, algumas nem um tempinho para ela separaram do seu dia a dia.

O seu dia era acordar com o despertador, já se preocupando com o horário de escola dos filhos, do trabalho do marido e do seu trabalho também, afinal, mesmo com toda a pose o maridão não aguentava arcar sozinho com as despesas, mas você tem que arcar sozinha com as responsabilidades, mesmo que você contrate uma auxiliar para fazer o serviço domestico a responsabilidade sempre será sua.

Nesse corre-corre do dia a dia, não vê a hora de chegar final de semana, ah! O tão esperado final de semana! Poderá ficar com os filhos curtir o maridão...

Quando os filhos são pequenos queremos fazer tudo para distraí-los, para nós aproveitarmos o Maximo o dia com eles, mas eles parecem que não se contentam com nada, se ficam em casa querem sair, se levamos ao parque eles querem ir para o clube... E assim seu sonhado fim de semana já começa a virar um pesadelo...

Mas resta o maridão, com certeza ele lhe dará a atenção que você merece, já que durante a semana é sempre tão corrido e cansativo...

Doce ilusão... Ele marca futebol com os amigos, afinal, ele tem que relaxar e se distrair, pois passa muito stress... E você pensa:

- tudo bem ele tem mesmo que se distrair eu vou sair com as crianças!

Chega o domingo, acordam um pouco mais tarde que o normal, você acorda com seu amado marido lavando o carro dele, com o som mais alto, até conseguir te acordar, afinal, ele quer tomar café, ou se ele resolve fazer o café quando você levantar vai encontrar farelo de pão até encima da geladeira... Começa seu “domingo” limpar a sujeira com as crianças também ajudando a bagunçar, quando percebe o domingo já está terminando, segunda começará a rotina...

E quando você se dá conta os filhos estão grandes, não saem mais com você, pois é pagar mico, então se entrega mais ao trabalho e acredita que agora poderá viver mais junto com o marido.

Esquece que nesses anos todo ele teve uma vida completamente paralela a sua, afinal, se viam mais no final de semana ele cansado, stressado, encontrava outras formas, futebol, cervejinha com os amigos (que nunca podiam ser os seus também e sabe por quê? Porque com sua rotina você acumulou colegas de trabalho e apenas isso, os amigos também seguiram a vida deles) e recuperá-los parece tão distante.

Os filhos se casam, estão voando conforme você passou a vida os ensinando, mas quando esse dia chega como dói nosso coração, sentimos que estamos os perdendo...

Como se passaram anos ainda acredita que construiu um parceiro, um companheiro, um cúmplice...

Agora estão somente os dois; os dois?

Meu Deus cadê o outro?

Ele escapa do seu campo de visão, mas ainda tem o trabalho para preencher seu dia.

Ah! Que alivio ao menos nessas horas me concentro somente nas responsabilidades me esqueço da minha solidão, a pior de toda a solidão do ser humano: A solidão acompanhada.

Depara-se com um estranho, aliás, se refletir profundamente um completo estranho: o maridão...

Vem às lembranças, se forem as que realmente aconteceram, pois depois de um tempo temos o dom de fantasiar, vai notar que todos esses anos seguiu sozinha, tinha os filhos, mas não havia compartilhamento, estavam embaixo do mesmo teto, acreditava que dividiam os mesmo sonhos e anseios e até os passeios feitos em “família” vai notar que sempre seja na alegria ou na tristeza era somente você.

Mas logo irá se aposentar e ai voltará a ter alegria, sem horário, sem responsabilidade de filhos pequenos, ficará somente ele e você e tudo voltará do jeito que foi nossa lua de mel.

Num relance recordasse de alguns momentos desagradáveis da lua de mel, ele olhando outra na sua frente, mesmo tentando disfarçar, que muitas fotos no álbum você está sozinha, mas foi porque ele que as bateu... Doce ilusão ai já estava registrada sua vida e só você não percebeu.

E sem perceber, sem sentirmos os anos passam se sente muito bem e com muita disposição, mas com horas de oscilação, como nunca se cuidou, nem sabe fazer isso, tenta sair com amigas, mas elas só podem sair à noite e sua consciência não acha correto deixar o marido em casa para se distrair, lógico que se fosse o contrario ele não teria problema nenhum, afinal você que é autoritária e possessiva...

Tem que reaprender viver.

Mas anos vivendo aquela rotina não tem idéia de como fazer.

E agora eu espero poder ajudá-la...

Pare, senta, respire bem fundo, enxergue a realidade, mas não tente enfeitá-la e muito menos se culpar, temos essa mania que tudo que acontece é nossa culpa, nossa máxima culpa, pois acredite não é sua culpa, pelo menos 99%, os outros 1% és culpada por ter permitido, aceitado ser absorvida pelos outros.

O que sempre sonhou fazer e sempre não podia por estar vivendo para os outros e pelos outros?

Isso mesmo se lembrou?

Uma faculdade que teve que parar com a chegada do primeiro filho...

Um curso de fotografia que não tinha tempo para fazer e o marido sempre lhe dizia que era bobagem...

Um curso de administração?

Uma academia?

Aulas de dança? Seja de salão, do ventre, jazz...

Fazer uma terapia para lhe ajudar a se conhecer melhor?

Aprender a dirigir se ainda não sabe...

Se aprimorar em computação?

Um curso de decoração?

Algum artesanato: tricô? Crochê? Fuxico? Corte e costura...

Um esporte: natação, vôlei, basquete, ciclismo...

Enfim... Algo que sempre quis fazer, mas nunca teve tempo.

Essa é a hora perfeita!

Vá se informe, se matricule, veja um horário que você irá se sentir confortável, sem remorsos em deixar o marido sozinho em casa.

Afinal serão umas horas suas e somente sua de mais ninguém.

Você se encontrando com o seu EU.

Irá sentir que você está tão escondida que se sentirá uma idiota em fazer algo se dirá:

Nessa idade?

E eu lhe pergunto:

Que idade?

A idade que finalmente os filhos cresceram, casaram ou simplesmente foram morar sozinhos, estão vivendo a vida dele conforme os estruturou. O marido ainda está trabalhando como se nada estivesse acontecendo ou mudando. E você?

Perdida nas horas vagas que não via a hora que chegasse, pois é elas chegaram e te libertaram, portanto, mãos a obra.

No começo não se sentira tão confortável, mas vendo a vida frente a frente verá que você está viva, e tem todo o direito de fazer o que sempre sonhou.

Não importa se seu sonho foi sentar em um banco de um parque e ler um livro, ou ser até mais radical e aprender pular de paraquedas... Pilotar um avião agora pode voar sem preocupação, livre para fazer das horas vagas o que bem entender.

Quando conseguir enxergar que é uma mulher linda, ainda tem muito a viver, e pode viver, com certeza se sentirá mais forte, pois é poderosa! És maravilhosa! Tanto é verdade que chegou até aqui.

Vamos menina erga a cabeça, vá cortar o cabelo, se precisar pinte-os e se quiser até mude a cor.

Uma roupa nova lhe fará muito bem. Não compre para filhos ou maridão, só para você, estamos em nova fase, estamos nos reencontrando.

Vá ao cinema, coma pipoca, tome um sorvete, como se tivesse voltado a sua adolescência, mas com uma diferença não depende de mais ninguém, se estiver junto é porque quer ficar e não por que precisa. Agora você pode!

Nada de choro, não a perdeu ninguém a vida se transformou deveria ter chorado antes quando se perdeu nos horários das crianças, do marido, tinha que fazer o almoço na hora certa ou sair para o trabalho sem poder se atrasar... Agora pode sair sem relógio não tem mais ponteiros te ditando o que e como fazer as coisas andarem, você é dona do seu tempo e isso quando aprender a lidar verá como é ótimo.

Se valorize, depois me conte como está se saindo?

Eu adoraria saber, pois eu decidi que gosto de escrever e isso eu farei.

Minhas amigas estarei aguardando sua postagem de como se sentiu lendo e depois fazendo tudo que gosta combinado?

Aguardo-te em breve.

Cyda Ferraz

Cyda Ferraz

Enviado por Cyda Ferraz em 18/03/2012

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Cyda Ferraz

Enviado por Cyda Ferraz em 19/07/2015

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Cyda Rigamonti
Enviado por Cyda Rigamonti em 09/02/2016
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