Lula a caminho da produção cientifica – a dissertação

Lula a caminho da produção cientifica: o TCC, a monografia, a dissertação e a tese. Depois de inúmeros doutorados, na modalidade Honoris Causa, Lula pode estar a caminho de construir uma tese, ensaios e artigos, produzindo um conhecimento. Construir um conhecimento, e ser lembrado como Getúlio, tal como queria, tal como foi dito em seus discursos. E com a inveja do instituto FHC, criou o Instituto do Lula. Uma estratégia de ser lembrado na história, criando um instituto, tal como o monumento aos mortos. As vitórias só são lembradas, com um monumento dedicado aos mortos.

Poderá escrever um diário, para ser deixado na história. Tal como FHC e Getúlio, e ter suas anotações em um livro publicado. O risco de ser preso pode criar condições de estudos e tempo para construir um conhecimento. Fazer levantamentos e pesquisas, e chegar a conclusões. A causa que faltava para honrar os títulos laudados.

Lula recebeu vários títulos e precisa comprovar o seu conhecimento. Honrar seus trajes de beca. E a banca de defesa da tese vai ser formada pelo povo, que tem agora um conhecimento. O povo conectado e linkado. Uma banca com escolhido de dentro e de fora. Ainda bem que criaram o EaD, a possibilidade de ser diplomado ou titulado sem ver a escola.

Poderá escrever uma tese no seu cárcere. E durante seu período de introspecção poderá fazer dissertações e monografias, que culminarão em sua tese. Terá oportunidade de escrever artigos, que as revistas qualificadas não criarão empecilhos para publicação. Poderá ter blog ou site próprio para divulgar suas ideias. É público e notório que já aprendeu a escrever notas para a imprensa. Mas podem ser “cola”. Não bastam livros impressos. E já afirmou fazer palestras, já detém o discurso e a oratória, para convencer uma banca. Convenceu trabalhadores nas portas das fabricas.

E as penitenciarias, ou outro lugar de reclusão, poderão ser valorizadas, com o ex-presidente apontando necessidades. Não só as necessidades de bibliotecas com os livros e as revistas, jornais e hebdomadários. Isto foi na época de Gramsci. Hoje o mundo é conectado. E um estudioso encarcerado, precisa entrar em contato com o mundo, adquirindo e difundindo o conhecimento produzido. Uma prisão domiciliar poderá ser na casa de amigos, que o ajudarão nos escritos, fazendo leituras e reflexões, e até sugestões. Uma dissertação em três partes, uma trilogia ou um tríplex. A tese mais demorada pode ser feita em um sítio, com torre de conexão para celular e internet.

O conhecimento começa pelas bases. E nas celas, cadeias, prisões e penitenciarias estão os excluídos. Excluídos de um sistema, onde não souberam se comportar, não cumpriram as regras. Ao sair precisam estar capacitados. Capacitados a exercer e capacitar. E quem sabe um dia as penitenciarias sejam excluídas, por falta de ocupantes, por falta de excluídos.

Lembremos de Gramsci, que com tempo livre no cárcere pode construir um conhecimento. Escreveu diversos cadernos que se tornaram livros e referenciais de pensamento. Os chamados referenciais teóricos. A possibilidade do Instituto Lula, ser como a Fundação Getúlio Vargas. A formula hipotética: IL = FGV, a tese a ser comprovada.

Não precisamos lembrar de Mandela, que viveu preso uma grande parte da vida; ou Graciliano Ramos, com suas Memórias do Cárcere, seria assunto para um pós-doc, pois deveria ser analisado também André Torres, com o Exilio na Ilha Grande.

Saint Exupéry isolou-se em uma cabine de avião, remanescente da Primeira Guerra, e acidentou-se no deserto. Ficou reconhecido mundialmente pelo Pequeno Príncipe. As escolas começaram em igrejas, como símbolo de oração e recolhimento. Um lugar para adquirir um conhecimento a partir de um conjunto de livros chamado de Bíblia. O livro recorde de volumes impressos. As faculdades começaram nos mosteiros, com raras aparições dos monges nas localidades próximas. Umberto Eco retratou muito bem em O Nome da Rosa.

E como Antônio Gramsci, isolado do mundo, Luís Inácio um dia poderá dizer, que eram apenas anotações para serem destruídas ao final do dia. Ou então que eram livros para serem queimados, como disse Pierre Bourdieu, que se isolou por um tempo na Argélia, onde surgiram suas primeiras grandes ideias.

RN, 15/03/16

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Roberto Cardoso (Maracajá)

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Lula a caminho da produção cientifica:

o TCC, a Monografia, a Dissertação e a Tese

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 28/03/2016
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