OS IRMÃOS E FAMILIARES QUE POSSUÍMOS FORA DA FAMÍLIA

Sexta-Feira, 29 de Abril de 2016

De quatro anos para cá, mudei totalmente o meu entendimento a respeito de religião. Mas não entrarei em mais detalhes a respeito. Apenas dissertarei sobre aquilo que penso ser necessário dizer. Mas ressaltando que não sou e nunca serei contrário a quem segue alguma delas. Porque entendo que cada um tem o direito de seguir o que quiser e gostar.

Mas aproveitando a chegada de grandes amigos que possuo lá em Sergipe, na cidade de Lagarto, onde foi lá que se deu a origem da minha família, haja vista que meus pais foram oriundos de lá, remeteu-me à ideia do que é um verdadeiro sentimento de fraternidade entre as pessoas nesse mundo.

Um dos amigos que vem para o Rio de Janeiro e para minha casa, é o Avelar. Uma pessoa já setentona, com uma simplicidade sem limites, e é de uma família com a qual meu velho e falecido pai conviveu por muitas décadas. Sendo que João D'Isaura, pai do Avelar, foi amigo/irmão do meu. E ambos, quando jovens, conviveram bastante na lida de uma cidade do interior.

E esta amizade estendeu-se até o fim de suas vidas. Haja vista que alcançaram idades acima dos oitenta anos. Sendo que meu pai faleceu antes do amigo. Mas que durante muitos anos, ele ia para Lagarto, ficando alojado na casa desse seu/nosso amigo João D'Isaura.

E permanecia por lá por um tempo extenso. Às vezes de sessenta, até noventa dias, sem sequer lembrar-se de onde vivia, no Rio de Janeiro. É óbvio que todos nós sabíamos de sua adoração por aquela sua cidade natal, bem como com a família do amigo. E como não possuía e nem precisava ter nenhuma preocupação conosco, aproveitava tais circunstâncias ao extremo.

E foi assim que segui seus passos e seu gosto. Tomei, também, muita amizade pela aquela gente, coisa que se dá até os dias de hoje. E a mostra maior disso é a presença de Avelar em minha casa neste dia. Vem para o Rio de Janeiro depois de muita insistência minha e relutância dele. Isso devido ao seu modo simples de viver em Lagarto, quase nunca saindo de lá para lugares distantes como o Rio de Janeiro. E isso, de certa forma, o aterrorizou nos dias anteriores à viagem, fazendo-o tomar tranquilizante na hora de dormir.

Mas é assim que hoje o recebo aqui em casa, acompanhando de Rilton, seu sobrinho, casado que é com uma de suas sobrinhas. Pessoa também de muita consideração, que vem alegrar-me com a sua presença. Mas que tudo isso deixa uma situação muito interessante a comentar.

É que a fraternidade que existe entre nós, individualmente e familiarmente, é coisa quase que inexplicável. Porque a nossa aproximação e convívio, é muito maior com a que tenho com muitos dos parentes que possuo lá em Lagarto e em Sergipe. Fato quase que surpreendente. Principalmente porque não há entre nós nenhuma consanguinidade. Mas que nos dá uma ligação até mesmo superior a esse fato.

Infelizmente a vida e o mundo são assim mesmo. E nesses tempos modernos, as famílias andam muito dispersivas, ao invés de coesas. E talvez seja por isso que estejamos assistindo a tantas barbaridades. Está, sim, faltando amor entre as pessoas da mesma família. Mas, entendimento e fraternidade, também.

Então, é por isso que me regozijo em ter essa gente em meu rol de convívio. E que, de certo modo, compensa as possíveis distâncias familiares que possuo, mas que tantos a possuem também, o que no final compensa uma coisa pela outra. Felizmente.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 01/05/2016
Código do texto: T5622288
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