PROIBIDO PARA ADOLESCENTES

I – Devaneios

Retomando uma conversa interrompida por horas mal cumpridas de sono... Exclamou o rapaz a uma pretendida em rede social.

— Volta!

Por sua vez ela responde, ao passar de menos de um minuto, seca.

— Oi.

— Deixe-me contar meu sonho erótico contigo!

— Erótico? - Ela sinaliza risos, mas se interessa pelo o que vem a seguir -. Já começou mal!

— Comecei maravilhosamente bem...você se engana... Quer detalhes? Indagou o rapaz.

A menina tomada pela curiosidade responde:

— Conta ai! Pela vídeo-chamada via-se nitidamente um rosto sorrir e corar...

—Bom, assim como o sonho de olhos abertos, a priori, saíamos para passear, só não sei qual cidade era aquela e o lugar que fomos... conversávamos sobre alguma coisa que não fiz questão de lembrar, estávamos sentados um ao lado do outro até que...

— Assim do nada a gente se pega? Interrompeu.

—Tenha calma danadinha, vou continuar!... Até que pedimos a conta e partimos para uma praça e sentamos num banco... parecia fim de tarde e tinha algumas crianças brincando, andando de bicicleta. Ríamos muito, provavelmente das piadas sem graça que costumo contar... Entre um riso e outro tu silencia-me com um beijo roubado... você tomou a iniciativa...

Do outro lado da tela widescreen ela gargalha estrondando assim os autofalantes computador do garoto que inominado.

— Isso só em sonho mesmo.

— Tenha calma o melhor ainda estar por vir!

— Diga. Ainda mais curiosa, a garota mostra seus primeiros sinais de excitação com a conversa. Ela parece desacreditar mas pede para que o garoto continue.

— Calma...

— Diga logo! Ela ria A curiosidade agora se tornara mais aguda. O garoto dá continuidade a estória...

—Saindo da praça nós íamos a algum lugar que eu estava hospedado, eu ligava um som ambiente e continuamos a conversar e a agora a nos beijar.... eram beijos ardentes eu a fazia gemer, e percorria teu corpo com minhas mãos, era lindo a ver estremecer de excitação enquanto eu a tocava... começávamos a nos despir, eu tirava as suas roupas... primeiro uma blusa branca com estampa floral que você usava...

—Uau! Denotara ela sua satisfação e fixação no que ainda tem, o garoto, a contar, usando uma carinha feita formadas por dois pontos e um zero, ou talvez um ó maiúsculo. — Tem mais? Ela insiste.

Insinua o rapaz agora convicto de que, de alguma forma, conseguiu prender a atenção da garota alva de cabelos claros e poucas sardas na face.

— Muito mais... quer saber com emoção ou sem emoção?

— Com emoção.

—Você usava um sutiã com aplicação em renda da mesma cor da blusa... e olhava em meus olhos enquanto tirava a minha camisa... deslizava a boca pela tua orelha e teu pescoço enquanto isso você riscava as minhas costas com suas unhas, ambos queimavam por dentro de excitação... o tesão era nítido. Desabotoei tua calça jeans de lavagem clara... você mordia o lábio enquanto eu descia o zíper... você se vira e tira a calça... você sentava sobre mim e eu sobre uma poltrona tipo leitor... e com o singelo uso da minha mão esquerda desabotoo teu sutiã e me deparo com seus seios brancos com veias azuladas aparentes, aureola contraída e mamilos durinhos, você pedia para que eu te tirasse a bermuda enquanto minha língua umedecia teu mamilo esquerdo. Podia ouvir teu coração batendo forte entre teus gemidos... te convido à cama do quarto...

— Caralho! – ela gargalha – Continuação?

— Sim, claro. O melhor ainda está por vir!

— Tô esperando...

— Nos deitamos, eu sacudo a bermuda ainda agarrada ao meu pé direito pra longe e ela cai sobre o tapete... deito-me sobre você seminua, a sufoco com um beijo longo enquanto minha mão direita roça com força a tua nuca, ao mesmo tempo que moderadamente puxo os teus cabelos. A mão esquerda escorre pelo teu corpo. coloco minha mão dentro da calcinha branca de renda que usava noto que está molhada, pronta a receber entre teus lábios íntimo o volume cilíndrico que cresce dentro da minha boxer preta... seu clitóris estava contraído, o que também denunciava o desejo carnal ardente...

— "volume cilíndrico que cresce dentro da minha boxer" – ela ri mais uma vez – só você mesmo!

Ele ri junto...

—Tem mais, “pera ainda”, já já termino...

— Ai meu Deus!

— Tá gostando do que ler?

Ela afirma positivamente e abre um sorriso...

— Que bom... fico feliz que esteja gostando...

— Você tem um jeito interessante de contas as coisas, meio que fica com gostinho de quero saber mais... tá ligado?!

Ele ainda não tinha lido o que a garota havia respondido acima, cabisbaixo, digitando rapidamente, inspirado por rock clássico, um dos seus gêneros favoritos. Mais precisamente ele ouvia “Hurt”, clássico de Johnny Cash.

— Após subir a mão para teu rosto e segurá-lo com minhas duas mãos, mordo teu lábio enquanto você enverga teu corpo embaixo do meu. Decido correr teu corpo agora com minha boca... sorrateiramente mordo teu umbigo, você geme alto, arranco tua calcinha usando meus dentes... tuas pernas tremulam o tempo todo... tiro a minha cueca e subo beijando tuas pernas, você se arrepiava e contorcia-se enquanto roçava a barba entre tuas coxas, os gemidos só aumentavam, você parecia implorar para que eu logo estivesse entre teus rins. Comecei a estimular com minha língua teu clitóris rosado, você apertava forte minha nuca e gemia alto, como se não se importasse se alguém pudesse ouvir... mantive-me assim por alguns minutos. Você teve o primeiro orgasmo em minha boca... já era o momento ideal para a penetração, a lubrificação natural que Deus deu a mulher estava no ponto ideal... era o momento ideal...

Atrasado, ele levanta a cabeça e nota que enquanto digitava a menina havia elogiado seu modo de escrever.

— Bom saber que sou um bom escritor!

— Já dá pra fazer um livro. Acho que já sei o final.

Dizia estas poucas palavras enquanto dava risadas. Agora mais excitada do que nunca.

— Você supõe o final... mas não sabe como eu vou descrever.

— Então descreva!

— Calma menina... logo logo concluo nossa novela!

Passaram alguns minutos sem que a reticência tremulante do balão da conversa saísse da inércia. O moço sonhador, duplamente distraído com um blues antigo e um jogo de batalhas de heróis no facebook, deixando assim o som da gaita e os acordes tristes, em misso lídio, moldar sua mente. Do outro lado da tela ela conversava com amigas em um aplicativo de mensagens com algumas amigas, volta e outra fixava os olhos na tela de seu notebook, esperando o tremular das reticências, mas em vão. O rapaz ainda extasiado pelos riffs de “ Standin’ in the Rain”, pouco aparentava pela imagem da tela ter algum interesse em findar o conto do seu sonho com a garota comprometida que, continuamente, tentava corromper. Dez minutos depois... Ela impaciente tentando trazer o rapaz de volta à conversa, para que ele concluísse a estória diz:

— Parece novela das oito (muita safadeza).

Ele vê a notificação no canto da tela e gargalha alto antes de responder. Ela se assusta com a risada alta quase que maquiavélica e sorri também.

— A minha é melhor. Não assisto novelas.

— Eu também não, – brinca ela enquanto esboça um sorriso singelo –, já por isso!

Ele riu e fitou novamente os olhos na aba do jogo deixara no meio da partida. Mais alguns minutos de agonia da moça inquieta, excitada, curiosa e ansiosa pelo fim da aventura que o moço narrara, mas agora interrompida. Ela aparenta insatisfeita pela demora, levanta-se e vai até a cozinha tomar um copo de água bem gelada, o calor e a aguilhoamento a consumia. Quando retornou ao computador viu que o mancebo havia se ausentado, a cadeira estava vazia. Três minutos depois ele volta e retorna ao jogo. Ela, frenética, envia:

— Cadê? (...)

Ele dois minutos mais tarde retoma a conversa... digita algumas linhas quentes e divertidas.

— Mais uma vez sub de volta a sua boca, agora você me sufoca, e como em um ato de desespero, enfia a língua em minha boca, beijos em meios a gemidos. Introduzo o que mais queres... proponho a posição do hermafrodita, assimilando ao adultério que outrora foi consumado por Hermes e Afrodite e perpetuado pelo artista, imortalizado pelo antigo pensador. O que fazíamos era lindo e belo, um prazer simbiótico, um saciava ao outro com fervor, A cama queimava, nossos corpos ardia em brasa e tu gemia, gemia alto... eu também gemia. A mágica dos movimentos de teus quadris me faziam atingir o nirvana. O prazer era o Olimpo e nós seus habitantes. Eu interpretava teus anseios e os cumpria, fecundava-te... tu, ah tu! tu gozava de mim, compartilhava ato incriminado pela decência... Trocamos de posições algumas vezes, como se regidos pela imaginação e pelo Kama Sutra, tínhamos orgasmos múltiplos até o cansaço nos vencer. Você repousava a cabeça sobre o meu peito e adormecíamos.

Após um breve instante a menina exclama:

— Eita! Nem sei o que dizer... que imaginação fértil!

Passada duas horas o menino abandona o jogo e retoma a conversa. Ela contínua online esperando, talvez por mais investidas.

— Diga que não vê a hora de realizar tal aventura. Diga que vai ser mais do que um simples sonho.

Ele gargalha mais uma vez.

Tite Beserra
Enviado por Tite Beserra em 23/08/2016
Reeditado em 26/08/2016
Código do texto: T5737888
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