O casal do parque

Assis Silva

No parque da Redenção em Porto Alegre, um jovem casal de sessenta anos, passeava em volta de um lago, de mãos dadas, e rindo como crianças. Rindo de si mesmos, da vida, dos momentos cômicos que passaram juntos. A cada gargalhada um abraço e a cada abraço um beijo na testa, nas bochechas, nas mãos... por infindáveis minutos ficaram assim. Sorrisos dados são que nem palavras, tocam as pessoas. Mais o sorriso dificilmente não gera um retorno, talvez seu reflexo. As pessoas observavam aquele momento de gozo entre os dois amantes, e respondiam, mesmo não sendo a elas, com meios ou com um sorriso livre.

Um sorriso é tão rico e traz inúmeros benefícios para quem dar. Preserva a jovialidade do jovem, e é um excelente meio de atrair pessoas. Nas cidades e em todos os lugares deveriam ter clubes do sorriso, do riso e da graça. Sorrir faz tão bem pra saúde, para as relações e para o coração. O brilhante poeta gaúcho Mario Quintana, escreveu uma estupenda poesia sobre esse antídoto contra o mau-humor:

"Nada custa, mas acrescenta muito.

Enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores.

Dura apenas um segundo, mas muitas vezes a memória o guarda para sempre.

Traz a felicidade ao lar.

Alimenta a boa vontade entre as pessoas.

É a senha dos amigos.

Serve de incentivo para o desanimado, de alegria para o triste, de repouso para o fatigado.

Contra o mau humor, é o maior antídoto da natureza.

É o maior e melhor cartão de visitas.

Acalma os nervos e estimula a circulação em todo o rosto.

Promove harmonia em todo o nosso organismo.

Enfim, dá brilho aos olhos e simpatia ao caráter.

Então, SORRIA!...".

Talvez aquele casal não quisesse, mas transformaram a tarde das pessoas que o estavam observando. Ter motivos para sorrir é melhor que ter motivos para comprar, afinal sorrir é grátis e enriquecedor. Enriquece a alma, torna a vida mais leve, embora o fardo seja pesado. Então pra que ter medo de sorrir? Infelizmente tem pessoas que tem “medo” de sorrir! Porque o sorriso abre portas, permite que o outro chegue junto. E parece que o medo de sorrir, está camuflado no medo do outro se aproximar.

E o casal do parque, sem medo dos outros, sorriam e gargalhavam. Afinal a felicidade pouco depende dos os outros acham e sim do que se pode vivenciar interiormente. Vivenciaram o prazer que é gargalhar e gargalhando transformaram a tarde de muita gente.

Assis Silva
Enviado por Assis Silva em 01/10/2016
Reeditado em 01/10/2016
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