Onde está o erro?

Aqui diante das minhas reflexões começo a lembrar dos tempos de outrora. E vejo como foi difícil e rígida a minha infância. Devido a situação financeira que não era muito cômoda, desde cedo aprendi a trabalhar nos serviços caseiros.

Perdi o meu pai muito cedo, com apenas três meses de idade, devido a essa situação, passei a considerar como pai o meu padrasto. Ele era motorista, saia cedo pra trabalhar, quase não ficava em casa, mas em compensação quando estava em casa ficava atento a tudo e a todos. Ele era uma pessoa muito rígida e quando disciplinava, as vezes acabava excedendo um pouco. Lembro-me de um certo dia que meu irmão mais velho saiu cedo e não voltava. Ele preocupado com a demora do Jorge, ordenou que eu fosse a procura dele. Encontrei meu irmão, ele estava bem tranquilo com um amigo comendo goiaba no quintal do vizinho. Meu irmão é uma pessoa bem convincente e ele acabou fazendo com que eu ficasse ali também no quintal do vizinho degustando as goiabas. O tempo foi passando e eu também não retornava, meu pai acabou enviando o Roberto, meu irmão mais novo, que também foi incumbido da missão de levar pra casa eu e o Jorge, meu irmão mais velho. Sem muita novidade, o Roberto também foi convencido em se ajuntar conosco na prazerosa tarefa de degustar as goiabas do vizinho. Quando estávamos cheios e já cansados das goiabas, lembramos da ordem do nosso pai e então tratamos de ir embora. Quando chegamos em casa, o que estávamos esperando aconteceu, o nosso pai estava furioso e estava a nossa espera para a devida disciplina. Lembro como se fosse hoje, ele levou os três para um quarto fechou e disparou a arremessar sobre nossas costas um cinturão de couro, ficamos todos marcados e pra não ficar as cicatrizes, minha mãe banhou todos os três espoletas em água de sal pra não infeccionar. Mas mesmo sabendo que meu pai excedera na disciplina, ainda assim eu conseguia ver nessa atitude a intenção que ele tinha em ensinar-nos que nossa atitude foi fraudulenta, e que não importa a quantidade, de uma forma ou de outra estávamos cometendo um furto, e isso seria prejudicial para o nosso caráter e em momento algum deixava a raiva tomar conta do meu coração em relação as disciplinas do meu pai.

Agora eu gostaria de saber, se essa punição acontecesse nos tempos de hoje se o conselho tutelar não iria entrar em ação. Vejo que nem uma forma e nem outra seja salutar. Na realidade vejo que todos os excessos devem ser eliminados, tanto na forma dura de corrigir de outrora como na forma branda que muitos filhos vivem hoje sem correção, uma vez que os pais são intimidados de corrigirem seus filhos pelas autoridades.

Antigamente via a preocupação que minha mãe tinha em transmitir a nós o respeito para com o semelhante e principalmente para com as pessoas mais velhas. Éramos instruídos que sempre que chegasse pessoas adultas em casa, teríamos que nos retirar para que eles pudessem conversar mais à vontade, por que criança não deve dar pitaca em conversa de adultos. Hoje o que mais acontece são crianças intrometidas que vivem dando palpite em conversas que não são chamadas, mal educadas e que não têm um pingo de educação para com as pessoas mais velhas.

Eu fora instruído que devia cumprimentar todo tio, avós com a petição da benção e trata-los como Senhor e Senhora. Hoje vejo que esse costume tem se esvaído. Eu tenho oito sobrinhos, apenas um me cumprimenta de forma espontânea, outros dois obedecem aos ensinamentos da mãe e cinco simplesmente não tem esse hábito e raramente sou cumprimentado por eles. É duro ver a falta de consideração por pessoas assim tão próximas. Já comigo acontece ao contrário se bestar cumprimento até os cachorros que passam na rua.

Se você querido leitor sentir à vontade, pode deixar seu comentário. Mas de todo coração gostaria de saber onde está o erro e o que podemos fazer pra solucioná-los.

Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 24/10/2016
Código do texto: T5801668
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